CAPÍTULO 11

Seria doloroso demais se eu dissesse que suspeitava de quem foi o responsável pela morte do primeiro filho dela. E mais talvez não acreditasse e nunca mais aparecesse no meu consultório, apenas disse que estaria investigando as causas do menino que tinha medo toda vez que o tio se aproximava.

Agora vem a parte mais difícil. Conversar com o garoto e tentar arrancar o máximo possível dele sem assustar o garoto, era parte sensível do menino que eu precisava ter todos os cuidados, até porque era um processo doloroso e eu queria ajudar o menino da melhor forma possível, embora tivesse minhas ambições interesse no caso de desvendar esse mistério, outra coisa que eu não estava entendendo era o fato de eu estar me apegando no menino de uma forma especial, eu achava que aquele garoto precisava de atenção e carinho, algo que ele não estava tendo pelos pais. É óbvio que eu não queria cobrar isso dos pais dele, pelo menos por enquanto.

Enquanto o detetive que eu contratei fazia o trabalho particular que eu recomendei eu cuidava de outras pacientes. A minha vida não podia parar só naquele caso, cada dia tem um paciente diferente que mais tarde vou relatar. Quando o garoto entrou na minha sala me abraçou forte como nunca ninguém me abraçou daquela forma. Acredito que pelo fato dos pais do garoto não terem se conformado com a perda do primeiro filho que foi assassinado e deixaram ele de lado.

E isso estava me deixando emocionado com as atitudes do menino, eu também estava me apegando demais nesse garoto sem eu entender porque, estava me envolvendo tanto e não podia perder o foco nos meus objetivos que era desvendar esse mistério.

Pedi para o garoto sentar e me contar o que estava acontecendo. Embora eu já estivesse sabendo o que ele ia me relatar.

— Então o que tem de novo para dizer ao meu amigo?

— Muitas coisas, doutor!

— Tipo o que, por exemplo?

— Tenho pesadelos!

— Que tipo de pesadelos? — Perguntei a ele.

— Sonho que meu tio está apontando uma arma na minha direção e me mata, e me joga num penhasco que não sei onde fica. — Fico paralisado quando ouço o menino relatar esse fato que deve ser muito doloroso, confessar o crime do seu próprio tio quando na verdade era ele sendo a vítima sem ele saber que de fato aconteceu na outra vida.

E como explicar para o garoto que realmente foi ele na outra vida? Um garoto de 5 anos que não tem noção do que está acontecendo. E quando eu ouvi o garoto confessando isso, eu senti até uma tontura sem condições de continuar. Tive que levantar da cadeira e dar uma voltinha até a janela da sala para pegar o vento no rosto. E não deixei o garoto perceber que eu não estava me sentindo bem. Era uma pressão psicológica de ansiedade, que estava tomando conta de mim, mergulhei numa situação, e não estou conseguindo chegar nela. Embora eu tenha certeza que de fato é o rapaz que foi assassinado há mais de 5 anos, e voltou para esclarecer tudo. A pergunta que não quer calar? O garoto está voltando para fazer justiça ou vingança? Como ele vai lidar com isso? Com esses sentimentos contraditórios, sentindo ódio do tio e medo ao mesmo tempo. Um garoto de 5 anos que não sabe o que está acontecendo a sua volta desacreditado pelos próprios pais, que acham que ele está louco e me procuraram como psiquiatra como se ele tivesse um problema mental quando na verdade o menino é muito inteligente que não tem nenhum problema psicológico, é apenas lembranças de outras vidas. Os pais que são ateus e dificilmente vão acreditar se eu disser que o filho foi assassinado, e voltou! E que eles estão correndo risco de vida, porque o principal suspeito é irmão do pai do menino?

Após ter pegado um pouco de vento no meu rosto eu me acalmei. Eu estava muito ansioso para saber mais detalhes, tive a sensação de que o garoto queria falar tudo o que estava se passando pela mente dele. Esse fato ele não contou para os pais dele, talvez por eles não acreditarem nele. Então comigo ele sentiu-se à vontade. Eu pedi para ele não se preocupar que tudo ia ficar bem, que ele podia confiar em mim que era a melhor coisa para ele se sentir melhor que era desabafar. É claro, que eu sabia do que se tratava! Mas eu precisava de mais informações. Eu tinha certeza que ia chegar aonde eu queria. Eu sabia que o tio do menino era um assassino. A pergunta que não queria calar? E as provas como o detetive ia conseguir fazer com que o verdadeiro assassino fosse preso em flagrante? E para isso ela precisa encontrar provas até para convencer o júri e o juiz de que ele foi o autor do crime. Porque afinal de contas o rapaz que foi assassinado desapareceu há mais de 5 anos, e não foi encontrado o corpo.

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