As noites ficaram curtas

Curtimos o lugar um pouco, até algumas pessoas fazerem uma danças juntos e depois trenzinho e nós puxar, rindo nos juntamos a festa que nem sabíamos de quem era. Era tarde quando estávamos voltando.

Vendo a festa na casa ainda rolando, paramos na praia novamente sentando na areia, tomando os refrigerantes que pegamos.

— Então vai embora amanhã? Bernardo perguntou.

— Vou, preciso organizar minha viajem! Falei.

A brisa do mar agora era fria, não tinha pegado uma jaqueta, fazendo meu corpo estremecer.

— É uma pena, queria que ficasse mais, a gente sair, foi divertido. Bernardo disse.

— É, foi legal! E aquele cara de peruca roxa...

— O peruano, não entendi nada do que disse, entendeu? Bernardo pergunta rindo.

— Só que água dele era a cachaça! Explico e rimos do turista bêbedo.

— Bem isso! Bernardo concordou.

Cruzei meus braços com frio.

— Está com frio? Espera! Bernardo abriu a camisa tirando, achei que ele ia ficar sem nada. Mas tinha uma regata por baixo.

— Não precisa! Tentei negar, mas ele já estava colocando sobre mim.

— É isso, ou podemos ir buscar outra se quiser! Diz olhando para o rumo da casa.

— Obrigada! Agradeci me sentindo melhor. — Mas se você quiser ir, vou ficar por aqui um pouquinho. Falei.

— Estou sem sono, e duvido que vou conseguir dormir por agora. Falou.

Imaginei que seria pela bagunça na casa. Observo as ondas, a uma lua bonita no céu. — Que noite bonita! Falo.

— Você sabia que os dias estão ficando mais longos na terra? Bernardo fala.

— Não, ou seja, a noite será mais curta! Observo.

— Se as maré aumentar, sim! Diz.

— Como? Pergunto curiosa.

— A força da maré na Terra reduz sua rotação e a Lua recebe essa energia na forma de impulso angular, os efeitos climáticos podem causar um aumento no volume da água. Explica.

— É a questão das geleiras descongelar! Falo entusiasmada ao saber.

— Sim, as noites como essas serão mais breve! Bernardo diz e lamento. — Tá mais isso vai acontecendo lentamente, a lua afasta 3,8 cm por ano. Diz.

O encaro com toda informação, seu rosto retangular, os olhos castanhos claros, ele tem um charme, caras bonitos não falam coisas assim.

— Você é um nerd! Aponto.

Ele nega algumas vezes. — Tá sou um! Confessa.

— Sério? Duvido.

— É sim, gosto de ciências exatas! Ainda o encaro, quais as chances de ele ser inteligente e bonito?

— Qual a dúvida? Ele pediu me vendo encarar. — Mas você é gatinho! Acabo falando de mais.

— Ah, então me achou gatinho? Ele sorrir.

— Não quis dizer isso, é que... Você...fica me encarando. — Ah esqueci isso! Falo ele gargalhando.

Evito olhar, me afundando no silêncio de vergonha.

— Você também é gatinha! Escuto dizer, sinto meu rosto esquentar um silêncio toma entre nós. E não queria que noite terminasse em clima estranho, gostei das últimas horas e de ter a companhia dele.

— E...

Nós falamos juntos e rimos.

— Pode falar! Bernardo diz.

Na verdade não sabia o que dizer, iria sugerir pegar algumas bebidas na casa e voltar para praia, talvez uma barraca, nem sei da onde saiu isso na minha cabeça, passar noite com o rapaz, nem sei bem quem é e quantos anos tem.

— Fala você! Disse tentando reunir meus pensamentos em ordem.

— E ia perguntar uma coisa, mas na verdade quero fazer. Diz.

— E o que é? Pedi.

O vejo olhar para a praia e então para mim, parece ponderar.

— Se vai sugerir entrar na água, não mesmo já estou morrendo de frio. Falo.

— Isso seria outra coisa perigosa, não pretendo correr esse risco! Bernardo diz.

— Outra, qual a primeira? Perguntei sendo curiosa do que gostaria de fazer.

— Essa, posso te mostrar, desde que não me mate depois! Diz com sorriso de canto, franzi a cara. — Isso soou estranho né? Pede.

— Ahan! Disse.

— Tá, foi mal Selina, o que queria fazer é...parou. — É isso! Disse e voltou para mim.

Senti seus lábios tocarem os meus, de um jeito gentil, o olhei surpresa pelo seu movimento, mas não o afastei, seus lábios movimentaram e abrindo os meus, deixei me beijar e fechei os olhos, minha boca abrindo e sentindo gosto dele. Um gosto bom, macio, quente, me fazendo movimentar seguindo seu ritmo.