Acordo quando o dia começa a amanhecer, os passáros cantavam. Me levanto e vou até a varanda. Raj ainda dormia de bruços no sofá. Seu peito largo, braços fortes mostram que provavelmente ele faz algum exercicío. Abro devagar a porta que dá acesso a varanda. Não quero acorda - lo.
A mansão é linda e há muitas árvores em volta, a propriedade também é grande.
Me perco admirando a vista, quando sinto a presença de alguém. Quando olho para trás Raj está apoiado ao batente da porta, só de cueca e sem qualquer constrangimento.
- Bom dia! Dormiu bem? Ele pergunta.
- Não muito, eu estranhei a cama e o lugar. Eu digo
- Normal! Você se acostuma.
Ele se aproxima de mim, em me encosto no beiral, ele praticamente cola em mim. Raj apoia a mão direita no batente. E com a esquerda afasta meu cabelo no lado oposto.
Com a mesma mão ele empurra meu rosto delicadamente para o lado contrário.
- O que é esse roxo em seu pescoço? Ele pergunta com seriedade.
Rapidamente como se tentasse me proteger, eu levo a mão ao pescoço. O empurro e vou andando em direção ao quarto.
- Não é nada! Eu digo.
Ele me segura pelo braço, me olha nos olhos e diz com ainda mais firmeza:
- Vou perguntar mais uma vez. O que é isso no seu pescoço?
Eu fico envergonhada, não queria falar sobre, não sinto confiança nele. Por mais que até o presente momento ele tenha sido muito legal comigo.
- Não quero falar sobre isso! Eu digo e abaixo a cabeça.
Ele apoia o dedo no meu queixo e levanta meu rosto me fazendo olhar para ele.
- Mas eu quero falar! O que é isso no seu pescoço?
Eu respiro fundo e começo a contar.
- Quando retornei da América soube que estavamos de casamento marcado. E quando me neguei a casar, meu irmão me agrediu. Me segurou pelo pescoço até me tirar do chão. E apertou o meu pescoço com toda força, me sufocando até eu desmaiar, depois me jogou no chão e me deixou abandonada e sozinha. Eu digo e uma lágrima rola em meu rosto.
"Merda, eu demonstrei fraqueza. Se recomponha Kali, eu penso"
Raj seca a lágrima em meu rosto com o dedo.
- Sinto muito que tenha passado por isso. As vezes me envergonho de ser Indiano, por conta dessa cultura machista e abusiva. Ele diz.
Eu olho para sua mão que ainda segurava meu braço. E em seguida olho para ele.
Ele percebe o que meu olhar quer dizer. E rapidamente me solta.
- Desculpe! Ele diz.
- Vou pegar nosso café da manhã e já volto. Ele diz, veste uma roupa e sai. Enquanto eu fico sentada na mesa na varanda.
Pouco depois Raj retorna com uma bandeja com vários alimentos. Eu tomo apenas uma xícara de chá.
- Não está com fome? Ele pergunta.
- Não!
- Quer dormir mais um pouco? Ele pergunta.
- Eu posso?
- Sim, descanse. Eu vou fazer algumas coisas, depois te chamo para irmos à festa. Ele diz.
- Ok! Eu respondo
Eu retorno para a cama, Raj fecha as cortinas que eu nem havia notado que estavam ali. O quarto fica escuro, ele sai e volto a dormir.
- Kali? Kali? Kali? Acordo com Raj me chamando suavemente.
- Precisamos ir. Ele diz.
- Ah sim. Já estou indo. Eu digo.
- Vou te esperar lá em baixo na sala. Ele diz e sai.
Eu me levanto, tomo um banho rápido e me troco. Coloco as jóias e acessórios e desço.
Raj ao me ver se levanta e me olha atento.
- Você está muito linda Sra Sharma. Ele diz.
- Você também Sr Sharma! Eu digo e arrumo o seu turbante. Diferente do dia anterior onde eu usava um vestido vermelho com dourado, hoje estou com um vestido azul com dourado e Raj com o seu traje e turbante no mesmo tom.
Entramos no carro e retornamos para a festa.
Ao chegar tudo já estava animado, os músicos tocando, muita comida e as pessoas se divertindo.
Os amigos de Raj chegam.
- Meu amigo! Diz um deles.
- Desculpe estavamos fora do País. Mas conseguimos chegar.
- Sra Sharma. Diz um deles. Eu apenas aceno com a cabeça.
Ao todo eles estavam em 5 homens. Era nítido que eram solteiros. Eles arrastam Raj para o meio das pessoas e eu fico sentada na poltrona.
A minha mãe se aproxima e se senta ao meu lado.
- Oi filha! Ela diz.
- Oi Mamadi.
- Sra Sharma falou comigo. Do constrangimento e a sua atitude infantil ao se negar a ter intimidade com o seu esposo. Filha o que pensa que está fazendo, é natural a esposa dormir com o seu marido. Ela diz se inclinando para falar comigo.
- Mamadi isso é ridículo. Eu não vou me entregar a um homem que eu não ame. Eu digo.
- Filha não seja ingênua. O amor acontece depois, com o tempo.
- Ha Ha Ha. Mamadi você é engraçada.
- Filha estou te dando um conselho. Você teve sorte...ele poderia ter lhe machucado e ninguém faria nada para te ajudar. Acredite a paciência dele vai acabar. Ele é homem, é só se entregar, ele fica satisfeito e te deixa em paz.
- Mamadi chega! Eu falo.
- Filha eu passei pelo mesmo que você. Era sonhadora e acreditava que poderia mudar o mundo. Mas hoje sei que não posso. Se Pai não foi assim generoso comigo...quando eu me neguei. Ele pegou um chinelo me bateu até eu finalmente deixar ele fazer o que queria. A vida é assim, somos mulheres. Nosso papel é servir. Você se acostuma a isso! Ela concluí.
- Pare! Todo o seu discurso me enoja. Que horrível, Baldi é mais escroto do que eu pensava. E muito me decepciona saber que a Sra deixou de lutar. É por causa de mulheres assim que esse País é tão machista. Raj pode me bater, até abusar se quiser...mas nunca vou fazer algo que eu não queira. Sou uma pessoa, com sentimentos e não o objeto de alguém. Quando eu decidir me entregar...será por amor. Eu digo e me levanto furiosa.
Vou até à mesa e viro meia garrafa de champagne de uma vez. Me sinto tonta, tudo começa a rodar. Fecho os olhos para me adaptar as sensações.
Quando olho, Raj dançava com seus amigos. Raj está a frente do grupo, liderando a coreografia, eu encho outro copo com champagne me sento na poltrona e por sorte Mamadi não estava mais lá.
Raj continua dançando alegre e animado. A música termina e ele vão até à mesa. Conversando e rindo. As duas mulheres que no dia anterior olham para mim com raiva. Se aproximam de Raj e começam a conversar e rir com ele.
Ele se sentia a vontade com elas. Até uma coloca a mão sobre o ombro de Raj e começa a acompanhar o desenho que estava no tecido da blusa de Raj.
Um sentimento de raiva me invade. E vou tropeçando nos meus próprios pés, até ele.
- O que está fazendo Raj Sharma. Eu pergunto enquanto o puxo pelo ombro.
- A sua esposa de mentira está com ciúmes Raj. Diz a mulher que o tocava.
- Esposa de mentira? Eu pergunto repetindo o que ela disse.
- Uma mulher que se nega em dormir com um marido com Raj. É porque tem um casamento de mentira. Se fosse eu nunca faria isso. Ela diz.
- É...mas se contente em saber que você não é. E nunca será. Eu digo e ela fica séria.
- Quanto a você...fico muito feliz em saber que se sente bem difamando a sua esposa. Seu babaca! Eu digo e saiu andando.
- Kali? Kali? Ele me chama.
Raj me puxa pelo braço.
- Me solta seu babaca. Eu digo, puxo meu braço e corro até a área externa, tropeçando.
- Kali, Kali. Ele grita e continua a correr atrás de mim.
Eu paro em frente a escada e me viro para ele.
- Me esquece Raj. Pensei que fosse diferente, mas você não é. Eu digo
Ele vem segurar o meu pulso, mas eu puxo o braço rapidamente o impedindo. Mas com a força que faço, me desequilibro e me dou conta que estou na beira da escada e não há mais nada atrás de mim...
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 77
Comments
Morena🌹
Nossa Kal sério isso? vai envergonhar o Raj🤨que está sendo tão legal com vc
2024-04-16
1
Angela S Silva
se tem tradição tem que seguir
2024-04-08
0
Marcia Toninho
Nossa que escroto contar uma coisa dessa para as outras pessoas 😡😡 já perdeu ponto comigo Raj😡😡😡
2024-04-03
2