Não vai sair assim...

Suspirando levantei indo ao quarto. Escutando a agitação do pessoal. Mexi na mala, olhando os conjuntos de biquínis, me encarando com short jeans e blusa larga.

Peguei um dos biquínis na cor vermelha. Fui ao banheiro me trocando, voltei ao quarto e parei no espelho. Gostei do que vi, tirando os cabelos em um coque e óculos extravagantes. Respirei fundo descontente soltando meus cabelos e tirando os óculos. Não sei o que esperava ver, não enxergando nada. O que me fez rir de mim mesma sendo idiota, lembrando da lentes, indo a bolsa, e seria mais úteis que os óculos.

A porta se abriu de repente.

— Ah, Selina a gente...

Virei abruptamente com a voz, soltando os óculos, era Adrian parado lá, mesmo sem enxergar direito reconheceria sua voz e perfume em qualquer lugar, estava nos meus pensamentos todo tempo.

— O que foi? Pedi envergonhada e cruzando os braços sobre o busto.

— Desculpe não...não queria invadir, é que vamos comer antes, e quer vir com a gente, ou...posso trazer algo? Falou.

— Ah não precisa, estou bem! Vão lá. Disse morrendo de vergonha e lembrando de estar quase nua.

— Tem certeza é que... Você não vai sair assim né? Adrian pediu com tom de voz incrédulo.

— O que? Não! Claro que não! Falei tentando encontrar uma toalha que tinha certeza que estava sobre a cama.

— É bom, seu irmão pode não gostar nada! Adrian disse.

— E do que ele gosta sobre mim? Acho que nada! Falei chateada, tentando encontrar a toalha derrubando algumas coisas.

— Tá enxergando? Adrian pediu. E escutei seus passos. Meu coração começou a bater forte com ele se aproximando.

— Estou sim. Disse, mas abaixei tentando encontrar meus óculos. Se tudo já não fosse constrangedor, Adrian estava ao meu lado.

— Aqui! Disse e senti ele deslizar os óculos no meu rosto que podia sentir queimando. Ergui rápido vendo-me encarar, e peguei a toalha a centímetros de mim me cobrindo.

— Obrigada! Disse afastando um passo com ele me encarando. — Vou...me trocar, devia ir...disse me embaralhando com as palavras.

— Assim, claro eu vou...ele disse e se virou saindo e fechando a porta.

Queria me enfiar num buraco, sentindo envergonhada, me deixei cair na cama e acalmando meu nervosismo, até a batida na porta.

— Que? Pedi.

— Ah sou eu...de novo, quer que traga algo? Adrian perguntou da porta, sentei rápido novamente me cobrindo, mas ele não abriu a porta.

— Não precisa, depois vou lá! Disse.

— Ok, vamos estar na praia, aparece! Falou.

— Tudo bem! Falei e escutei os passos no assoalho afastando. Suspirei.

Voltei ao banheiro levando um maiô, e dessa vez vestindo um short por cima, coloquei as lentes de contato , me sentindo mais a vontade.

A praia estava ótima, o pessoal se divertindo, música rolando, bebidas. Aproveitei a água, rolei na areia, tirei algumas fotos que compartilhei, afinal em alguns dias estaria em outro país.

Sentei na toalha embaixo de uma sombra, aproveitando para trocar mensagem com minha amiga, Marina.

Contando tudo que tinha acontecido, vendo ela dizer que era boba e tinha que ter aproveitado a oportunidade para mostrar minha beleza e conquistar corações. Dei risada.

Não era esse tipo de garota, nunca nem beijei um garoto ainda, como ia ficar a vontade semi nua na frente de um cara cinco anos mais velho? Nunca só de pensar, sinto meu rosto queimando de vergonha e ainda não consegui encarar Adrian novamente.

O vendo correr na areia jogando vôlei, se divertindo com seus amigos e algumas garotas que se aproximaram, elas estavam sempre puxando conversa com ele, a loira parecia ter sua atenção, tinha até dado uma bebida para ele, a mesma que me tratou bem na cozinha.

Tendo dezesseis anos, o que ele iria ver em mim, quando a moça com ele era alta, bronzeada, peitos enormes e num biquíni miúdo?

“ Esqueci isso, vou embora em alguns dias além disso ele está se divertindo” falei para minha amiga sentindo meu coração apertado olhando o lugar lindo que estava, só podia aproveitar e levar boas lembranças.