Sua dança

RAJ:

- Kali precisamos conversar.

- Pode dizer querido marido. Ela responde com ironia.

Percebo que Kali será um grande desafio. Mas não sou o homem que foge de desafios.

- Olha Kali, eu sei que o casamento não é algo que escolhemos. Mas pecisamos respeitar um ao outro, ou do contrário isso não dará certo. Eu digo

- Querido marido. Essa é a minha intenção. Eu fui sim, obrigada a casar com você. Mas não sou obrigada a fingir, para que você se sinta melhor, com essa merda toda. Sinto muito! Ela diz.

- Estou falando com você de forma respeitosa. Querendo ou não, iremos conviver e não vejo motivos para você tornar isso ainda pior. Agora se levanta, nós vamos à festa. Eu digo com seriedade.

Ela se levanta contrariada, e me acompanha. Quando estavamos chegando próximo onde a festa acontecia. Eu viro para ela, olho em seus olhos e digo:

- Mamadi é a mulher mais velha da casa. Você deve respeita - la. Pois antes de qualquer tradição, ela é a minha mãe. E não vou permitir que você a desrespeite. Fui claro? Eu pergunto.

Ela me olha com certo espanto e fica calada.

Eu levo as mãos ao seu cabelo para arrumar a tiara. Ela se retraí ao meu toque e fecha os olhos como se esperasse uma reação agressiva.

- Pronto! Agora está no lugar. Vamos! Eu digo, seguro em sua mão e entramos na festa.

Como sou diplomata tenho alguns amigos de outros países que foram convidados a festa. Mais com a intenção de manter relações, do que com a intenção de compartilhar esse momento.

Por causa deles, havia algumas bebidas alcoolicas, como vinho e champagner. O que não é comum em nossas tradições. Para os indus bebida com álcool, não é bem vista.

Puxo Kali pelas mãos e vamos falar com as pessoas, agradecer à presença e perguntar se estava tudo do agrado, se precisavam de algo.

Me causou um certo espanto a simpátia, os sorrisos e as palavras doces que Kali dizia ao me acompanhar.

- Obrigada por estarem conosco, nesse momento tão importante para mim e para Raj. Estamos honrados em recebe - los. Ela dizia toda meiga, sorridente e alegre.

O que me causava um certo desconforto, mas como estava ao meu favor, decidir não dizer nada.

Seguimos até chegar em um dos homens mais importante da festa.

- Sr Montes. É um prazer recebe - lo. Eu digo.

- O prazer é meu. Meu amigo Raj. Ele diz.

Kali sorri e estende a mão para cumprimenta - lo.

- Que festa linda e animada. Ele diz.

Realmente as pessoas riam, conversavam, dançavam e comiam. Todos bem alegres.

- Sim, nós sabemos como festejar. Eu digo.

- Eu amo histórias de amor. Como vocês se conheceram. Pergunta a Sra Montes, esposa do Sr. Montes.

Eu não sabia o que dizer. Não sabia como explicar a alguém de outra cultura que nós não escolhemos.

- Aqui na Índia as famílias se conhecem e quando nascemos já somos prometidos por nossas famílias. Nessa convivência o amor aconteceu. Mas nem teria como não acontecer Sra Montes. Raj é esforçado, inteligente, gentil e muito bonito. Kali diz dando uma piscada para ela.

- Ah que lindo. É tão gostoso encontrar alguém que nos faz tão bem. Ela responde e abraça seu esposo.

Kali beija a minha mão e olha em meus olhos e diz:

- É maravilhoso! Com um sorriso tão lindo que me tirou o fôlego.

- Aproveitem a festa. Se precisarem de algo só chamar. Vamos falar com os outros convidados. Kali diz e nos afastamos.

Eu puxo ela pela mão para que fique frente a frente comigo.

- O que foi isso Kali? Eu pergunto

- Não fui convincente? Ela pergunta.

- Quem é você? Eu pergunto buscando respostas que dificilmente obteria.

- Anda Raj, temos outras pessoas para falar. Ela diz e me puxa pela mão.

Após falar com todos, nos sentamos em nossas poltronas.

- Ainda precisa de mim? Ela pergunta.

- Porque? Onde você vai? Eu pergunto.

- Beber algo, estou com sede. Ela responde.

- Pode ir. Fique a vontade.

Eu fico sentado observando a festa. Vejo Kali de costa, em frente à mesa de comidas e bebidas. Vejo que ela bebe uns três copos de algo.

Deve estar mesmo com sede.

Ela segue até o grupo que tocava e animava a festa.

Ela diz algo o cantor, e ele fala com o restante da banda.

Quando a música começa a tocar. O rapaz começa a cantar.

...Bekhayali (Sachet Tandon)...

...Até sem pensar em você, eu acabo pensando...

...Bekhayali mein bhi tera hi khayaal aaye...

...Por que essa separação é necessária? Me veio essa pergunta...

...Kyun bichhadna hai zaroori ye sawaal aaye...

...A alegria da sua proximidade foi impossível descrever...

...Teri nazdeekiyon ki khushi behisaab thi...

...A distância de você me atingiu fortemente...

...Hisse mein faasle bhi tere bemisaal aaye...

...Eu estou longe de você...

...Main jo tumse door hoon...

...Por que deixaria essa distância permanecer?...

...Kyun door main rahoon...

...Eu sou seu orgulho...

...Tera guroor hoon...

...Venha, faça essa distância desaparecer...

...Aa tu faasla mita...

...Você me conheceu como um sonho...

...Tu khwaab sa mila...

...Então por que deixaria esse sonho quebrar?...

...Kyun khwaab tod doon oo...

...Até sem pensar em você, eu acabo pensando...

...Bekhayali mein bhi tera hi khayaal aaye...

...Por que você se separou de mim? Me veio essa pergunta...

...Kyun judaai de gaya tu, ye sawaal aaye...

...Eu estou um pouco irritado comigo mesmo...

...Thoda sa main khafa ho gaya apne aap se...

...Eu também estou um pouco angustiado com você sem motivo [...]...

...Thoda sa tujhpe bhi bewajah hi malaal aaye...

......Oh mundo, me testa, eu não vou ficar chateado por isso...

...Aa zamaane aazma le roothta nahin...

...Mesmo com a distância, minha esperança não se quebra...

...Faaslon se hausla ye toot'ta nahin...

...Ela não é infiel e eu não sou infiel...

...Naa hai woh bewafa aur na main hoon bewafa...

...Ela é como meu hábito, não sai de mim...

...Woh meri aadaton ki tarah chhoot'ta nahin...

Kali vem andando pelo meio do pátio. Com passos suaves e delicados com seus olhos ligados aos meus.

No meio do pátio ela começa a dançar.

Os movimentos dos seus braços e mãos. Um olhar hipnotizante. Os seus passos leves,me fazem ter a impressão que ela flutuava. Ela mexe o quadril, os braços e gira.

Sem tirar os olhos dos meus.

É lindo, é sedutor e é atraente.

Quando percebo estou excitado. Por sorte minhas vestes são longas e largas o que mantêm a discrição.

Ela continua a dançar. A dança, a letra da música, a melodia...tudo é muito marcante.

O meu coração dispara, a minha respiração fica ofegante...

"O que está acontecendo comigo, eu penso"

Ela vai dançando e andando na minha direção. Até chegar a poucos centímetros da minha poltrona. Todos param para admira - la. E por sorte, ela é toda a minha.

Ela dança lindamente.

Eu me levanto, sem tirar os olhos dela. E me aproximo, quase encostando nela.

Mas de repente ela para. Uma lágrima corre em seu rosto. E ela saí correndo em direção a área externa.

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