Não vou aceitar

Como é?? Eu digo furiosa.

- Pode ficar brava o quanto quiser. Não vai e acabou. Ele diz.

- Ha Ha Ha! Eu estudei mais de 8 anos para quê? Eu pergunto.

- Conhecimento Kali! Conhecimento!

- Ah que ridículo. Só falta dizer que foi para ser a esposa mais instruída da Índia. Eu digo com ironia.

- Não preciso dizer, você acabou de falar. Ele diz e dá uma piscadinha.

- HHaaaaaaaa!!! Eu grito de raiva.

- Eu não vou concordar, com esse absurdo. Eu digo.

- Não é questão de concordar ou não. Eu não vou permitir e ponto final. Ele diz e sai andando. Abre a porta e bate ela ao fechar.

Eu vou até o banheiro, me troco e desço. Mais irritada do que antes.

Todos estavam tomando café na sala de jantar.

- Bom dia Kali. Diz Baldi.

- Bom dia! Eu respondo, pois Baldi não estava presente enquanto o meu Baldi me batia. Talvez não concordasse. Isso eu ainda vou descobrir.

- Raj precisamos conversar e é sério. Eu digo.

Raj estava comendo e permanece comendo, sem nem olhar para mim.

Mamadi me olha de cima a baixo. Com cara de nojo.

- Pensei que você nem levantaria hoje. Ela diz com ironia.

Baldi limpa a garganta como se desse um sinal para ela calar a boca. Ela olha para Baldi e movimenta a cabeça como se dissesse "o que foi?".

- Sra Mahara o meu nome é Kali, significa Sra da Destruição, não será um cinto que vai me derrubar. Eu digo.

- Que desrespeito! Deve me chamar de Mamadi. Ela diz.

- Quem quer respeito respeita também. Para te chamar de Mamadi no mínimo deveria se comportar como uma mãe. E a Sra está bem longe disso, afinal mandou a sua filha de 7 anos para um Retiro. Eu digo a enfrentando.

- Escuta aqui...ela tenta dizer mas Baldi aperta o seu braço. E ela para de falar.

- Kali cale a boca. Diz Raj com grosseria, ainda sem olhar para mim.

- Resolveu quebrar o silêncio...marido! Eu digo com ironia.

- Kali estou tentando terminar a minha refeição em paz. Ele diz irritado.

- Isso é problema seu. Precisamos conversar e você vai me ouvir. Eu digo.

Todos olham para Raj.

- Não temos nada para conversar. Já está decidido.

Agora todos olham para mim.

- Raj vamos conversar em particular. Eu digo em tom mais brando.

Todos olham para Raj.

- Não Kali Sharma. Ele diz sem olhar para mim.

Todos me olham.

Eu me irrito profundamente, pego a jarra de suco que estava sobre a mesa e virona cabeça de Raj.

- Oooooohhh! Todos dizem em coro.

- Baguan Kelie! (Meu Deus) Diz Baldi.

Raj me olha e se levanta todo molhado.

- Você ultrapassou todos os limites. Ele diz calmamente. Enxuga o rosto numa toalha que havia na mesa e se aproxima de mim. Me segura pelo pulso e me sai me puxando.

- Me solta! Está me machucando Raj. Eu digo.

Ele para de andar enquanto subiamos as escadas, me solta, me olha sério e diz:

- Que merda você está tentando fazer? Me desrespeitando na frente da minha família e desrespeitando a minha Mamadi.

- Isso é piada né? A sua Mamadi está sendo ironica falando da surra que eu levei e vem dizer que eu sou culpada? Ficou surdo de repente. Eu digo.

- Sobe Kali! Ele diz e eu vou andando na sua frente. Quando me aproximo da porta ele dá um tapa no meu bumbum.

- Pare com isso Raj. Eu digo irritada e ele ri.

- Não! Esse bumbum é meu! Ele diz e me abraça.

- Sai! Você está molhado. E...grudento. Éca!!! Eu digo e o empurro.

- Quem mandou jogar o suco em mim. Agora aguenta. Ele diz e me abraça de novo.

- Para Raj! É sério. Eu digo e o afasto.

- Eu quero ir trabalhar. Eu estudei para fazer algo de bom para o nosso povo. Eu digo com a voz presa a garganta.

- Eu sei disso! E não tenho dúvidas. Mas é perigoso. Você terá que andar sozinha. Eu não posso te levar e buscar todos os dias. As mulheres aqui são assediadas e estupradas quando andam sozinhas. E tem mais você poderá ser desrespeitada, agredida por algum paciente ou familiar simplesmente por ser mulher. Não quero que nada lhe aconteça. Ele diz.

- Se tiver que acontecer, acontecerá! Você estava comigo, e mesmo assim eu apanhei! Eu digo.

- Kali não diga isso, me sinto culpado. Ele diz.

- Não sinta! Eu estou te mostrando que há destinos que não podemos mudar. Hoje pode ser ruim, mas tudo tem um propósito. Eu digo.

- Eu adoro o seu otimismo, e o seu amor pelo nosso país. Mas não vou arriscar a sua segurança. Sinto muito! Ele diz e vai arrancando a roupa molhada enquanto anda em direção ao banheiro.

- Raj me escute...eu tento dizer, mas ele fecha a porta do banheiro.

Eu desço pego uma bandeja e separo as coisas para tomarmos café. Já que eu atrapalhei o Raj.

Enquanto eu pegava os alimentos, Mamadi se aproxima.

- Você é mesmo insolente e mal-educada. Não vou permitir que trate assim o meu filho, você...

- E vai fazer o quê? Eu digo a interrompendo, e me colocando cara a cara com ela.

- Eu não ligo para seu dinheiro, seu status, sua família, ou esse casamento arranjado. O que me fizer devolverei dobrado, e eu vou adorar enfiar a mão nessa sua cara plastificada. Eu digo firme olhando nos seus olhos.

Ela arrega - la os olhos e dá um passo para trás.

- Meu filho não irá permitir isso! Ela diz levantando a cabeça e estufando o peito orgulhosa.

- É...depois que eu te arrebentar, ele não terá muito o que fazer. Ou ele vai querer me bater ou se separar. E a Sra já viu que nenhuma das opções me assustam. Me deixe em paz, deixe o nosso relacionamento em paz e viveremos em harmonia. Do contrário a Sra já sabe o que lhe espera. Eu respondo

- O seu Baldi é bem esperto. Aceitou esse casamento para se livrar de você. Ela diz

- Isso é um problema seu e dele. Não meu! Eu digo pego a bandeja e subo sem olhar para trás.

Coloco a bandeja na cama e me sento perto. Raj sai do banheiro secando o cabelo na toalha.

- O que é isso? Ele pergunta.

- Aceita tomar café comigo? Eu digo de forma meiga.

Raj sorri e diz:

- Sim, com certeza. E se senta do outro lado da bandeja.

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