Por Teu Amor: Uma nova chance

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...~ Aurora Constancio ~...

Eu estou tão bem com o Lorenzo que até me esqueço dos últimos acontecimentos, nem a chegada da Ariela está me afetando tanto, claro que ainda é um incômodo para mim, ter uma mulher da casa do meu marido, mas eu não posso fazer nada.

Nós vamos sair hoje para jantar, acredito que vai ser bom para nós dois conversar sobre tudo e ver o que realmente cada um quer, mesmo eu sabendo com toda a minha certeza e com o meu coração que estou mais apaixonada por ele do que nunca. Eu amo o Lorenzo e estar bem com ele me traz paz, principalmente depois de tudo o que tivemos que passar depois do acidente. E para ele foi mais difícil com certeza.

As meninas me convenceram a ir comprar algo novo para usar hoje à noite, nós fomos ao shopping e fizemos algumas compras. Elas dizem ser um bom momento para reacender a nossa paixão.

— Esse é perfeito! — Maittê diz entusiasmada segurando um vestido ainda no cabide.

— Não acha muito curto?

— Tenho certeza que o Lorenzo iria gostar.

— Não, esse nem pensar. Valentina tem algo menos...extravagante?

— Acho que sim. Que tal esse? — Valentina mostra um vestido no manequim na nossa frente.

— Eu gostei desse. — Digo passando a mão pelo tecido do vestido.

— Qual a diferença desse vestido para o outro? — Maittê pergunta indignada

— É nítido, Maittê, olha a largura daquele decote. Aceita que tenho mais senso para moda que você. — Maittê revira os olhos.

Depois de uma discussão para saber quem mãos sabia de moda entre minhas irmãs, eu finalmente pude pagar o vestido. Após comprar os sapatos e outras coisas como os acessórios e um pote de chocolate para Maittê, nós finalmente fomos embora para casa.

Quando chego em casa vejo que já são quatro horas da tarde, simplesmente passamos quase o dia inteiro no shopping e ainda tivemos tempo para uma pequena discussão de irmãs.

Vou para meu quarto e deixo as sacolas em cima da cama e pego meu celular para ver se tinha alguma ligação do Lorenzo ou uma mensagem, mas não tinha nenhuma, ele está na empresa essa hora. Então decido fazer uma ligação para ver se o jantar está de pé, parece até bobagem como eu me porto com nosso relacionamento agora, pois tenho a sensação de estar fazendo tudo do zero com ele, como se realmente tivéssemos namorando e fosse nossos primeiros momentos como um casal.

— Aurora, que bom que ligou.

— Estou atrapalhando seu trabalho? Se quiser ligo depois.

— Não, claro que não. Estava pensando em ligar também. Queria te fazer uma pergunta.

— Qual seria a pergunta?

— Estou em dúvida se levo uma caixa de bombons ou flores, ou uma caixa de bombons e flores?

— Depende, vou ganhar só os presentes ou tenho direito a um beijo também?

— Não sei, só um? — Dou um sorriso com a pergunta.

— Muitos então.

— Vou pensar então.

— Ah não, amor.

Ouço a voz do Gael no fundo.

— Vou ter que desligar, nos vemos mais tarde. E eu vou levar as flores e os bombons. — E desliga.

Coloco o celular no criado mudo ao lado da minha cama e me deito fechando os olhos e sorrindo feito uma boba pelo namorado.

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...~ Samuel Monteiro ~...

Desligo a ligação assim que Gael entra no escritório com alguns documentos nas mãos, ele se senta e coloca os papéis na minha mesa.

— Planos para hoje à noite? — Ele diz já sabendo.

— Sim, vou jantar com a Aurora. — Digo pegando os papéis.

— Samuel...você realmente quer fazer isso? Sabe que ela não vai te perdoar por mentir assim. — Ele diz sério.

— Eu sei que você não aprova como estou fazendo as coisas, mas não se preocupe, eu vou dizer a verdade.

— Eu sei que vai.

— Bom, mudando de assunto, queria te pedir um favor. — Falo girando a cadeira. — Quero que ajeite o cargo de secretária para a Ariela.

Gael me olha confuso.

— Quer que ela trabalhe aqui? Sua gentileza já está passando dos limites, meu amigo.

— Ela pediu um cargo aqui na empresa, e eu achei até uma ótima ideia ou você quer que ela viva para sempre com a gente?

— Não, óbvio que não. — Diz fazendo o sinal da cruz. — Mas aguentar ela em casa é uma coisa, agora na empresa? Vou precisar de um calmante.

— Você aguenta, por isso que é o braço direito da empresa.

— Vai ficar me devendo mais essa, sua conta tá cheira meu amigo. — Diz se levantando e apontando o dedo indicador para mim.

— Eu pago. Eu juro! — Ele arruma o terno e sai do meu escritório. Pego meu celular e ligo para Ariela.— Oi, Ariela. Liguei apenas para avisar que está tudo certo, Gael já está agilizando para você começar à trabalhar aqui na Red.

—É sério? Muito obrigada, Lorenzo! Não sabe como isso é importante para mim. — Ela diz aparentemente feliz pela notícia.

— Quando eu estiver em casa conversamos melhor, agora tenho que desligar.

— Ah claro, não quero ocupar o seu tempo. Obrigada mesmo, por tudo. — Eu não falo nada, apenas desligo o celular.

Vou para casa uma hora após acabar o que eu tinha que fazer na empresa, com a inauguração muitos fizeram seus projetos e mandado para nossa empresa, agora a equipe está organizando tudo.

Subo para meu quarto e tomo um banho gelado, após sair do banho e colocar minha roupa, vou para frente do espelho e arrumo meu cabelo, quando ouço alguém bater na porta, penso ser Gael, mas logo depois lembro que ele disse que ficaria mais um pouco na empresa e depois iria sair com a Maittê, então só poderia ser uma pessoa.

— Entra. — Falo ainda me arrumando em frente ao espelho. Olho para o lado e vejo Ariela entrar. — Precisa de algo, Ariela?

— Não, Lorenzo, apenas trago essas correspondência que chegaram. — Diz me mostrando.

— Pode colocar em cima do criado mudo, por favor. — Digo sem olhar para ela. Vejo ela colocando as correspondências em cima do criado mudo e caminha até mim.

— Essa gravata está torta. Posso? — Diz apontando para a gravata.

— Ah...claro. — Falo me virando para ela. — Eu sou péssimo com gravatas, elas me odeiam e eu odeio elas.

Ariela ri.

— Engraçado. — Ela diz.

— O que é engraçado? — Ela se afasta e eu me olho no espelho, a gravata estava perfeita.

— Seu irmão falava a mesma coisa. — Ela diz sorrindo enquanto me olhava em frente ao espelho. Limpo a garganta e volto à olhar para ela.

— Obrigada pelas correspondências e por me ajudar com a gravata, agora preciso ir.— Caminho até a porta.

— Vai sair com a Aurora? — Ela pergunta vindo atrás de mim.

— Sim, com ela mesmo.

— Tenham uma boa noite então.

— Obrigado, Ariela. Para você também, com licença.

Vou pegar meu carro e antes de ir buscar a Aurora, vou passar em um floricultura e em uma loja de doces para comprar os bombons e as flores que prometi.

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...~ Aurora Constancio ~...

Após terminar de me arrumar, fico em frente ao espelho ao lado da cama, observando se está faltando algo. Os saltos de deixavam um pouco mais alta, como não gostava de muita maquiagem, estava usando apenas o básico, usava brincos e pulseiras que comprei com as meninas hoje quando fomos ao shopping, meu cabelo estava solto e usava um batom vermelho que realçava meus lábios.

Recebo uma mensagem do Lorenzo, que dizia que já estava a caminho de casa e que estava louco para ter um momento apenas de nós dois, respondo e depois deixo o celular na bolsa. Quando estava prestes à sair do quarto a porta de abre devagar e minha mãe entra.

— Você está linda, meu amor. — Ela diz segurando minha mão.

— Obrigada mãe. Estou nervosa.

— Mas porque meu amor? Já teve tantos outros jantares com o Lorenzo, qual o problema desse?

— Eu não sei...quando eu olho para ele,é diferente de antes. Eu não sei explicar, mas é como se tudo fosse uma primeira vez com esse "novo" Lorenzo.

— Se isso não for um problema, talvez isso torne tudo mais especial ainda. Os momentos pela primeira vez com quem nós gostamos são sempre os mais gostosos.

— Não é um problema, na verdade é o que eu mais gosto nessa nova fase da nossa relação, essa sensação maravilhosa que ele me traz somente com um olhar...que nunca tinha sentido antes.

— Então está dito! Agora vai, meu amor e se divirta muito.— Ela me abraça forte e quando volto para olhar para ela escuto o som da buzina de um carro, me despeço dela e desço rapidamente para vê-lo.

Ao abrir a porta vejo ele parado em frente à mim, segurava um buquê de rosas em um mão e na outra um caixa de bombons, ele sorria e me olhava de cima a baixo.

— Você está maravilhosamente de tirar o fôlego. — Ele diz sorrindo ao se aproximar.

— Você também não está nada mal. — Digo mexendo em sua gravata perfeitamente colocada. — Você está lindo.

— É? Mereço um prêmio por isso? — Diz com um sorriso de lado, seus olhos estavam fixos em meus lábios e nos meus olhos.

— Eu acho...que merece sim. — Ele se aproxima do meu rosto e beija meus lábios gentilmente.

Lorenzo nos leva para um restaurante frente ao mar, a noite estava tão linda e tão gostosa, o céu estava estrelado e as estrelas pareciam estar mais brilhantes do que nunca.

— Gostou do lugar? — Lorenzo pergunta ao nos sentarmos à mesa.

— É maravilhoso. — Digo observando a vista frente ao mar. — Ótimo lugar para um quase primeiro encontro.

— A gente precisa de um tempo só para pensar em nós dois.

— Sim, só nós dois. — Seguro sua mão. — Começar por pensar como vai ser daqui para frente.

— Estou ouvindo.

— Eu estava pensando em...nós morarmos juntos.

— Você quer mesmo isso?

— Amor, estamos casados! É claro que quero fazer isso, ou você não não pronto ainda?

— Não...eu quero isso também, mais que tudo, só não achei que iriamos falar disso agora.

— Porquê não? Quer continuar morando com a sua "amiga "? — Afasto minha mão da dele.

— Não faz isso! Essa noite vamos falar e pensar somente em nós, deixamos os outros problemas para pensar outra hora. — Diz pegando minha mão novamente e apertando. — Vamos pedir o cardápio?

— Sim, estou faminta.

Pedimos o cardápio para o garçom e após fazermos o pedido, nós continuamos conversando sobre a nossa vida daqui para frente, eu estava ansiosa para ter a vida de casada que eu sempre quis, mesmo sentindo ele hesitar algumas vezes, dava para ver nos seus olhos o quanto ele queria também estar comigo e aquilo era o mais importante para mim.

Nós jantamos e depois Lorenzo e eu vamos embora, mas como eu queria aproveitar mais um pouquinho ao seu lado, peço para ficarmos um pouco andando pelas ruas, olhando para o céu e fazendo mil e um planos para nossa vida a partir de agora.

 — Podemos adotar um cachorro, o que acha? — Pergunto abraçando seu braço enquanto andávamos.

— Vejo que está muito animada mesmo. Podemos adotar o zoológico inteiro, o que acha? — Ele beija a pontinha do meu nariz me fazendo rir.

— O zoológico não, não iria ter espaço para os nossos filhos. — Ele me olha sorridente.

— Quer ter filhos?

—Sim, meu amor. Podemos ter dois, um menino e uma menina. — Observo ele me olhando sorrindo — O que foi? Não gostou da ideia?

— Pelo contrário, sei que você seria uma mãe maravilhosa.

— E você me amaria mesmo eu estando inchada e gorda? — Arqueo as sobrancelhas. Ele sorri e me beija.

— Eu vou amar você de qualquer forma, porquê sempre será você, independente de tudo, sempre vou amar você. — Ele fica me olhando com os olhos brilhando, abraço ele fortemente e susurro em seu ouvido.

— Eu te amo.

— Eu te amo. — Susurra também.

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