CAPÍTULO 9

Pedi para o garoto ir até a mãe dele e pedir para que ela entrasse, a conversa tinha que ser com a mãe do garoto, queria saber qual era a relação dela com o cunhado, a conversa tinha que ser longe do marido.

Já que se tratava do irmão dele. E quando ela entrou ficou um pouco assustada achando que eu tinha alguma coisa grave sobre o filho dela.

— O Doutor quer conversar em particular comigo?

— Sim, sente - se, por favor, porque temos um assunto delicado para ser tratado e tem que ficar entre nós.

— É tão grave assim a ponto do meu marido não poder saber? Já que nunca escondi nada dele.

— É um pouco complicado, quando eu tiver certeza seu marido vai ficar sabendo a respeito. E não se trata de esconder nada do seu marido. O que eu preciso saber é porque seu filho tem medo do tio que é irmão do seu marido. Talvez a senhora não esteja à vontade para responder a pergunta que eu vou lhe fazer.

— E que pergunta é essa? — Perguntou ela curiosa.

— A senhora confia no seu cunhado? — Quando perguntei sobre a confiança no cunhado dela, deixou um pouco perturbada, só eu não sabia se era medo ou estava surpresa com a minha pergunta.

— Porque o doutor está me perguntando sobre meu cunhado? — Perguntou ela pra mim sem ter certeza porque queria saber do meu interesse.

— Porque seu filho tem medo dele, qual seria o motivo? O que seu cunhado teria feito? A senhora não desconfia de nada? — Ela ficou calada sem saber qual resposta deveria me dar.

— Doutor, pra mim é difícil falar a respeito do meu cunhado irmão do meu marido que eu amo, ele confia e ama seu irmão.

— Senhora Tereza. — Era esse o nome dela. O que a senhora disser aqui será segredo, é por isso que eu chamei só a senhora. Poderia me dizer se seu cunhado alguma vez teria ficado a sós com seu filho?

— O que eu saiba não!

— Tem certeza?

— Tenho, mas o que isso tem haver com o que está acontecendo com meu filho?

— Porque não é normal seu filho ter medo do tio gratuitamente. A senhora não acha isso estranho? — Ela ficou me olhando, e me encarando de uma forma estranha não acreditando muito no que eu estava falando. Então resolvi mudar de assunto.

— Bom, nesse caso não vou poder ajudar a senhora a resolver os problemas do seu filho, já que não quer colaborar. — Ela me encarou com um olhar de assustada. Afinal de contas, até entendi o problema dela. Que não queria ter conflito com seu marido por causa do irmão dele, que é um homem poderoso e prefeito há muitos anos na cidade e que pretendia se candidatar a deputado estadual e em seguida deputado federal, ele era ambicioso e tinha pretensão política no futuro. Então ninguém se atrevia a enfrentar ele por nada desse mundo.

— Doutor garante que o que eu disser vai ser segredo?

— Dou a minha palavra, é contra a ética um psiquiatra revelar segredos dos seus pacientes.

— Bom, na verdade, eu não tenho nada contra o meu cunhado, mas desde que meu filho morreu assassinado ele tem feito de tudo para nos ajudar. Como prefeito da cidade colocou toda a polícia para investigar o que aconteceu com o meu filho. Mesmo assim eu sempre tive um pé atrás com ele.

— Porque a senhora teve um pé atrás com ele.

— Porque antes do meu filho ser misteriosamente assassinado ele trabalhava como secretário de obras da prefeitura, até aí tudo bem, nada demais ele era o sobrinho predileto do tio, mas algum tempo depois meu filho me comentou que não estava gostando do que o tio dele fazia na prefeitura. E desde então ele foi se afastando do tio e padrinho ao mesmo tempo. O tio adorava ele como filho porque ele tem três filhas mulheres e não tem filhos homens. E hoje ele se queixa muito por não ter um filho homem para herdar a sua veia política, e não tendo filho homem quis deixar essa herança para o sobrinho dele, no caso meu filho Felipe.

Que também gostava muito do tio, e isso até provocou ciúme no meu marido porque Felipe era muito apegado ao seu tio. Não sei o que aconteceu que uns tempos ele não estava gostando de trabalhar na prefeitura junto com o tio como secretário de obras da prefeitura em que era o braço direito do prefeito.

Meu filho nunca quis comentar porque estava querendo sair do emprego, mas eu e meu marido convencemos que ele não podia perder a oportunidade de quem sabe seguir os passos do tio na política, e quem sabe no futuro ser o prefeito da cidade e o tio governador.

Sonho de qualquer pai ou mãe que quer os filhos se dando bem na vida. E hoje arrependo-me amargamente de não ter dado apoio ao nosso filho que estava querendo sair daquele emprego.

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