Capítulo 8: A Descoberta do Ômega

Felizmente, o bêbado Saulo não era violento, ele apenas precisava de um ouvinte grato, então se comportava tranquilo e pacífico, apenas tagarelando sem parar com a língua.

Lucas pegou um táxi, levou Saulo para casa e o colocou para dormir.

- Você acha que sou patético? - Saulo agarrou sua manga e não o deixou ir embora.

- Acho que você está bêbado - respondeu Lucas com honestidade -\, durma e não fale mais besteiras. E da próxima vez\, nem beba. As festas da empresa não são para isso.

- Não são besteiras! - argumentou o beta e sacudiu a cabeça furiosamente. - Estou falando só a verdade.

- Ah é? - Lucas finalmente conseguiu soltar seu braço do aperto dele. - Especialmente sobre o Leo e o alfa dele... você sabe...

Era constrangedor falar sobre isso, mas a imagem que se desenrolava diante de sua imaginação era muito vívida. E Lucas não conseguia parar de pensar nisso.

- Não estou mentindo! - Saulo começou a discutir. - Você pode perguntar ao próprio Leo! Ele... se apaixonou pelo irmão de um amigo\, depois entrou em contato com ele pela internet e encontrou um perfil em um site para pervertidos. Primeiro ficou todo emburrado\, depois deu de ombros e o convidou para um encontro. Desde então moram juntos. E o Leo transa com ele regularmente\, - o beta riu embriagado. - Só que é segredo\, shh! Ninguém! Eu prometi! Eu sou um túmulo!

Com essas palavras, ele desmoronou e imediatamente adormeceu.

Lucas ajeitou o edredom do colega e, ao sair, fechou a porta.

Anteriormente, ele se considerava um ômega com libido baixa. Mas a ideia de Leo transando com um alfa desconhecido quase o fez gozar nas calças direto no táxi. Ele mal chegou em casa, bem no corredor, baixando as calças e fazendo apenas alguns movimentos com a mão.

Antes, nem tinha passado por sua cabeça a ideia de que poderia ser de outra forma. Que não seria o alfa que tomaria o beta ou o ômega, mas o contrário. Ele ficou na internet quase até o amanhecer. Descobriu que seus conhecimentos modestos sobre sexo eram ainda mais limitados do que imaginava. Todas as férias de Natal foram dedicadas ao estudo de pornografia.

Lucas já tinha uma pequena coleção de vídeos e textos. Mas a excitação que eles geravam nele não chegava nem perto do que ele sentia assistindo a vídeos da série "Alfas Quentes Passivos" ou "Ômegas - Ativos Doces". Em termos simples, o ômega se masturbou até ficar quase dolorido. No final da semana, seu membro já quase doía sempre que tentava se acariciar mais uma vez.

Era um mundo inteiramente novo. Mas, por outro lado, Lucas entendia perfeitamente que esse mundo não era para ele. Mesmo depois de tudo o que viu, ele não conseguia se imaginar com um alfa, pelo menos no papel passivo. Agora ele era perseguido por sonhos angustiantes, nos quais ele transava com um alfa desconhecido, e este gemia e se arqueava.

Na primeira manhã de trabalho, Saulo o puxou de lado e, agradecendo pela ajuda, acrescentou:

- Eu falei demais\, espero que isso fique entre nós.

- Esqueça - Lucas dispensou -\, isso acontece com todo mundo. Já esqueci.

Saulo visivelmente ficou mais animado e voltou ao trabalho. E Lucas, aliviado por sua mentira ter passado despercebida, jurou para si mesmo que nunca mais beberia, pois não queria que seus próprios segredos fossem revelados a ninguém.

Muito provavelmente, foram exatamente essas fantasias eróticas não convencionais que reconciliaram Lucass com seu potencial destino solitário de uma vez por todas. Ele não podia mentir para si mesmo. Ele não conseguiria criar uma família normal, na qual ele seria um ômega doce, quieto e amigável, cuida da casa e dos filhos, enquanto o alfa é forte, bruto e poderoso, faz filhos e dinheiro. Lucas gostava de ganhar seu próprio dinheiro e não depender de ninguém. E ele não queria mudar nada.

Aos vinte e oito anos, Lucas teve seu primeiro encontro na vida. Um agradável alfa, um pouco mais jovem que ele, havia se juntado ao departamento de logística.

- Jovem\, solteiro\, dirige um carro esportivo com pneus de perfil baixo\, apartamento no centro da cidade - contavam casualmente todos que iam ao escritório naqueles dias.

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