Lucas se virou e foi embora; nem sequer percebeu imediatamente o que exatamente eles haviam lhe falado. Quando finalmente percebeu, sentiu vontade de voltar e explicar que Ângelo não era o seu alfa de jeito nenhum. Que Ângelo facilmente encontraria um ômega melhor. Mas eles já não estavam mais à vista, e o Ângelo que voltou apenas segurou sua mão e o levou determinadamente na direção certa. Parecia que ele não ouviu nada. Melhor assim.
A mão de Ângelo era grande e quente. Lucas sentia um turbilhão por dentro só de sentir isso. Esse belo jovem alfa o levando pela mão. Para onde? Não importa! Até o fim do mundo, contanto que juntos.
- Não tem problema sermos informais um com o outro, certo? - perguntou Ângelo, virando na direção certa. - Acho que é mais adequado assim.
- Não tem problema, - concordou Lucas, sem conseguir segurar o sorriso.
"Acorde", gritou a voz da razão, "ele não quis dizer nada disso. Seja prático, e ele vai esquecer seu nome."
Mas Lucas não se importava. Ele estava no limiar da idade em que muitos ômegas já têm netos, e estava determinado a roubar o máximo de felicidade da vida quanto pudesse.
- Vamos, - Ângelo os guiou de volta para onde começaram a olhar os móveis da loja.
- Coloque a prateleira de volta no lugar, - aconselhou Lucas, - ou vão achar que você roubou.
- Eu pareço um ladrão de prateleiras para você? - Ângelo arqueou as sobrancelhas, divertido. - Ou um fetichista de prateleiras?
Lucas riu.
- Ta mais paraum bagunceiro que quis pregar peça nos amigos.
- Verdade, - Ângelo recolocou a prateleira no lugar, - eu posso ser assim.
- Você tem certeza de que realmente precisa de prateleiras? - Lucas caminhou com dúvidas ao longo da parede, onde amostras estavam penduradas. - Talvez seja melhor um bom escritório? Com prateleiras, armário, e espaço para trabalhar no computador. Você tem um computador, né?
- Tenho um laptop, - confirmou Ângelo. - Então, um escritório.
Ele segurou a mão de Lucas novamente, mesmo não sendo necessário. Juntos, eles foram para a seção ao lado. Lá, Lucas logo orientou e escolheu um espaço de trabalho barato para Ângelo, projetado para a alta estatura do alfa.
- Precisamos comprar e depois pegar no depósito do outro lado da loja, - Lucas procurou uma máquina de autoatendimento, - e depois montar.
- Sim, - Ângelo ficou um pouco triste.
- Não se preocupe, - Lucas interpretou o desânimo de Ângelo à sua maneira, - eu não vou te abandonar, vou te ajudar a montar.
- Obrigado! - o humor de Ângelo melhorou imediatamente.
Depois de escolher o item necessário no catálogo e imprimir a nota fiscal, Lucas levou Ângelo até os caixas. Naquela hora da manhã, apenas dois estavam abertos, mas não havia clientes. Indo até a mais próxima, Lucas entregou a nota fiscal à caixa-ômega.
Nos últimos anos, ômegas se tornaram mais comuns em empregos de atendimento: garçons, vendedores, cabeleireiros. Acreditava-se que os ômegas atraíam alfas clientes (portadores da carteira), que gastavam mais do que o planejado. Lucas discordava completamente disso. Muitos ômegas iam trabalhar apenas para encontrar um cônjuge e trabalhavam de qualquer jeito, preferindo usar o tempo flertando com alfas em vez de cumprir suas tarefas com qualidade. Naquele momento, ele testemunhava um caso assim.
Ainda se aproximando do caixa, Lucas sentiu um cheiro desagradável e franzo o cenho. A natureza fez com que alfas sentissem o cheiro de ômegas, e ômegas sentissem o cheiro de alfas. Mas para alguns, isso não era suficiente: foram inventados os famosos produtos "Cheiro de Alpha".
Eles intensificavam o cheiro natural de alfas e ômegas, tornando-os mais atraentes aos olhos do sexo oposto. No entanto, havia uma grande desvantagem para esses produtos, já que o cheiro era sintetizado artificialmente, e todos ao redor podiam senti-lo, não apenas o público-alvo.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Cleide Almeida
nossa 😳😬
2024-06-02
5