Após o tenso confronto com Harper, decidi sair com meus novos amigos Will e Oscar para espairecer. Sarah me apresentou a eles e nos demos bem rapidamente, especialmente porque compartilhávamos o desdém pelo detestável presidente estudantil.
—Ora, ora, vejam só quem está nos agraciando com sua presença—, brincou Will. —O cérebro número um da sala, que derrubou todos nós mortais na última prova de matemática.
Oscar soltou um risinho de desprezo.
—Sim, diga-nos, Ethan, qual é a sensação de ser um intelectual que faz o resto de nós parecer ruim?—
Eu corei levemente, desconfortável com a provocação dele, mas tentei não demonstrar.
—Vamos lá, não seja ridículo—, respondi com leveza. —Eu gostaria de poder tentar a sorte nos videogames para dar uma surra em vocês.
Will e Oscar trocaram outro olhar malicioso, mas dessa vez eles sorriram com mais camaradagem.
—Muito bem, cérebro, vamos ver o que você tem—, desafiou Oscar, jogando uma moeda para iniciar o jogo.
Suspirei aliviado quando começamos o jogo com risadas e brincadeiras. Pelo menos meus novos amigos não pareciam guardar nenhum rancor em relação às minhas notas. E, por enquanto, Harper e suas manipulações foram esquecidos.
Enquanto nos dirigíamos para a área dos videogames, tentei deixar as preocupações de lado e aproveitar o momento com meus novos colegas.
Will e Oscar ainda estavam brincando sobre minhas notas na última prova.
—Bem, não podemos ser todos nerds sem vida como você—, reclamou Will sem nenhuma malícia. —Alguns de nós preferem se divertir.
—Ei, eu me esforcei muito por essas notas—, protestei em tom de brincadeira. —Não é minha culpa que eles sejam preguiçosos.
Nós três rimos. O ambiente descontraído me ajudou a relaxar depois do confronto desagradável com Harper.
—Bem, pelo menos alguém finalmente conseguiu derrubar aquele idiota presunçoso—, comentou Oscar de repente. —É bom ver a Harper sangrando depois dos exames também.
—Sim, já era hora de alguém colocá-lo em seu lugar em alguma coisa—, Will assentiu maliciosamente.
Eu sorri um pouco, lembrando-me da expressão furiosa de Harper ao ser excluído do primeiro lugar. Pelo menos isso foi um pequeno triunfo em comparação com seu poder de manipulação habitual na escola.
—Espero que o descontentamento dele dure—, murmurei quando chegamos aos videogames, ansioso para acabar com a questão da Harper.
—Sério, não deixe aquele idiota incomodá-lo—, disse Oscar enquanto tomava um gole de seu refrigerante. —O Harper sempre foi um idiota que se acha superior a todo mundo.
Assenti em silêncio, ainda pensando em suas últimas ameaças. Oscar deve ter notado minha expressão, pois acrescentou:
—Olha, ele pode parecer intimidador como presidente estudantil e tudo mais, mas a verdade é que ele não tem poder real.
—Sim, isso é verdade—, acrescentou Will. —Harper não tem amigos íntimos nem nada. Ninguém o atura de verdade. Eles apenas lambem suas botas por interesse.
Olhei para meus amigos com curiosidade. Era a primeira vez que alguém me dava esse tipo de perspectiva sobre a situação do Harper na escola.
—Então... vocês acham que ele é realmente tão solitário e inseguro quanto parece?—, perguntei hesitante.
Oscar soltou uma risada.
—Inseguro? De modo algum. Esse narcisista é tão apaixonado por si mesmo que não precisa de mais ninguém. Ele sempre foi um babaca solitário.
Will assentiu com veemência. —Sim, acho que nem ele mesmo consegue se suportar. É por isso que todo mundo o evita.
—Ei, mudando de assunto, o que vocês sabem sobre a Sarah?—, perguntou Will de repente.
Embora não fôssemos muito próximos, tínhamos criado uma certa amizade depois de testemunharmos o incidente violento de Harper com os outros alunos.
—Bem, não muito, ela é bem legal e carismática, eu acho...—, respondi de forma um pouco curiosa.
—Sim, cara, mas ela é como ela quer, não é?—, disse Will em um tom malicioso. —Ela quase nunca publica fotos de biquíni ou algo assim. Que desperdício.—
Oscar soltou uma risada boba. Revirei os olhos em sinal de irritação.
—Vamos lá, não seja assim, ela é uma garota legal—, respondi um pouco irritado. Não gostei do rumo que o assunto estava tomando.
—Bah, não seja puritano, Ethan—, Will zombou, dando uma cotovelada em mim. —Tenho certeza de que você também gosta dele secretamente. E podemos nos ajudar mutuamente lá fora, já que vocês dois se dão bem...
Olhei para ele, sem acreditar no que ele estava insinuando - será que ele realmente pretendia usar minha amizade com Sarah para conseguir fotos comprometedoras dela? Recusando-me terminantemente, tentei defendê-la, mas meus protestos caíram em ouvidos surdos?
Eu me senti profundamente desconfortável com a proposta de Will e com o rumo que a conversa havia tomado. Eu não queria ter nada a ver com os planos dele para Sarah.
—Ei, droga—, improvisei sem jeito enquanto consultava meu telefone, procurando uma saída.
—Tive que buscar meu irmão na escola, ele deve estar me esperando—, acrescentei, evitando os olhares deles enquanto pegava minha mochila.
—O quê? Não! Só estamos aqui há meia hora!—, reclamou Oscar.
—É, cara, não nos deixe na mão justamente quando estávamos nos divertindo—, protestou Will também.
—Desculpe, pessoal, mas tenho que ir agora—, repeti, encolhendo os ombros em sinal de pena. A realidade era que eu precisava me afastar dessa conversa constrangedora o mais rápido possível.
—Tudo bem, tudo bem, vá antes que eles matem você em casa—, concordou Will, sem se convencer.
—Mas aí você vai ter que nos contar detalhes sobre a Sarah, não é?—, acrescentou, erguendo as sobrancelhas em um gesto malicioso.
Fiz uma careta tensa que tentei disfarçar com um sorriso e saí dali rapidamente, murmurando um breve.
—Até mais.
Suspirei aliviado quando já estava longe, sentindo-me desapontado com o lado sombrio de meus novos amigos.
Enquanto me afastava do salão de jogos, senti uma profunda decepção com meus novos amigos. Por um lado, eu queria me encaixar, fazer amigos e me sentir parte do grupo depois de tantas tensões.
Mas, por outro lado, não podia tolerar comportamentos que iam contra meus valores, como os comentários desrespeitosos em relação à Sarah. Eu não queria ser amigo de outros idiotas.
Eu andava de um lado para o outro cabisbaixo, lutando com esse dilema moral. As palavras brincalhonas de Will e Oscar me trouxeram lembranças amargas de sorrisos hipócritas e falsos do passado. Sorrisos daqueles que fingiam amizade por interesse e depois o deixavam de lado.
Balancei a cabeça, sentindo uma frustração crescente. Eu estava cansado de me cercar de idiotas sem noção só para me encaixar. Farto de trair minhas crenças para agradá-los.
Talvez a solidão fosse preferível a amizades mais tóxicas.
Não, eu definitivamente não podia considerar amigos caras como Will e Oscar, por mais que uma parte de mim desejasse a aprovação deles. Era algo que Harper nunca faria, merda, eu tinha que tirar Harper da minha cabeça.
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Atualizado até capítulo 110
Comments
Jackeline
eu não estou entendendo a história
2024-02-01
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