Aurora

Jaime e Adrian cavalgaram silenciosamente para fora das ruínas de Sarfh, deixando para trás o rastro sombrio que a cidade agora representava. O vento sussurrava entre as árvores, carregando consigo a melancolia da noite que mudara tudo. Adrian, antes tão eloquente, estava agora envolto em um silêncio pesado, sua expressão refletindo o peso da perda que ele carregava.

Jaime, percebendo a transformação em Adrian, escolheu suas palavras com cautela. "Adrian, eu sei que esta é uma jornada difícil. Perder aqueles que amamos é uma dor indescritível.”

Adrian, olhando fixamente para a estrada à frente, murmurou: "Não há palavras que possam aliviar isso.”

Jaime assentiu compreensivamente. "Às vezes, a jornada é mais difícil do que imaginamos. Mas precisamos continuar, encontrar respostas.”

Adrian, apertando as rédeas de seu cavalo, respondeu de maneira contida: "Respostas... se é que há alguma.”

Enquanto viajavam, a paisagem começou a mudar gradualmente. O verde exuberante de Sarfh foi substituído pelas vastas planícies de Aurora. A cidade se erguia no horizonte, suas torres fortificadas visíveis mesmo à distância. Adrian observava a silhueta imponente, sua mente mergulhada em lembranças da cidade que um dia fora lar.

Ao entrarem nas muralhas de Aurora, Adrian percebeu a diferença entre os reinos. As pessoas, vestidas com uniformes militares, realizavam suas atividades diárias com uma disciplina notável. As ruas eram largas e organizadas, e o som de treinamentos militares ecoava pelos arredores.

Jaime indicou com a mão, apresentando a cidade. "Adrian, bem-vindo a Aurora. Um reino de coragem, lealdade e disciplina militar. Este é o lugar que chamo de lar.”

Adrian assentiu, mas seu olhar distante mostrava que sua mente ainda estava na cidade perdida. Jaime o conduziu pelas ruas movimentadas, entrando eventualmente no castelo, onde os detalhes arquitetônicos refletiam a influência militar que governava Aurora.

Jaime levou Adrian ao castelo, onde a arquitetura austera e as insígnias militares dominavam a paisagem.

Jaime: (após deixar Adrian em uma sala do castelo, entra na sala do trono para um diálogo com o Rei)

Entrando nos aposentos privados de Valorian, a sala exalava uma sensação de comando. O Rei, imponente em seu trono, fitava um mapa detalhado de Nixnight estendido diante dele. Ao lado do trono, a Rainha Elara observava com uma expressão que misturava preocupação e curiosidade.

Rei Valorian era uma figura majestosa, com sua estatura imponente e postura firme. Seus cabelos negros, cortados curtos, destacavam uma coroa que reluzia com a simbologia de sua linhagem militar. Seus olhos, profundamente enraizados na experiência de comandar, exibiam uma determinação feroz, vestindo uma armadura real, Valorian carregava consigo não apenas o peso do reino, mas também a tradição de uma linhagem guerreira que moldara Aurora.

A Rainha Elara, ao lado de Valorian, era uma visão de graça e elegância. Seus cabelos loiros fluíam como uma cascata, enquadrando um rosto expressivo que refletia não apenas beleza, mas também a sabedoria de alguém que compartilhou o fardo do comando. Elara usava um vestido que mesclava tecidos refinados com a simbologia militar de Aurora, um equilíbrio entre a suavidade da realeza e a força necessária para enfrentar os desafios que assolavam os reinos.

Jaime: (após uma reverência) Majestade Valorian, Sarfh, uma cidade outrora pulsante, agora é apenas um eco de sua grandiosidade passada. Cheguei tarde demais para presenciar a tragédia, mas as palavras de Adrian, um jovem que lá sobreviveu, pintam um quadro sombrio.

Rei Valorian: (expressão séria) Fale-me, Comandante. O que Adrian compartilhou?

Jaime: (olhando para o horizonte) As sombras, Majestade, uma escuridão que envolveu a cidade. Adrian descreveu-as como entidades conscientes, como se a própria escuridão ganhasse vida.

Rei Valorian: (franzindo o cenho) Entidades conscientes? Uma magia sombria além de nossa compreensão. Continue.

Jaime: (baixando o olhar) A cidade estava envolta em silêncio quando cheguei, e as ruas estavam repletas de corpos. Adrian, o último sobrevivente que encontrei, estava lá, desolado pela perda da família e do lar.

Jaime: (fitando o rei) Majestade, não pude deixar de notar a destruição no castelo. Como se a própria estrutura estivesse submetida a uma força inimaginável.

Rei Valorian: (refletindo) O castelo, um símbolo de força, agora uma ruína. As sombras, essas entidades... sabemos algo mais sobre elas?

Jaime: (cabisbaixo) Adrian relatou que as sombras desapareceram com o tempo, como se nunca tivessem existido. E enquanto isso, Sarfh estava mergulhada na desolação.

Rei Valorian: (friccionando a barba) Mistérios e enigmas. Precisamos entender melhor essa ameaça. Quanto a Adrian, onde está agora?

Jaime: (respeitoso) Majestade, ele está sob minha custódia. Profundamente abalado pela tragédia, mas sua resistência é notável.

Rei Valorian: (assentindo) Traga-o até mim. Sua história pode conter chaves para entendermos melhor.

Jaime: (adentrando a sala do castelo, encarando Adrian) O rei quer ouvir sua história. E, garoto, lembre-se, escolha cada palavra com cuidado.

Adrian: (olhando fixamente) Não há palavras que possam trazer de volta o que perdi.

Jaime: (com seriedade) Sei que não. Mas suas palavras podem lançar luz sobre o que aconteceu. Não se esqueça disso.

Jaime: (entrando na sala do trono com Adrian ao seu lado, diante do rei) Majestade, permita-me apresentar Adrian. Ele é o último sobrevivente da tragédia em Sarfh.

Rei Valorian: (observando Adrian com intensidade) Adrian, então. Conte-nos o que você viu.

Adrian: (visivelmente tenso) Era como se o próprio inferno tivesse se soltado em Sarfh. Sombras, escuridão... não há palavras suficientes.

Após Adrian falar tudo que sabia, o Rei pede prós guardas escoltarem o menino para um quarto, devidamente arrumado. Enquanto isso, Jaime conversa mais uma vez sozinho com o Rei.

Valorian: Jaime, por que o garoto foi o único sobrevivente?

Jaime: (escolhendo as palavras com cuidado) As circunstâncias são tão enigmáticas quanto sombrias. Adrian, encontrou-se no meio de uma cidade devastada, uma pilha de corpos e ruínas.

Rei Valorian: (cruzando os braços) Continue, Jaime.

Jaime: Ele parecia perplexo, sem entender como tudo aconteceu. Sombras desaparecendo, gritos, escuridão... e de repente, ele se viu sozinho em um lugar que chamou de "o lugar que os deuses abandonam".

Rei Valorian: (expressão séria) Os deuses abandonaram Sarfh?

Jaime: Não posso afirmar, majestade. Adrian está abalado, em choque. Ele vagou por dias na cidade destruída, buscando por alguém, mas não encontrou ninguém. Estava desnutrido e exausto quando minha cavalaria o encontrou

Rei Valorian: (pensativo) E você acredita na história dele?

Jaime: (com cautela) É difícil dizer, mas algo terrível aconteceu em Sarfh. As sombras, os corpos... há algo obscuro por trás disso.

Rei Valorian: (franzindo o cenho) Precisamos de mais informações. Prepare uma equipe para investigar mais a cidade. Quero saber o que exatamente causou essa tragédia.

Rei Valorian: (suspirando) Vamos mantê-lo aqui por enquanto. E, Jaime, seja discreto sobre suas descobertas. Não queremos semear o medo na capital.

Jaime: Entendido, Rei Valorian. Farei o necessário.

O rei, ainda envolto em preocupação, vira-se para a janela, contemplando a situação desconhecida que paira sobre Sarfh.

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