Meu destino

"O que foi isso?, eu penso"

Eu estava dançando para Raj. O que é isso!

Eu...eu não posso estar atraida por ele. Não! Não posso!

Essas palavras ficam na minha mente enquanto corro até a varanda e tento respirar.

Quando olho para trás Raj vem correndo.

- Kali? Kali? Ele me chama.

Eu desço o escadaram correndo. Eu queria ficar longe dele. Ele permanece indo atrás de mim.

Quando chegamos perto do portão de entrada, Raj me puxa para ele, me abraça e olha nos meus olhos.

- Calma! Pare de correr! Ele diz respirando ofegante.

- O que você quer Raj? Eu pergunto.

- Sabe como você está? Ele diz.

- Eu...eu estou...eu...

Me perco em seus olhos, o seu perfume delicioso, sua voz marcante...e eu o beijo.

Raj retribui ao beijo, enquanto me segura pela nuca. Seus lábios são pequenos e macios. Sua língua de encontro a minha.

É tudo perfeito!

Até que me dou conta do que eu acabei de fazer. Então me afasto de repente.

- Isso foi um erro Raj. Um erro...eu estou bêbada eu digo.

- Você bebeu? Ele pergunta.

- Sim. Ele me segura pelo braço com força.

- O que você bebeu Kali? Ele diz com certa raiva.

- Champagner! Eu respondo.

- Você sabe que não deve beber. Por que fez isso? Ele diz bem irritado.

- Você não é meu Pai Raj. Me deixa em paz. Eu digo e subo as escadas correndo novamente.

Mas dessa vez ele não corre atrás de mim. Retorno a festa e começo a dançar com as amigas de infância. Pouco depois vejo Raj sentado na poltrona.

Resolvo curtir a festa. Danço, dou risadas, converso.

Depois de um tempo Raj vem até mim. Já era noite.

- Kali estou cansado. Vamos embora! Ele diz.

- Raj estou me divertindo. Espere um pouco. Eu digo

- Não! Eu estou cansado Kali. A festa ainda vai durar mais 4 dias. Terá tempo de sobra para se divertir. Ele diz.

- Nossa, como você é chato! Eu digo e ele segura forte no meu braço.

- Vamos agora! Ele diz e começa a me puxar.

- Me solte está me machucando Raj. Eu digo

- Que Droga! Por que você não me escuta? Ele grita.

Eu puxo o meu braço, fazendo com que ele me solte.

- Não precisa ser assim. Eu digo e vou andando, ele vem atrás de mim.

- Vou pegar as minhas coisas. Eu digo e entro em casa. Vou até meu quarto, pego a pequena mala que eu fiz, olha para meu quarto sabendo que nunca mais irei usa - lo e desço. Raj me esperava apreensivo.

Eu sei o que ir embora significa. Ir para casa com Raj é ter a certeza que de fato serei a sua mulher, e terei que me entregar à ele. E essa ideia me assusta.

Um carro de luxo para no portão de entrada. Eu e Raj entramos no banco de trás e o carro parte rumo ao meu destino.

Cerca de 40 min depois chegamos a uma mansão enorme. Era umas 3 vezes maior do que a casa de meu pais.

O carro para na porta de entrada e um jovem abre a porta.

- Boa noite Sr! Diz o rapaz.

- Boa noite!

- Sra! Seja bem-vinda! Ele diz e abaixa a cabeça.

- Obrigada! Eu digo.

Entramos na casa, todo o teto, portas e janelas possuem arcos. As paredes são amarelas e os beirais todos de tijolos vermelhos. Colunas redondas e muita, muita luz. A sala é enorme, luxuosa e moderna.

- Quer comer ou beber alguma coisa? Raj pergunta.

- Não! Obrigada! Eu respondo.

Ele segura na minha mão, passamos as colunas e subimos uma escada toda de mármore.

Seguimos por um corredor e ao fim do corredor temos uma enorme porta de madeira, como de castelos antigos. Também em formato de arco. Com duas colunas menores com luzes em cima e dois jaros grandes ao lado das colunas e um tapete simples na entrada.

Raj abre as portas e o quarto era simplesmente gigante. De frente há janelas e uma porta de acesso à varanda. Uma cama enorme, um sofá enorme em frente a cama, em uma distância bem grande. E de frente para o sofá. Uma televisão.

A cama estava cheia de pétalas de flores, com velas ao lado. Um cheiro de mirra inundava o ambiente.

- Fique a vontade para conhecer seu novo quarto. Diz Raj.

Vou até à porta que dá acesso à varanda, a varanda tem o comprimento do quarto e dá vista para parte de trás da casa. Onde fica a piscina.

Quando retorno para o quarto, Raj estava apenas com a calça, sem o turbante e sem a camisa. Ele se deita na cama e me chama:

- Vem Kali! Senta aqui. Ele diz.

Meu coração dispara.

- Eu...eu dancei muito...estou suada. Gostaria de tomar um banho. Eu digo.

- Ok! O banheiro é nessa porta ao lado da tv. Ele diz.

- Certo. Obrigada.

- Quer companhia? Ele pergunta.

- Nãããoooo!! Eu respondo rapidamente.

Ele fica sem jeito.

- Estarei aqui então. Ele diz.

E abro a pequena mala que trouxe, pego minha roupa e corro para o banheiro. Tranco a porta e tomo um banho. Eu não queria me entregar a ele, somente para o homem que eu amar. Mas como farei isso? Como vou dizer isso a ele? E se ele ficar bravo e se ele me fizer algum mal?

São tantos os relatos e casos em que o marido obriga e abusa da mulher. Os homens aqui são machistas e egoistas. Acreditam que a mulher serve apenas para servir e realizar as suas vontades.

E se Raj for assim? E se ele pensar assim e me machucar.

Me lembro que uma amiga de infância, se casou assim como eu...e na noite de nupcias foi abusada pelo marido com tanta violência que ela sofreu uma hemorragia e morreu.

Ah e se ele fizer o mesmo comigo. O medo e desespero me atingem e eu começo a chorar.

"Se acalme Kali, se acalme, eu penso"

O jeito vai ser falar a verdade e enfrentar as consequências. Infelizmente meu destino está nas mãos de Raj...

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