Capítulo 10 . O resgate de George.

Paulo sobe mais um pouco na árvore: — Espere! Estou a ver algo lá no alto. Uma bola cinza.

Mia sente o seu coração bater mais acelerado: — Será ele?! George!? Georginho é você? Onde Paulo? Não vejo nada!

Paulo aponta-lhe o lugar: — Ali! Parece que se mexeu! Viu?

Mia: — Eu vi! É ele! É George! Como vamos tirar ele dali?

Paulo: — Vou tentar chegar lá. — tenta subir mais.

Mia: — Espere um pouco Paulo. Eu vou à loja pegar uma caixa e uma corda. Espere que eu subo com você. Ele não lhe conhece, talvez não queira entrar na caixa contigo, não quero correr o risco dele cair de lá.

Paulo: — Está bem. Eu espero-te aqui, fico o vigiando.

Em poucos minutos Mia vai até a loja e volta, Paulo a ajuda a subir e com cuidado chegam até o galho onde George está, ele está assustado, molhado e com a pata ferida, muito inchada.

Mia: — Georginho sou eu! Achamos você meu amigo, não tenha medo. Vem cá meu querido, vou cuidar de você.

Com um pouco de dificuldade Mia consegue o fazer entrar na caixa com uma corda amarrada nela, Paulo segura Mia pela cintura para ela poder o pegar com as duas mãos. Ela desce enquanto Paulo segura a caixa, depois de Mia no chão ele desce a caixa com cuidado até ela. Assim que Paulo desce Mia lhe dá um abraço caloroso, uma lágrima teimosa rola pela sua face, lágrima de agradecimento, de felicidade.

Mia: — Paulo você é um anjo que apareceu na minha vida! Me ajudou e agora encontrou George para mim.

Paulo retribui o abraço a apertando contra si, sente um desejo enorme de beija-lá, não é o momento, afaga os seus cabelos, sente uma emoção nova cada vez que está com Mia.

Paulo: — Ele está ferido, precisa de cuidados.

Mia: — Vou ligar para Andreia, ela saberá o que fazer.

Levam George para loja, a sua pata está muito inchada parecendo pata de elefante. Mia o seca, ele está molhado, passou a noite na chuva.

Andreia nem acredita quando Mia liga-lhe, corre até lá, o examina, limpa o ferimento, aplica-lhe uma injeção contra possíveis doenças e passa um analgésico para Mia dar-lhe por dez dias junto a um anti-inflamatório.

Andreia: — Ele vai ficar bem! Não é Georginho! Você deu um susto na gente! Agora é só se recuperar.

Mia: — Nem acredito que o encontramos! Que Paulo o encontrou! — olha para Paulo sorrindo.

Andreia percebe o clima entre Mia e Paulo e inventa que deixou uma cliente esperando na outra loja para os deixar a sós.

Mia olha para Paulo e sorri: — Tem tempo para tomar um café comigo? Nosso herói! Salvador!

Paulo: — Com certeza. — sorri — Que bom ver este sorriso no seu rosto! — Mia enrola George num cobertor, sobe com ele no colo e ela coloca-o na sua cama.

Os dois vão para cozinha onde Chico está como sempre na janela, olhando para rua.

Mia: — Já deve ter conhecido Chico e os bebês.

Paulo ri: — Chico? Acho que ele não foi com a minha cara, já os bebês ajudaram—me a cuidar de você.

Mia: — Chico é assim mesmo. De poucos amigos. Fica aí o dia todo como se fosse o dono se tudo.

Paulo se senta enquanto Mia prepara o café, ele observa cada movimento dela, a admirando, "saiu no meio de um temporal, não teve medo de subir no topo de uma árvore para salvar o seu gato, o que mais será capaz de fazer?" Ela lhe serve o café com um pão de queijo assado na arfrair. Mia não aguenta a curiosidade.

Mia: — Aquele quarto, onde eu lhe procurava, é algum paciente grave?

Paulo: — É grave, mais o pior já passou. Está estável. Agora depende dele a recuperação.

Mia: — É um dos ocupantes do jato que caiu não é?

Paulo: — É, foi um milagre terem sobrevivido sem mais nada grave.

O Bip de Paulo toca, outra vez no momento em que está a ganhar a confiança de Mia.

Paulo: — Eu tenho que voltar ao hospital, prometo-te que a próxima vez que nos encontrarmos não serei bipado.

Mia: — É o seu trabalho. Eu entendo, não se preocupe.

Paulo: — O hospital está para contratar outro médico, então não precisarei ficar nessa situação, sem tempo para nada e sendo bipado nos piores momentos possíveis.

Mia: — As poucas horas que esteve comigo, foram as mais importantes que vivi nos últimos anos. É a qualidade do tempo que importa.

Paulo segura as mãos de Mia: — As minhas também. E é por esse motivo que quero mais tempo com você. Sem a preocupação de ter que sair e a deixar de uma hora para outra.

Mia sorri: — Sabe onde me encontrar e eu a você, quando um de nós tiver um "tempinho" vai até o outro.

Paulo dá um beijo no rosto de Mia, ela olha-o com um sorriso cativante, ele não resiste, segura o seu rosto e beija-lhe, suavemente, carinhosamente, absorvendo o sabor dos lábios que deseja, e é tão doce como imaginou, macios e quentes.

Mia se deixa ser beijada, há muitos anos não sente o sabor do beijo de um homem e Paulo é especial, o seu anjo da guarda, o seu salvador, o seu beijo é tão bom, a faz sentir um calor, um desejo como a muito, muito tempo não sentia, um sentimento que Mia acreditava que não seria capaz de sentir novamente.

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