CAPÍTULO 16

Quando o garoto relatava as imagens que se passavam pela sua cabeça, lágrimas desciam dos seus olhos, que me deixavam com o meu coração partido. Eu não podia interromper o processo para ele não se perder nos relatos que era muito importante para as futuras investigações que meu detetive faria para provar que o tio era o assassino do seu próprio sobrinho.

— O que mais você está vendo? — Perguntei para o garoto.

— Meu tio ficou olhando satisfeito o corpo rolando pelo penhasco abaixo dando um sorriso irônico. Falando sozinho com as mãos no bolso puxando um isqueiro do bolso do seu, sobretudo que gostava de usar. Meu tio parecia como aquele personagem do filme, o poderoso chefão da máfia italiana e usava um chapéu de couro da cor preta, que gostava de fumar um charuto cubano. E o mais estranho do que estou vendo é que na medida em que o corpo de Rodrigo rolava até chegar ao rio, o espírito saiu imediatamente do corpo e ficou olhando a reação do meu tio satisfeito e frio que nem deixou cair uma lágrima pelo que ele fez.

Embora o meu tio não estivesse me vendo o meu espírito em que eu gritava chamando de assassino.

Estava inconformado com o que aconteceu comigo, me arrependi por ter desafiado ele, naquele momento eu estava perdido no mundo espiritual. E quando descobri que eu estava morto e que eu era um espírito querendo vingança.

Ou justiça? Meu espírito estava inquieto vendo o ar de satisfação do meu tio. O que mais doía em mim, era a arrogância e a prepotência dele.

— Tudo isso o garoto estava desabafando o que aconteceu com ele na outra vida. Eu não tive coragem de pedir para ele parar um pouco, deixei ele colocar para fora o veneno que estava lhe incomodando. Sabendo que não ia mais voltar para casa dos seus pais. E sabia o quanto sua mãe ia sofrer quando descobrisse que seu filho não voltaria pra casa para almoçar em que sua mãe fazia o almoço todos os dias, e sabia o tipo de comida que ele gostava. Macarrão com molho de tomate misturado com queijo ralado. E salame frito com polenta comida italiana que era o costume da família.

Sabendo que não ia mais voltar pra casa e abraçar sua mãe carinhosamente e se deliciar com a comida que só ela sabia fazer ao gosto dele. E ter altos papos com seu pai em que eles dois tinham uma boa relação entre pai e filho.

Seu espírito estava inquieto e inconformado e perdido sem direção, sem saber que mundo era aquele? Tentando bater em seu tio que estava satisfeito por ter feito o que fez. Ele jurou vingança, não ia ter paz enquanto não vingasse a sua morte e o sofrimento de sua família, e por enganar uma cidade e a decepção que os seus avós estavam sentindo.

Ele seguiu todos os passos queria saber até onde iria e o que o tio pretendia fazer, ia descobrir todos os podres do tio, e encontrar uma maneira de fazer com que a polícia descobrisse que ele era o verdadeiro assassino, que até então não tinha pistas do desaparecimento do corpo de Rodrigo que foi assassinado e jogado no penhasco de 200 metros, e ia descobrir, como ele não sabia ainda?

Mesmo em espírito ele acompanhou seu tio até o gabinete da prefeitura. Armando sentou na sua cadeira e recebeu um telefonema! Era sua cunhada querendo saber o paradeiro do seu filho. Já passava de uma hora da tarde e ainda não havia chegado. Quando na verdade ele chegava sempre meio-dia em ponto.

— Cadê o Rodrigo? —

Deixando Armando irritado com aquela pergunta no tom seco e agressivo, coisa que ele não gostava, e se existia uma coisa que ele não gostava quando alguém falava daquele jeito. Estava tremendo de raiva, mas teve que se controlar.

— Ele não chegou ainda?

— Se ele tivesse chegado e eu não estaria perguntando né meu cunhado? — Irritado da forma como a sua cunhada falava com ele, ele tinha que se acalmar e inventar uma boa história. Afinal de contas ele dava carona para o garoto todos os dias, e levava em casa.

— Na verdade, eu dei uma carona para ele até o colégio e depois disso, ele disse que ia visitar um amigo que eu nem sei quem é, a senhora deve saber qual é o nome dele?

— Ele nunca me falou de amigo algum, acho essa história muito estranha cunhado?

— Não está acreditando na minha palavra cunhada? — Disse ele irritado batendo com o punho na mesa perdendo o controle. — E o espírito de Rodrigo perto dele só observando com ódio dele que tentou bater nele, mas que foi em vão por ser um espírito. E se assustou quando viu Armando pegando a arma da gaveta, ainda estava com as luvas que usou para assassinar Rodrigo.

— Será que esse louco vai querer tirar a vida da minha mãe também? Eu não posso deixar ele fazer isso, mas como? Ouvindo seu tio falando sozinho.

— Eu preciso arranjar um álibi antes que alguém me incrimine! Alguém tem que ir preso no meu lugar.

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