A manhã de sábado começou de maneira diferente do habitual. Aos sábados, Lucas costumava dormir um pouco mais, depois tomar café da manhã calmamente e fazer a limpeza e a roupa, à noite ele costumava passear pelo parque ou, se o tempo não ajudasse, ir para um café. Mas neste sábado, tudo correu diferente. Ele foi acordado por uma batida na porta. Lucas abriu os olhos, pegou o celular e viu que eram quinze para oito.
- Alguém deve ter se errado de porta - murmurou para si mesmo, virou-se de lado e tentou dormir novamente.
Mas a campainha tocou novamente um minuto depois, e depois mais uma vez.
- O que diabos está acontecendo?! - ele ficou indignado, levantando-se e colocando o roupão por cima do pijama.
Por precaução, ele primeiro foi até a cozinha, depois ao banheiro para ter certeza de que não estava inundando os vizinhos, mas estava tudo normal.
E o visitante desconhecido ainda continuava insistindo com a campainha.
- Quem está aí? - Lucas olhou pelo olho mágico, viu um cara desconhecido.
- Olá! - o desconhecido começou animadamente - Eu sou seu novo vizinho... lá de cima... eu... queria isso... Você... uh... tem uma furadeira?
Lucas olhou surpreso para a porta. Por que seu novo vizinho do andar de cima decidiu procurar uma furadeira às oito da manhã, exatamente com ele, era no mínimo um mistério. Lucas tinha uma furadeira, e uma lixadeira, e uma máquina de polir, e até uma furadeira de impacto.
Por um segundo ele hesitou: deveria ou não deixar o novo vizinho entrar, e era realmente um vizinho? Mas então decidiu que dificilmente um ladrão inventaria uma maneira tão boba de invadir sua casa, e o que ele poderia levar de Lucas?
Ele tirou a corrente da porta e abriu os dois trancas.
- Pode entrar, eu trago para você.
Lucas já estava se virando para ir até a despensa, mas foi puxado pelo braço com força.
- Espere! Eu nem me apresentei!
Lucas se viu praticamente nos braços do rapaz. Um intenso aroma de alfa o atingiu no nariz. O cheiro literalmente o deixou sem ar e sem pensar. Pela primeira vez, ele experimentou uma sensação louca de desamparo e uma leveza incrível. As palavras chegaram até ele como se fossem algodão.
- Meu nome é Ângelo. Ângelo Langnal. Acabei de me mudar para cá ontem. Não por muito tempo, espero, embora agora não saiba mais, mas ainda preciso me adaptar de alguma forma. Mas não há nada no apartamento, exceto papel de parede e encanamento. Acabei de comprar um colchão ontem e dormi nele... carreguei-o comigo... naquela época. Bem... eu não resisti, então vim... fazer um exercício. Sim, atrás da furadeira...
Lucas finalmente conseguiu se recompor. Por algum motivo, seus pensamentos estavam indo em todas as direções, sua mente estava vazia e sua boca estava cheia de saliva. Ele olhou para seu novo vizinho, Ângelo. O cara era alto, como quase todos os alfas.
Lucas estimou que ele tinha pelo menos um metro e noventa. Ângelo tinha a pele morena bonita e olhos azuis penetrantes, destacados por cílios grossos e escuros. Seus cabelos ruivo-acastanhados estavam trançados em várias tranças curtas, que pareciam engraçadas, apontando para todas as direções. Seu corpo definido era bem destacado por uma camiseta apertada e jeans. Comparado a ele, Lucas se sentiu como uma velha senhora miúda. E aquele cheiro incrível. Nenhum alfa antes havia cheirado tão forte e tão agradavelmente para ele.
Recupere o juízo”, implorou o bom senso, “parece que ele não tem nem vinte anos. Ele está apto para ser seu filho.
Suspirando pesadamente, ele se apresentou:
- Lucas Black, moro aqui há dois anos. E se você me deixar ir, trarei uma furadeira para você.
- Desculpe - Ângelo imediatamente afastou a mão - eu não queria.
Lucas deu de ombros e foi até a despensa. Ele não deveria ter tratado o cara daquele jeito, ele foi rude do nada. Afinal, não era culpa de Ângelo que, aos quarenta e um anos de vida, de repente tenha ficado preso às melhores tradições dos romances.
Era até surpreendente que ele tenha conseguido resistir a deixar escapar algo estúpido, como: "Me pegue, eu sou todo seu".
Um cara tão bonito quanto Ângelo, provavelmente tinha o telefone cheio de contatos de ômegas confiáveis, metade da idade dele e muito mais bonitas.
Pegando a caixa com a furadeira, ele voltou para o corredor. Ângelo parecia um pouco chateado. Mas Lucas não conseguia atribuir o humor do alfa ao seu comportamento. Afinal, o cara é um alfa, que importa para ele as palavras de um ômega idoso.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
@lirio_8531
Coroa? Panela velha é que faz comida boa 😋🤭
2024-09-29
3
Tania Maria Rufino
😂😂😂. Com certeza é seu destinado. Idade é só um número.
2024-08-03
2
Ester
misericórdia nem nessa idade ele ficou inteligente com todos os sinais e ele resolveu ignorar afffff é autora deixa ele morrer sozinho merece secar feito ameixa burro burro
2024-06-25
1