Ele é tão marcante como antes

— Olá, cara bonitão! Falei com charme. Nós encaramos e então sorrindo. — Oi! Passei os braços em volta do seu pescoço e Bernardo me abraçou, demorando até Mari limpar a garganta.

— Iria apresentar, mas sei que já se conheceram. Falo pelos dois.

— Mari!

— Bernardo! Os dois trocam beijos no rosto.

— Então não ia me ligar? Bernardo pede.

— Ia, só estava descansando antes.

— É que a melhor amiga tem prioridade, depois do namorado é claro, mas como não tem um, ela está comigo! Mari diz sobre detalhes da minha vida pessoal.

— Que interessante! O americano não quis vir? Bernardo pede e confirmo. — Não vou lamentar por ele, vou até comemorar. Diz e pede uma bebida.

— Bem gentil da sua parte! E as namoradas? Pergunto.

— As namoradas? Não tenho nem uma! Diz se defendendo. — Mas posso ponderar, se quiser é claro! Ele joga charme.

Me aproximo usando charme. — É? Ele confirma. Quase beijo. — Ah você é tão sínico! Falo desviando e rimos. — Vamos dançar! O puxo e Mari que rir da nossa interação.

— Se está malvada! Ele reclamou. Fomos dançar, curtindo mais da noite, tirando fotos, bebendo. Foi uma noite divertida.

Acordei com ressaca. Olhando em volta, me espreguiçando. A claridade da luz do sol invadindo o quarto pela janela, pude observar mais do lugar. Levantei, não vendo Mari. Vejo o meu vestido sobre uma cadeira, jaqueta, minhas sandálias jogadas no canto. Sorri da noite que tive. Indo ao banheiro, lavei o rosto, fiz bochecho. Tentei arrumar os cabelos, mas não achei o prendedor, mantive a camisa preta e comprida.

Sai do quarto, olhando o apartamento. Cores neutras com escuras, um pouco desorganizadas, mas aconchegante. Uma música baixa tocando. Era boa e aumentei um pouco. Fui à cozinha e encontrei um bilhete.

“ Fui pegar o almoço pra nós. Ass: B.”

Era sempre gentil. Me fez sorrir, peguei uma xícara de café indo ao sofá tomar.

Escutei a porta abrir. Estava de costa. — Podiam ter me acordado que fazia o almoço, gosto de cozinhar! Falei.

Não escutei nada. O que me fez virar. Por um momento, esquecendo como respirar. Era Adrian me encarando da porta.

Sua aparência era ainda mais marcante do que me lembrava, vestido uma camisa social preta, calça bem passada, barba feita e cabelos alinhados e o perfume tomando o lugar.

— Oi Selina! Disse, sua voz tinha tom mais grosso. Porém ainda é bonita

— Oi. Falei me virando novamente.

— Bernardo não está? Tentei ligar e não atendeu, queria...o que faz aqui? Ele pediu caminhando até o balcão.

Levantei, não me importando com ele e sua pergunta. Deixei a xícara no balcão. — Ele não está! Disse indo para o quarto, mas podia sentir os seus olhos sobre mim, mas já não me afetava como antigamente, desde que acabou com que sentia duas vezes.

Fechei a porta. Comecei me trocar. Pegando minha bolsa e procurando meu celular. Sem saber onde deixei. Coloquei as sandálias. Esperando não ver Adrian novamente sai, caminhei até sala e parei o vendo ainda ali de costas, parado próximo da porta. Mexendo em algo, deixou sobre uma mesinha e virou.

Seus olhos me varrendo dos pés à cabeça.

— Vou indo, diz ao meu irmão que estou procurando ele, que se for fugir de mim, que seja para aproveitar melhor as oportunidades! Adrian disse com sorriso de canto.

Não entendi suas palavras. Somente assenti. Ele virando e saindo do apartamento. O que me deixou mais à vontade. Comecei procurar meu celular. Olhando no sofá. Então meus olhos caindo na mesinha. Meu celular está lá.

Peguei olhando. Respirei aliviada que tinha bloqueio.

Olhei minhas mensagens e ligações. Abri o contato de Mari para ver onde estavam.

Uma mensagem de voz de Mari.

— Ei você apagou, acordei e o Be me deu carona, me liga. Adorei passar a noite com vocês. Tem razão o Be é um ótimo! Vamos ao Aquaclube à tarde, sem desculpas! Escutei e não lembro de ter escutado antes a mensagem. Confiante no meu bloqueio, deixei de lado qualquer suspeita.