Para um bom entendedor meia palavra basta, eu fui entendendo o que aquela mulher estava passando. Eu precisava de mais detalhes sobre a vida dela e fazer uma análise melhor.
— Quanto tempo levou para senhora se recuperar e levar uma vida normal? — Perguntei a ela.
— Dez anos sofrendo luto, e para aliviar a minha dor mergulhei a minha cabeça no trabalho, afinal de contas eu tinha uma empresa que precisava de alguém para seguir adiante. Após dez anos sofrendo luto e mergulhada numa depressão profunda, comecei a me divertir e recuperar o tempo perdido.
— Comecei a frequentar academia e cuidar da minha saúde física e mental. Não queria mais me envolver emocionalmente com mais ninguém, não conseguia confiar em ninguém sem saber porque? Passei dez anos chorando a morte do meu marido, e quando resolvi mudar a rotina de não ficar trancada dentro de casa nas minhas folgas, mesmo estando carente de afeto e carinho, mesmo sentindo falta do meu falecido marido estava ciente de que nenhum homem valia a pena investir, até porque eu sabia que nenhum deles faria eu esquecer do meu falecido marido. Até porque homem igual ele não existe mais hoje em dia. Hoje estou mais madura e segura de mim mesma, contrariando os sonhos dos meus pais que querem que eu me case e dê um neto pra eles. Já que eu sou a filha única e eles até desconfiam que eu seja lésbica por não querer nada com os homens, e o fato de eu ter mais amigas mulheres do que amigos homens.
Não tiro a razão deles por causa da modernidade de hoje em dia em que as pessoas são mais liberais. Mas eu gosto de homem, só para sexo quando estou carente, mas nada de me apaixonar por ninguém, sou livre e desimpedida. E feliz assim.
— Mas então porque dessa foto no seu celular? — Perguntei a ela.
— Como eu estava dizendo, eu nunca quis saber de ninguém até aparecer aquela foto no meu celular.
— E como surgiu essa foto no seu celular?
— Aí é que está, não consigo lembrar onde foi, até porque eu costumo sair muito com as minhas amigas, e o que mais frequentamos são restaurante e bares todas as sextas feiras, e onde eu costumo ir sempre tem muita gente, acredito que foi num dia desses em que estávamos bebendo muito. E sempre tiramos fotos quando estamos em grupo em bares em todos os lugares por onde vamos, e como não costumo muito ficar olhando em volta para saber quem está olhando ou não.
Às minhas amigas que são separadas, outras solteiras ficam caçando e paquerando homens por onde elas vão. Então não percebi se de fato esse garçom chegou a servir a gente. E só me dei conta quando cheguei em casa e comecei a olhar as fotos para compartilhar nas redes sociais, só que essa foto não consegui compartilhar com medo que alguém pudesse interpretar alguma coisa, ou criar fantasia sobre mim. A minha amiga que bateu a foto não se deu conta que o garçom estava próximo servindo outra mesa perto de nós e ele acabou saindo junto na foto.
E isso virou uma obsessão. Não consigo esquecer esse
homem que tem a mesma semelhança do meu falecido marido. A forma física é igual ao cabelo preto olhos castanhos cor de mel, cabelo preto bem penteado curto. E o que mais me intriga é que ele é lindo e musculoso igual ao meu falecido marido. Mostrei a fotografia para minha mãe que também ficou impressionada pela semelhança com meu falecido marido. E meu pai também, eu preciso encontrar esse homem se não vou acabar enlouquecendo, quando tudo estava superado pela perda dele, e me aparece essa fotografia para me atormentar a minha vida de novo.
— E você não lembra onde foi que aconteceu esse incidente? — Perguntei para ela.
— Não, já perguntei para as minhas amigas se elas também acham parecido. Elas não conheceram meu marido pessoalmente, mas pelas fotografias acharam que são idênticas, me senti aliviada porque eu achava que estava ficando louca, mostrei a fotografia para a minha, ex sogra mãe do Arthur, meu falecido marido.
— E qual foi a reação dela? — Perguntei.
— Ela teve um desmaio ao ver a foto que eu mostrei. Ela deu um grito.
"É meu filho! Ele está vivo, vamos procurar ele naquela mata onde caiu o avião.
— Ela sofreu muito com a perda do único filho, assim como eu, ela também não se conformou com a morte trágica do filho. Ela sempre me dizia que era ela que devia estar morta no lugar dele, o meu sogro também não aceitava a morte do único filho.
Eu acho que cometi um erro mostrando a foto para a minha sogra. Porque mexeu com as feridas não cicatrizadas que ainda estavam vivas e com a alma sangrando por dentro.
Ela queria ter certeza se de fato o filho dela morreu? Porque quando o avião caiu pegou fogo na tribulação antes de aterrizar e quando chegou os carros do corpo de bombeiros encontraram os corpos carbonizados que foi difícil os familiares reconheceram os corpos das vítimas, há não ser pelos objetos que elas usavam. E minha sogra acreditava que o Arthur poderia ter sido salvo antes do avião incendiar.
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Atualizado até capítulo 70
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