Capítulo 18: Ele é meu MARIDO!

Lucas logo percebeu o aroma doce e forte vindo do ômega atrás do caixa, que definitivamente não economizara no perfume. O cheiro podia ser sentido de longe. O ômega era bem jovem, bonito, com grandes olhos azuis e um piercing na sobrancelha.

Lucas olhou para Ângelo e suspirou pesadamente. Agora o jovem alfa reagiria ao aroma sedutor e esqueceria completamente de Lucas.

O caixa, ao ver os clientes e identificar um alfa entre eles, imediatamente parou de lixar as unhas e deu um sorriso acolhedor.

Olá, - disse ele, olhando apenas para Ângelo e ignorando completamente Lucas.

Olá, - respondeu o rapaz calmamente, não reagindo à atenção extra que estava recebendo.

Ele entregou a nota fiscal e tirou o cartão de crédito. Lucas deu uma olhada rápida e não pôde acreditar em seus olhos. O cartão era nada menos que de platina. Mas o que mais ele poderia esperar de alguém que tinha um apartamento tão luxuoso?

O ômega do caixa também notou o tipo de cartão usado para o pagamento e seus olhos brilharam como estrelas.

Que manhã maravilhosa, - disse ele, piscando loucamente e girando o cartão de crédito nas mãos, sem sequer pensar em processar o pagamento. Ele sorriu e puxou ligeiramente a gola da camiseta sob o colete da empresa.

Sim, - concordou Ângelo calmamente, - a manhã está boa e vai ficar ainda melhor quando montarmos a mesa.

Vocês estão de mudança ou em reforma? - o ômega lentamente pegou a máquina de cartão e, ao fazer isso, inclinou-se de uma maneira que deixava uma faixa de pele entre o colete e os jeans colados aparecer.

Mudança, - Ângelo franzia a testa e olhava para Lucas.

Lucas interpretou isso de sua própria maneira. Era um sinal para ele não atrapalhar.

Vou esperar no carro, - murmurou ele e, baixando os olhos, tentou passar pelo alfa para sair.

E esse é seu pai? - o ômega finalmente processou a compra, mas não se apressou em devolver o cartão. - Vocês não se parecem. Quero dizer, você é tão bonito, provavelmente puxou ao seu pai alfa...

Ele, - rosnou Ângelo, - é meu marido! E você está sendo muito atrevido.

Ele agarrou Lucas que passava por perto pelos ombros e o puxou para perto. Então se inclinou para apertar o botão de chamada do administrador próximo ao caixa.

O ômega o olhava com olhos espantados. Lucas pensou que seu próprio olhar naquele momento certamente era igualmente chocado. Ângelo pegou o recibo pago e o guardou calmamente na carteira.

O gordinho beta já estava correndo para o caixa, enxugando a careca com um lenço no caminho.

Micael, o que aconteceu de novo? - perguntou com desagrado.

Não fui eu! - o ômega reclamou indignado. - Foi tudo ele!

Fui eu quem chamou você, - respondeu Ângelo calmamente ao olhar surpreso. - Me diga, a política da sua loja permite que os caixas usem feromônios e sejam rudes com os clientes?

Claro que não! - o beta gesticulou com as mãos. - Feromônios são estritamente proibidos. Nem se fala em grosseria.

Então como você explica o fato de que seu caixa cheira a atrativos sexuais a quilômetros de distância? - Ângelo pressionou o administrador, usando sua vantagem de altura.

Micael! - o beta se voltou para ele com indignação. - Isso não é a primeira vez! Minha paciência acabou! Este é seu último dia de trabalho!

Eu só usei um pouquinho! - o ômega saltou de seu lugar e também começou a gritar. A segurança, que estava perto da entrada, se aproximou para escutar melhor. - Quem é o culpado se ele, veja bem, não gostou? Provavelmente um impotente, por isso está com um velho que poderia ser seu pai!

Lucas, que até então estava relutantemente se agarrando a Ângelo e aproveitando seu aroma, não pôde deixar de reagir.

Cale a boca, - bradou ele ao ômega arrogante, - é por causa de pessoas como você que nós, ômegas, somos desvalorizados! Você não tem um pingo de autorrespeito? Usar um aroma falso e fazer suposições irresponsáveis sobre os clientes é tudo o que você consegue fazer?

Você entende tanto! - Lagrimas jorraram dos olhos do ômega. - Eu não tenho cheiro natural! Como vou encontrar um alfa? Não quero ficar sozinho!

Ele desabou de volta no seu lugar e começou a chorar amargamente.

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