Capítulo 08

Marco: — Hoje faz 15 dias que o Damon está internado na clínica de reabilitação. Assim que o efeito das drogas passou, Damón aceitou o tratamento para se recuperar dos vícios. Lino me falou que quando ele despertou do desmaio, causado pela surra que Vanessa deu nele, Lino contou que eu estava vivo. E quando o efeito das drogas passou ele perguntou aos profissionais que estão cuidando se era verdade que eu estava vivo ou se ele estava sonhando.

Sentado em um sofá em uma sala de visitas da clínica, esperando ansioso por meu filho, ao mesmo tempo temeroso pelo que vou dizer a ele. O vejo entrar, apesar de estar aqui a apenas quinze dias Damon está visivelmente com uma aparência melhor. Ele fica parado me encarando e eu abro os braços para ele, diferente do meu pai que nunca demonstrou amor por mim, eu sempre fui um pai amoroso para Damon. — Filho.

Damon: — Pai, você está vivo.

Marco: — Ele fala emocionado e não tem como as lágrimas não escorrerem pelo meu rosto. — Vem, vamos nos sentar precisamos conversar.

Damón primeiro eu quero deixar claro que fiquei muito feliz por você ter aceito o tratamento.

Damón: — Fiz isso por mim e por você pai, quando soube pelo Lino que você estava vivo, decidir mudar a minha vida não sei se ainda há tempo para consertar as coisas.

Marco: — Nunca é tarde demais. Quero que me ouça com atenção. Você é meu filho e sempre será meu filho Damon nunca esqueça disso.

Agora eu preciso te dizer que a sua mãe e Saulo me traíram, foram eles que planejaram o meu acidente. Eu os matei, Damon. Espero que você me perdoe por isso.

Damon: — Eu não consigo sentir nada quanto a isso pai, eu já sabia que sou filho dos dois. Lembra do dia que te liguei dizendo que ia passar o fim de semana em casa e você me disse que estava na em Boston mais que chegaria naquele mesmo dia a noite em casa e nós combinamos de jantar juntos?

Marco: — Sim e quando cheguei a sua mãe me disse que você precisava voltar e você me confirmou isso.

Damón: — Eu precisei voltar naquele dia, porque vir a mulher que eu mais amava nesse mundo e que chamava de mãe na cama com outro homem, traindo a outra pessoa que eu mais amava e admirava na minha vida. Quando quis matar o desgraçado do Saulo, ela gritou para mim que ele era o meu pai, e que eu seria morto por ser um bastardo. Naquele dia a minha vida acabou, aquela mulher a quem chamava de mãe deixou de ser a minha mãe. Juro para você pai que eu não sinto nada com a morte deles. Eu quis tanto te contar pai, mas ela disse que antes de ela ser morta quem morreria era você. Naquele dia eu bebi, eu me droguei a ponto de desmaiar. Foi ali que eu consegui esquecer tudo o que eu vi e tudo o que eu soube. E eu comecei a buscar cada vez mais esse esquecimento. Quando veio a notícia da sua morte foi ainda pior, eu me afundei ainda mais. Quando Sônia veio com a história de casamento, pra falar a verdade eu nem me lembro direito. Sei que tudo o que ela fazia era me atormentava era por um neto.

Marco: — Porra filho poderia ter me contado. Eu poderia ter evitado tudo isso, mas agora isso não vem mais ao caso.

Damon, você sente algo pela Vanessa?

Damon: — Não, se eu te contar que me lembro dela como se fosse um sonho?

Marco: — Sonho ou não o que você fez não tem justificativa, você marcou aquela menina pra sempre filho. Aquilo não se faz. Surrar uma mulher porque o seu pau não levanta? Nada justifica a sua agressividade com ela.

Damón: — Eu sei pai, eu destruí a vida daquela garota. Liberte-a deste casamento, se é que podemos chamar isso de casamento, espero um dia poder pedir perdão por tudo o que eu fiz. Não espero que ela me perdoe, mas pedirei mesmo assim. Der a ela uma indenização pai. Não vai apagar nada mais irá ajudá-la.

Quando digo que não me lembro de quase nada dos momentos em que estive com ela eu não minto pai, eu realmente me tenho vagas lembranças como se fossem sonhos entre cortados. Mas me lembro que sempre era a agredindo, eu nem se quer sei se chegamos a consumar o nosso casamento, pelo que me lembro e pelo que falou certamente não. Que monstro eu me tornei.

Marco: — A fortuna da sua mãe irá toda para uma conta nova que mandei fazer em seu nome que só terá direito quando estiver completamente recuperado. Metade desse dinheiro vai para Vanessa, ela ainda não sabe, mas receberá isso como indenização.

Damón: — Então já entrou com o pedido de divórcio? Acredito que não será fácil fazer isso diante da máfia.

Marco: — Não, o seu casamento não foi consumado e eu o destituí da máfia, acredito filho que se você quer mesmo se manter limpo, deve se manter longe desse mundo. Quando estiver pronto e formado abriremos ou compraremos um negócio de sua escolha para que possa recomeçar.

Damon: — Obrigado pai. Vejo que ainda me ama, que ainda pensa em mim como seu filho.

Marco: — Já disse que você é o meu filho e isso nunca mudará assim como o amor que sinto por você. Mas não vou passar a mão na sua cabeça, para ter algo de mim precisa demonstrar sua mudança, palavras bonitas são fáceis e o seu caminho para me mostrar que mudou não será fácil. O Santino virá, assim que a anulação do divórcio ficar pronta para você assinar.

Serei o tutor de Vanessa, ela continuará morando na lá em casa por um tempo, a matriculei em uma faculdade. Acho que era o mínimo a se fazer por ela, depois do estrago que você fez.

Damon: — Sim. Pai? Tem algo a mais que queira me contar?

Marco: — Sim, Lino é seu tio, meu irmão filho do seu avô.

Damon: — Caramba, isso foi surpreendente. Como você está quanto a isso?

Marco: — Fiquei feliz, nós sempre fomos melhores amigos. Dei a ele tudo o que ele tem direito. O reconheci perante a máfia como meu irmão.

Damon: — Caralho e aqueles velhos não foram contra?

Marco: — Você me conhece, um morto e algumas ameaças e tudo resolvido, mesmo assim estou tendo alguns soldados infiltrados na máfia para ficar melhor informado eles que não tente nenhuma gracinha. Lino agora é o meu consigliere.

Damon: — Pai, você é demais, mas quando perguntei se tinha algo a mais para me contar, me referia a outra coisa, seus olhos estão brilhando seu semblante nunca foi tão leve e quando falou o nome de Vanessa eu entendi que a algo aí.

Marco: — Tá tão na cara assim? Ou será que eu é que não quero aceitar que estou sentindo algo por ela. Me desculpe filho.

Damón: — Ei, pai, não faça isso com você. Eu não escolhi me casar com ela e nem ela comigo. Fui um monstro com ela eu nem me lembro dela direto pai, se você sente algo e for recíproco porque não? Ela logo estará livre desse casamento maldito.

Marco: — Obrigado filho. Vamos ver o que vai acontecer vou esperar o divórcio sair, acredito que ela não é indiferente a mim, mas é tudo muito recente e pra falar a verdade eu sempre respeitei a sua mãe, mas não casei com ela por amor, claro que cheguei a gostar dela em certo momento mais nada tão forte que eu poderia dizer que é amor, talvez uma paixão pelo início do casamento. A sua mãe fingia me amar muito bem.

Damon: — Não quero mais falar nela, pai me faz mal, as lembranças que tenho da Sônia. O meu corpo começa a cobrar o seu vício e uma dor de cabeça forte se inicia, minhas mãos tremem, eu preciso dela, preciso da droga, do álcool, mas eu não quero. — Saia daqui pai, por favor.

Marco: — Porque o que tá acontecendo? Porque está tremendo assim?

Damon— Por favor, pai. Não venha mais. Não enquanto eu não estiver bem. Diga ao Lino que estou feliz por ele ser o meu tio. — Seja feliz pai. Eu te amo.

Marco: — Ele fala segurando a cabeça, o corpo dele treme e começa a soar. Sei que isso é o início de uma crise de abstinência. Por mais errado que meu filho seja, ele ainda é o meu filho, farei tudo que estiver ao meu alcance para que ele volte a ser o Damon que um dia foi, mas para isso ele vai ter que se recuperar. — Eu te amo filho.

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Recadinho da autora...

Que difícil situação do Marco, mas acredito que ele cumpriu bem com o seu papel de pai. Damon nada justifica o que você fez com a Vanessa. Sônia eu nem sei dizer que tipo de mãe é você.

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