Adrian adentrou o salão do trono, onde as sombras da noite se entrelaçavam com a luz fraca das tochas. Reis Valorian e Elara olhavam para ele, expectantes. O ar estava pesado com a ansiedade do desconhecido, e os passos de Adrian ecoavam no espaço preenchido de tapeçarias e armaduras que contavam histórias de batalhas passadas.
Assim que Adrian se inclinou em respeito, percebeu o interesse de ambos pela informação que carregava. As palavras lhe escapavam com urgência moderada, enquanto começava a revelar o que tinha descoberto. Malor e seus seguidores tinham um plano ousado: tomar o controle da capital durante a Feira da Colheita, quando as ruas estariam mais movimentadas e a guarda mais relaxada devido às celebrações.
Adrian falou sobre os murmúrios das vozes e como uma em particular poderia ser de lord Bolton, mas não podia confirmar com certeza. O semblante do rei endureceu ao ouvir essa menção, a desconfiança pintando rugas de preocupação em sua testa. A rainha, por sua vez, mantinha-se composta, mas seus olhos reluziam com a intensidade daquele que compreende a profundidade da traição.
“Como eles planejam fazer isso?” Sua voz soava clara e comandante, apesar da audível preocupação em suas palavras. “Eles se aproveitarão da multidão”, Adrian explicou. “Informantes dentro da guarda providenciarão a distração necessária para que Malor e seus homens tomem as posições-chave dentro da cidade, capturando os pontos de defesa antes que possamos reagir.”
A informação trouxe um silêncio precário ao salão. Somente o crepitar suave das tochas perturbava o silêncio. O rei e a rainha trocaram um olhar, uma comunicação silenciosa permeada de gravidade e decisão. “Isso não pode acontecer,” disse o rei firmemente. “Devemos tomar medidas imediatas.”
Adrian assentiu, seu rosto era um poço de seriedade. “Com a vossa licença, posso dar início aos preparativos para desbaratar seus planos e proteger o reino.” A rainha se levantou, sua determinação refletida no brilho de suas vestes. “Inicie os preparativos, Adrian. Convoque nossos conselheiros mais confiáveis. Devemos ser cautelosos; a desconfiança não pode desfazer a nossa união agora.”
E assim, com o destino de Aurora pesando sobre seus ombros, Adrian recuou para preparar a defesa contra o golpe que se aproximava. A sala deu lugar a um silêncio nervoso, onde apenas a chama das tochas dançava inquieta, como se antecipando a luta por vir.
Com a permissão concedida, a urgência pulou nas veias de Adrian como um corcel selvagem. Excluindo qualquer traço de hesitação, ele se virou nos calcanhares e saiu do salão com passos firmes, determinado.
Seu primeiro destino foi a sala de guerra, onde os mapas de Aurora estavam espalhados sobre grandes mesas e as bandeiras dos grandes lordes pendiam com dignidade pelas paredes. Ele convocou os conselheiros de confiança do rei e da rainha, homens e mulheres cujas lealdades nunca vacilaram diante da ameaça ou da sedução.
Quando chegaram, a tensão era palpável; era possível quase cortá-la com uma lâmina. Adrian compartilhou o plano de Malor com detalhes precisos, cada palavra tecendo uma imagem mais clara das sombras que ameaçavam a paz de Aurora.
“Não há tempo a perder,” ele alertou. “Precisamos fortalecer a guarda, especialmente durante a Feira da Colheita. E mais, devemos garantir a lealdade de nossos homens e mulheres na guarda, pois uma fagulha de traição poderia incendiar a desordem.”
Os conselheiros acenaram com a cabeça, reconhecendo a sabedoria em suas palavras. Eles debatiam e traçavam estratégias, definindo quem deveria ser vigiado e quais seriam as respostas a qualquer sinal de rebelião.
Enquanto isso, Adrian mantinha em mente a voz de lord Bolton, um mistério que ele ainda precisava desvendar. Se lord Bolton estava, de fato, aliado a Malor, qualquer estratégia poderia ser comprometida com a informação caindo em ouvidos errados.
A sala de guerra era agora um redemoinho de atividade; ordens eram dadas e mensageiros enviados para os cantos mais distantes do reino. O compromisso com a proteção de Aurora estava vivo nas palavras e ações de todos presentes – um juramento não apenas de lealdade, mas de devoção à terra que amavam.
Adrian finalizou o encontro com uma nota de comando, “Estaremos prontos para qualquer desafio que possa vir. Por Aurora e pelo bem de nosso povo, seremos a muralha intransponível contra a maré da rebelião.”
E com o raiar do alvorecer, as preparações já estavam em movimento, cada peça colocada com precisão para contra-atacar o golpe iminente. Adrian, apesar da fadiga que pedia trégua, sentia uma chama inextinguível de dever, pronta para defender até o último suspiro o reino que chamava de lar.
Adrian se afastou dos conselheiros e da sala cheia de tensão e estratégias e encontrou Jaime, seu comandante e companheiro de mil batalhas, em um canto mais tranquilo do pátio. Jaime estava afiando sua espada com golpes ritmados que cantavam a música da manutenção de uma lâmina bem cuidada.
“Isso não vai acabar, vai?” Adrian perguntou, apoiando-se na parede de pedra. Seus olhos estavam pesados pela falta de descanso, mas uma faísca de determinação ainda ardia dentro deles.
Jaime olhou para cima, sua expressão séria suavizando ao encontrar o olhar de seu amigo. “Sabes tão bem quanto eu,” começou Jaime, “A luta só termina quando a paz se garantir por simesma.”
Adrian soltou uma risada cansada. “Nunca pensei que as sombras dentro de nosso próprio castelo pudessem ser tão ameaçadoras quanto as fora de nossas muralhas.”
Jaime colocou a pedra e a espada de lado e ergueu-se, estendendo suas costas em um longo alongamento. “Ah, meu caro Adrian. A sombra e a luz são duas faces da mesma moeda. E é nosso trabalho garantir que a sombra nunca engula a luz.”
“E eu que só queria uma boa luta com uma boa cerveja à espera,” Adrian brincou, desejando dias mais simples.
Um sorriso esperto cruzou os lábios de Jaime. “Vamos salvar o mundo primeiro. A cerveja sabe melhor depois de uma vitória,” disse ele, e então acrescentou com um tom mais sério, “Confeço que essa história toda com Bolton me intriga. Nossos olhos devem estar abertos. Nada passa despercebido, nada fica não questionado.”
Adrian assentiu, a gravidade da situação voltando a se estabelecer sobre seus ombros. “Sim, não até a Feira da Colheita. Até lá, cada sombra será investigada, cada lealdade será testada.”
“Mas não agora,” Jaime disse, vendo a exaustão nos olhos de Adrian. “Agora, meu amigo, mesmo o mais bravo dos guerreiros precisa de descanso.”
“Sabedoria digna de um mestre,” Adrian admitiu com um aceno. “Um pouco de sono e estarei pronto para o que vier. Recarregar para enfrentar os dragões, certo?”
“Certo, você vai caçar dragões depois de um bom dia de descanso. E estarei ao seu lado, como sempre,” Jaime prometeu, batendo em seu ombro com forte camaradagem.
E assim, com a lealdade firmada e o coração leve, mesmo que por um breve momento, Adrian se voltou para buscar seu merecido descanso, pronto para enfrentar a batalha que se aproximava com a força de um amigo verdadeiro a seu lado.
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Atualizado até capítulo 26
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