Passado uma semana depois o garoto estava de volta para o meu consultório, e os pais dele ficaram do lado de fora aguardando que a conversa fosse a mais longa de todas. E por incrível que pareça, o garoto conseguiu achar o pen drive. E agora eu tinha uma arma poderosa nas mãos. O garoto disse que não foi difícil encontrar, e na medida que ele começou a procurar as imagens foram surgindo em sua mente e lembrou como tudo aconteceu. E agora eu precisava entrar em ação.
E parece que o pen drive estava dentro de uma caixa de sapato dentro do forro da casa, e ele lembrou nitidamente como tudo aconteceu. Rodrigo em seu quarto com as ferramentas foi abrindo pedaço por pedaço do forro para que ele encontrasse o que era sua arma de sobrevivência, mas infelizmente quando ele foi tirar satisfação com o tio, ele respondeu ironicamente dizendo que o garoto era muito bonzinho e que não ia chegar a lugar algum.
— Mas isso está errado?
— Meu querido sobrinho, vivemos em um país em que só os espertos sobrevivem, entenda de uma vez por todas.
— Não concordo, e confesso que estou muito decepcionado com o senhor, não esperava uma atitude dessas do meu próprio tio. — Quando o menino relatava essas imagens que passavam pela cabeça dele eu vi lágrimas descer dos olhos dele. Deixei relatando o que estava se passando pela mente dele como se fosse um filme.
— Continua se você tiver condições?
— Meu tio encarou sério não gostando nada da reação de Rodrigo e ficou de costas para ele com um charuto na boca abrindo a janela do seu gabinete olhando o movimento da rua e cuidando de algum detalhe que Rodrigo não entendia bem porque seu tio estava ausente com pensamentos distantes, planejando alguma coisa que não eram boas.
Pediu para que o sobrinho não contasse a ninguém sobre aquela conversa que ele ia pensar em mudar. E pediu para Rodrigo esperar no carro, porque o sobrinho costumava pegar carona com o tio todos os dias para ir e voltar do trabalho.
Rodrigo foi até o carro do tio esperar por ele que estava demorando para estranheza de Rodrigo que o tio nunca foi de demorar tanto? Alguma coisa ele estava planejando, mas ele não sabia o que era. E de tanto esperar até que finalmente seu tio chegou com uma cara de poucos amigos. Abriu a porta do carro e sentou, e não disse nada, apenas era coincidência daquele dia que percebeu que o caminho que estava seguindo não era de volta para casa, e sim fazia diversas voltas pela cidade e cuidando para ver se ninguém estava olhando.
— Tio para onde está me levando?
— Eu estou te levando para um lugar muito especial onde você nunca conheceu. Eu vou te mostrar a herança que estou deixando para ti meu sobrinho predileto. Mesmo que você não concorda com as minhas atitudes, mas eu te quero muito bem, quero que saiba disso. — Rodrigo não estava levando muito a sério o que o tio dizia, era um rapaz de personalidade que não se deixava enganar com facilidade, tinha em casa um exemplo que era seu pai e sua mãe que sempre deram bom exemplo de boa conduta e de não seguir o caminho da má conduta.
E ao descobrir que seu tio era um político corrupto que acumulou riquezas desviando dinheiro público para suas contas particulares enquanto a cidade sofria problemas sociais, isso deixou ele enojado com seu estômago embrulhado pela forma cínica do seu tio fazer política.
Seu discurso inflamado que só faltava chorar pela preocupação social. E isso arrancava aplausos delirantes da população ingênua que não faziam ideia do mau caráter que era seu tio. Estava tão abalado pensando nisso que nem se deu conta que seu tio estava planejando. E quando viu era tarde demais. Estavam bem distante da cidade. Mais ou menos 2 km longe da cidade distante de tudo sem ninguém por perto, sem testemunha para estranheza de Rodrigo que sentiu um calafrio no seu corpo sem entender nada o que estava acontecendo, ou que estava para acontecer. E seu tio desceu do carro com umas luvas pretas e pediu para Rodrigo descer também, ele perguntou para o garoto.
— O que está achando desse lugar?
— O lugar é lindo, mas por que o tio me trouxe aqui o que isso tem a ver?
— Pois é, aqui será construída uma das maiores usinas hidrelétricas do estado. E tudo pode ser seu no futuro!
— Como assim? — Perguntou Rodrigo curioso.
— Porque você sabe que eu não tenho filho homem e você seria meu principal herdeiro, mas parece que você não aceita as minhas atitudes.
— Eu nunca vou aceitar seu dinheiro sujo. — Para a frustração de Armando que não aceitava desfeita de ninguém.
— É a sua última palavra?
— Sim, meu tio. — Ele foi se afastando de costas para seu tio quando estava na mira de um revólver calibre 38 sendo direcionado para o sobrinho que não estava acreditando que o seu tio fosse capaz de tirar a vida do sobrinho para que ninguém soubesse das falcatruas do tio. Um tiro na cabeça a queima-roupa e o sobrinho caiu de um penhasco de uns 200 metros de altura até cair no rio que seria construído a hidrelétrica. E Armando guardou a arma num saco plástico. E guardou no (porta) luvas do carro.
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Atualizado até capítulo 70
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