Os dias seguintes foram tensos e sombrios no reino de Sarfh. Lucius e Ciel conduziram investigações incessantes, enquanto o mistério das mortes persistia. Enquanto isso, Adrian e Ana dos Umbra tentavam seguir com suas vidas cotidianas, mas o peso do desconhecido pairava sobre eles.
Os irmãos, em meio à incerteza, encontraram formas de lidar com a ansiedade crescente. Adrian, inspirado pelo recente confronto com Ralph, dedicou-se ainda mais ao treino secreto com sua espada de madeira. Cada golpe era uma expressão da frustração e da busca por controle em um mundo que parecia desmoronar.
Ana, por sua vez, voltou-se para as histórias e lendas que enchiam as estantes da grande biblioteca de Sarfh. Em meio a páginas antigas e sussurros de mitos, ela buscava conforto e sabedoria. O conhecimento, em sua mente, era uma arma contra a escuridão que se aproximava.
Enquanto os dias passavam com uma normalidade tranquila, um dia foi diferente.
A noite desceu sobre Sarfh com uma escuridão palpável, engolindo a cidade em sombras que pareciam se mover e respirar. Adrian, Ana e sua mãe, Maya, estavam juntos no início da noite, compartilhando um momento fugaz de calmaria antes da tormenta.
O céu escureceu rapidamente, e uma tensão indescritível pairou no ar. Maya olhou para os filhos, preocupação refletida em seus olhos. "Fiquem perto de mim", disse ela, tentando transmitir uma segurança que nem ela mesma sentia.
Mas a paz efêmera foi rompida quando as sombras começaram a se contorcer nas vielas, engolindo tudo em seu caminho. Adrian, Ana e Maya foram separados por uma corrente de escuridão, suas mãos se soltando em meio ao pânico crescente.
"Adrian!" gritou Ana, sua voz misturando-se aos clamores desesperados que ecoavam pelas ruas. As sombras, impiedosas, arrastavam os três em direções opostas, criando um abismo entre eles.
Maya, cercada pela escuridão, estendeu os braços na direção dos filhos. "Fiquem juntos!" sua voz ecoou, mas a distância entre eles só aumentava. Em um momento agonizante, a conexão física e emocional foi rompida.
Adrian, agora sozinho, enfrentou o tumulto sombrio. A luta pela sobrevivência tornou-se uma dança frenética entre a vida e a morte. Ele buscava por sinais de Ana e Maya, mas a escuridão obscurecia suas esperanças.
As sombras, fluidas e vorazes, moviam-se com uma inteligência sinistra. Adrian, com sua espada de madeira, era um ponto de luz na escuridão. Cada golpe era uma tentativa de quebrar as correntes invisíveis que mantinham Sarfh em cativeiro.
Diálogos desesperados permeavam a noite. Adrian ouvia vozes familiares misturadas aos gritos agonizantes. Palavras de amor e despedida flutuavam no ar, criando uma trilha sonora de tristeza e desespero.
A paisagem de Sarfh transformou-se em um pesadelo surreal. A cidade vibrante de outrora agora era um campo de batalha onde as sombras devoravam a luz, deixando para trás um rastro de destruição e desolação.
No momento mais sombrio da noite, quando a esperança parecia perdida, uma voz familiar ecoou. "Adrian!" Ana chamou, emergindo da escuridão como uma luz tímida. Ela estava ilesa, mas seus olhos carregavam o peso do terror que testemunhara.
Juntos, os irmãos enfrentaram as sombras, unindo forças contra o desconhecido. O medo era palpável, mas a determinação de sobreviver sustentava-os. Diante da noite sinistra, Adrian e Ana enfrentaram os horrores desconhecidos, sem saber se algum dia reuniriam-se novamente com a luz de sua mãe. A noite tornou-se um espetáculo macabro, com sombras retorcidas e agonizantes, enquanto a cidade era devorada pela escuridão impiedosa. O sangue manchava as ruas, testemunhando a carnificina que se desenrolava diante dos olhos atônitos dos sobreviventes. A esperança, como a luz da lua que mal iluminava a noite, começava a se dissipar.
Adrian e Ana, agora distantes, enfrentavam seus próprios horrores. O sangue de Sarfh se misturava ao chão, formando um mar de desespero. As sombras assumiam formas cada vez mais grotescas, e a cada passo, Adrian sentia a presença da morte iminente.
Os gritos ecoavam pelos becos, misturados com murmúrios inumanos que pairavam sobre a cidade despedaçada. Adrian lutava contra sombras sem rosto, enfrentando uma escuridão que parecia se alimentar de seus medos mais profundos.
A lua, encoberta por nuvens sombrias, lançava uma luz difusa sobre a carnificina. Adrian avançava, sua espada de madeira cortando o vazio com uma fúria impotente. Cada movimento era uma dança desesperada com o destino.
As ruas eram um labirinto de perigos, onde cada esquina escondia uma ameaça desconhecida. Adrian via vultos de pessoas que um dia conheceu, agora transformados em marionetes nas mãos das sombras. O cheiro de ferro pairava no ar, misturado ao odor acre da destruição.
A batalha se tornou uma luta pela sobrevivência, e Adrian, perdido em um mar de escuridão, não tinha certeza se sua família ainda respirava. O desespero o envolvia como uma mortalha, mas a chama teimosa da esperança ainda brilhava em seu interior.
Em meio à confusão e ao caos, a verdadeira natureza das sombras revelava-se. Elas não eram apenas ausência de luz; eram entidades famintas que se alimentavam da vida. Cada ser humano consumido por essas sombras tornava-se uma casca vazia, um eco silencioso da tragédia que assolava Sarfh.
Adrian lutava não apenas contra inimigos tangíveis, mas contra o desconhecido. A cada passo, ele testemunhava a transformação de seu reino em um pesadelo. A lua, por fim, emergiu das nuvens, iluminando a cidade devastada com uma luz tétrica.
O que restava de Sarfh era um cenário de desolação. O clamor da noite sinistra silenciou, dando lugar a um vazio que ecoava na alma de Adrian. O sangue, as sombras e a morte convergiam, formando uma tapeçaria sombria que contava a história de uma cidade caída.
A verdadeira batalha pela sobrevivência ainda estava por vir, e Adrian, solitário entre os destroços de seu lar, confrontava o desconhecido que se enraizara em seu coração.
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Atualizado até capítulo 26
Comments
Shinn Asuka
Essa história é um tesouro e eu sou muito grata por tê-la encontrado! 🙏❤️
2023-11-28
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