Acasalamento e Conselho

A prova de Saphira finalmente chega, Draco faz questão de mostrar a ela no calendário, marcada em vermelho, ela sorri e vai dormir para se preparar.

Novamente, ela passa com pontuação total. Todos comemoram e ela recebe o certificado de conclusão. Na semana seguinte ela passa a trabalhar para Rosana feliz da vida.

Manhã de segunda, Saphira se levanta, toma um banho e veste uma camisa social junta, uma saia lápis com scarpins pretos e cabelos soltos. Ela desce para tomar café da manhã e todos os lobos presentes por causa de uma reunião, ficam boquiabertos ao vê-la, Jhoe a abraça e parabeniza por começar a trabalhar dizendo em seguida:

— Você está linda.

— Foi Rosana quem encomendou a roupa. — diz Saphira sorrindo.

Jhoe percebe Draco abalado e sorri para ele maliciosamente dizendo e girando Saphira lentamente:

— Dá uma voltinha.

Draco não consegue tirar os olhos dela e Amy percebe, ficando irritada. Rosana se aproxima e diz:

— Saphira e eu ficaremos fora por algumas horas, não deixem nenhuma bagunça.

Quando elas saem, Clarisse diz:

— Muito bem, vamos começar.

— Primeira pauta é sobre a época de acasalamento, está bem próxima e não preciso lembrá-los que para nós lobos é extremamente importante ter um companheiro, pelo menos uma vez durante a temporada. — diz Maik.

Jhoe o olha timidamente e Maik se senta, Clarisse então se levanta e diz:

— O alfa em especial, precisa ter uma companheira por pelo menos metade da temporada ou seus poderes podem ficar prejudicados.

— Eu sei, já verificaram todos da matilha? — pergunta Draco.

— Sim, todos confirmaram, os que não tem companheiros terão um encontro às cegas no dia como sempre, mas agora de nossa cidade vizinha. — diz Clarisse.

— O lobo invasor? — pergunta Draco.

— Sim. — diz Clarisse.

— Pode nos confirmar então sua companheira ou companheiro alfa? — pergunta Maik.

— Serei eu novamente. — diz Amy.

— Não. — diz Draco.

Amy fica surpresa e percebe que ele nem a olha nos olhos, ela então se levanta da mesa e corre até o banheiro, Angel a segue e pergunta:

— Está tudo bem?

— Sim. — diz Amy enxugando as lagrimas.

Angel sem pensar duas vezes coloca as mãos em sua cintura, Amy se arrepia com o toque e pergunta:

— O que está fazendo?

— Vi você me olhando naquele dia, enquanto eu me tocava no banho. — diz Angel.

— Entrei por engano. — diz Amy sem a olhar nos olhos.

— Por que continua se contendo? Não tem vontade de provar?  De me provar? — pergunta Angel com os lábios quase colados aos de Amy.

Amy sente aquele hálito refrescante com cheiro de morango e por um minuto se perde nos olhos de Angel, que por sua vez enfia a mão na raiz do cabelo dela e a puxa para um beijo que desestabiliza Amy. Quando se afastam, Angel sorri e diz antes de voltar para a sala:

— Posso não ser um alfa, mas posso te fazer implorar por uma ordem minha.

Amy respira fundo e tenta arrumar os cabelos, quando retorna para a reunião, todos estão discutindo sobre Draco não confirmar uma companheira, Maik então pergunta:

— E Saphira?

— O que tem ela? — pergunta Amy incomodada.

— Sabemos que sente algo por ela, não é suficiente para a temporada? — pergunta Maik.

— Quer que eu use uma mulher virgem por causa da temporada? — pergunta Draco chocado.

— Ela você não quer usar, mas quando foi comigo não tinha problema? — pergunta Amy chocada.

— Droga Amy, quando a gente ficou você já tinha pegado metade do time de futebol, não era mais virgem fazia tempo. — diz Draco massageando a têmpora.

Saphira entra nesse momento e encontra Amy em lágrimas. Ela vai até Amy, enxuga suas lágrimas e antes de tirá-la de lá, diz:

— Então é isso que um alfa faz? Me diz uma coisa, se eu não fosse virgem seria elegível para usar por uma temporada?

Antes que Draco responda, ela leva Amy para seu quarto, Rosana entra e ao ver a cara que estão fazendo pergunta:

— Perdi algo?

Saphira oferece água e limpa a maquiagem borrada do rosto de Amy que confusa pergunta:

— Por que está me ajudando?

— Não importa como me sinto a seu respeito, não suporto ver alguém sendo tratado assim. — diz Saphira com lágrimas ameaçando deixar seus olhos.

— Deveria estar rindo, ele só tem olhos para você. — diz Amy bebendo a água.

— Se aquele é o tipo de pensamento que ele tem, prefiro que nem cruze meu caminho. — diz Saphira incomodada.

Amy respira fundo sentindo um conflito interno sendo travado, então diz:

— Preciso ser honesta, está me ajudando então considere uma cortesia passageira, ele estava defendendo que não pode te usar por uma temporada, que não faria isso, ainda mais por você ser virgem.

— Não importa, mesmo que seja gentil ter consideração com isso, ele foi cruel com você. Só porque já dormiu com mais de um homem, não significa que perdeu seu valor. — diz Saphira.

— É estranho ser um alívio ouvir isso de você? — pergunta Amy.

— Por quê? Achou que eu iria desprezar você só porque já dormiu com alguém? — pergunta Saphira.

— Que se sentiria melhor do que eu por ainda proteger sua inocência. — diz Amy

— A minha inocência me foi roubada há muito tempo, me guardei até hoje porque pelo menos a virgindade quero entregar a alguém que eu ame. — diz Saphira.

Elas permanecem em silêncio por um tempo e Saphira pergunta:

— Está mais calma?

— Sim, obrigada por tudo, mas não pense que isso me fará desistir dele, tenho objetivos. — diz Amy se levantando e indo até à porta.

Saphira ri e se levanta para arrumar algumas coisas, ela escuta o som dos carros se afastando da casa e uma batida em sua porta a faz dizer:

— Não quero falar com você.

— Por favor, me deixa explicar, eu nunca usaria você. — diz Draco com agonia no olhar.

— Eu sei, o que me irritou não foi isso, foi a forma como falou dela. — diz Saphira se virando e colocando as mãos na cintura.

— O quê? — pergunta Draco surpreso.

— A quantidade de homens com quem ela dormiu não a faz descartável, isso é ridículo. — diz Saphira.

— Mas eu não disse que fazia. — diz Draco.

— Precisou dizer? — pergunta Saphira o encarando profundamente.

— Droga Saphira, quando me olha assim parece que está tentando ler minha alma. — diz Draco se aproximando.

— Pode ficar aí. — diz Saphira com o dedo apontado para o peito dele.

— Tudo bem, eu sei que fui rude e que foi errado falar sem pensar, mas estou sobrecarregado com os problemas da matilha, dos negócios e ainda tenho que ouví-los me dizer que tenho a obrigação de acasalar ou serei um alfa inútil…

— Espera, como é? — pergunta Saphira o interrompendo.

— Nós lobos passamos pela temporada de acasalamento sem problemas se tivermos um companheiro, ele deve ser fixo, não podemos trocar de companheiro e eu como alfa se não acasalar, meus poderes se enfraquecem. — diz Draco um pouco perdido em sua mente.

— Foi um pouco confuso, mas acho que entendi. — diz Saphira se sentando ao lado dele.

— Eu não tinha a intenção de ofender a Amy, só estava irritado e soltei aquilo sem antes analisar. — diz Draco.

— Ta, então trate de se desculpar. — diz Saphira.

— Claro, mas me diz uma coisa, desde quando se dão bem? — pergunta Draco.

— Sinceramente, eu fico um pouco apreensiva quando estou perto dela, mas não suporto ver alguém sendo tratado daquele jeito. — diz Saphira.

Algum tempo se passa e eles se  juntam para comer algo na sala, a campainha toca e Saphira diz indo até lá:

— Deixa que eu atendo.

Quando abre a porta, um homem não muito alto, de pele morena e careca a encara e diz surpreso:

— Você?

— Sebastian? — pergunta Saphira em choque.

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