Confronto

Amy liga o carro e sai rapidamente de lá, Saphira se acalma e continua sua corrida de onde parrou.

O carro vermelho chega derrapando na casa de Rosana e Amy desce chorando e dizendo:

— Um monstro, ela é um monstro.

— Querida, o que houve? — pergunta Rosana surpresa.

Camila e Draco saem e Amy diz:

— Onde encontraram aquela selvagem? Ela quase me atacou na estrada.

— Saphira? — pergunta Camila ainda mais surpresa.

— É esse o nome dela? Não importa, ela quase me atacou e precisam tirá-la de perto das crianças, é um perigo para eles. — diz Amy ainda chorando.

Eles a levam para dentro para se acalmar e 10 minutos depois, Saphira chega suada, Amy arregala os olhos ao vê-la e Rosana diz:

— Querida, precisamos conversar sobre algo.

— Pode falar. — diz Saphira sorrindo e enxugando o suor em uma toalha de rosto.

— Deixa comigo mãe. — diz Draco se levantando.

— Não, ela é minha hóspede, eu resolvo. — diz Rosana.

Draco com a voz firme diz:

— Eu resolvo!

Todos na sala se encolhem em surpresa e Draco sai dizendo:

— Vem comigo.

Antes de sair, Saphira olha uma última vez para a sala e vê Amy com um sorriso no rosto. Draco a leva até o  meio da floresta atrás da casa, lá ele pergunta:

— Você foi agressiva com Amy.

— O quê? Olha eu não sei o que ela…

— Responda. — diz Draco firme e a interrompendo.

— O que você…

— Você a ameaçou? — pergunta Draco a interrompendo novamente aumentando a voz.

Nesse momento, Saphira perde o controle e seus olhos ficam brilhantes, suas unhas ficam afiadas e ele diz:

— Controle-se, está na presença de um alfa!

Draco fica com os olhos brilhantes também, se preparando para caso precise controlá-la, então ela se aproxima rapidamente e fica com o rosto bem próximo ao dele dizendo:

— Dane-se que você é um alfa, eu não ligo. Quer saber se fui agressiva com ela? Eu só a intimidei, mas por causa do que ela disse, não me importa quem são ou quanto poder e dinheiro têm, eu não vou abaixar minha cabeça para ninguém, muito menos ir contra meus valores. Se é isso que espera, pode tomar um chá de realidade porque o buraco é mais em baixo.

Saphira dá dois passos para trás e diz:

— Eu não cheguei até aqui me deixando intimidar por ninguém, nem por você e nem por ela.

Draco fica surpreso e em silêncio, então ela diz:

— Sei que não gosta de mim, então vamos fazer o seguinte, eu não cruzo o seu caminho e você esquece que eu existo.

Saphira se afasta correndo e Draco volta para dentro, Amy corre até ele chorosa e perguntando:

— Você expulsou aquela selvagem?

— Vai embora. — diz Draco.

— O quê? — pergunta Amy surpresa.

— Vai embora! — diz Draco irritado.

Amy corre para fora e ele diz:

— Chamem Jhoe e Maik por favor.

Camila e Rosana obedecem sem dizer nada ao perceber o jeito que ele entrou. Jhoe e Maik chegam rápido e entram perguntando o que houve, então Draco diz:

— Ela não recuou.

— O quê? — pergunta Jhoe confuso.

— Eu e Saphira nos exaltamos enquanto eu a questionava e ela não recuou quando usei minha autoridade. — diz Draco ainda se sentindo afetado.

— Tem certeza? — pergunta Maik surpreso.

— Ela me enfrentou, veio para cima de mim e não exitou em me responder à altura. — diz Draco.

— Mas você é um alfa de sangue puro, como um lobo poderia enfrentá-lo assim? — pergunta Maik.

— Será que ela também é alfa? — pergunta Jhoe.

— Seria possível um alfa entrar em nosso território sem que nós sentíssemos? — pergunta Maik.

— Não, ela se mostraria naquele dia enquanto estávamos na mesa. — diz Draco.

Saphira entra na casa e ao vê-los, sobe correndo. Draco percebe seus olhos avermelhados, provavelmente de chorar, Jhoe percebe que ele está abalado e diz:

— Maik, leve ele para se acalmar, vou conversar com ela.

— Tome cuidado. — diz Maik.

— Não acho que ela vai me matar. — diz Jhoe subindo.

Ao chegar lá em cima, Jhoe encontra Felipe e Bruna bloqueando o caminho até o quarto de Saphira, então ele pergunta:

— Posso falar com a tia de vocês?

— Vai fazer ela chorar também? — pergunta Felipe.

— Vocês viram? — pergunta Jhoe surpreso.

— Sim, a gente estava brincando na beira da floresta, o tio Draco foi malvado com ela. — diz Bruna triste.

— Eu vim para tentar ajudar os dois, então vocês cavaleiros da princesa magoada, me permitem ir até ela? — pergunta Jhoe se ajoelhando.

— Ajudar?… Ta bom, pode ir. — diz Felipe.

Jhoe bate na porta e quando entra, vê Saphira sentada no chão encostada na cama, enquanto olha para o colar, ela o olha rapidamente e pergunta:

— Veio me repreender também?

— Não, vim apenas porque quero entender seu lado. — diz Jhoe se sentando ao lado dela.

— Ele te mandou aqui? — pergunta Saphira.

— Não, para falar a verdade, ele está em estado de choque lá fora, não teria como pedir. — diz Jhoe rindo.

— Eu não a ataquei, mas tive vontade, as  coisas que ela disse me tiraram do sério, então o mesmo que fiz com ela, fiz com Draco. — diz Saphira se encolhendo.

— Como tem tanto controle? — pergunta Jhoe.

— Como assim? — pergunta Saphira.

— Já vi lobisomens alfas perderem o controle na hora da raiva e atacarem pessoas, a ponto de matá-las. — diz Jhoe.

— Eu nunca quis machucar ninguém, tenho consciência quando estou com raiva, como acha que vivi tanto tempo escondida entre os humanos? — pergunta Saphira.

— É incrível… Agora sobre Amy, não se preocupe eu sei que ela pode ser uma babaca às vezes e te olhando agora, acredito em você. — diz Jhoe.

Saphira o encara um pouco e se joga em seus braços, chorando e dizendo repetidamente:

— Obrigada.

Eles ficam conversando por algum tempo e ela vai tomar um banho. Quando ele desce, Draco está na sala esperando, então Jhoe diz:

— Você não queria saber sobre Amy.

 — O quê? — pergunta Draco surpreso.

— Você a provocou propositalmente, nunca vi você se interessar por Amy, muito menos tomar partes sem antes investigar a fundo. — diz Jhoe.

Draco suspira e diz:

— Ela está me provocando sensações que me fazem sentir que estou perdendo o controle, desconfiei de sua atitude na cozinha ontem, ela estava tão perto e mesmo sob efeito de lobo, ela simplesmente me respondeu e saiu, então hoje eu perdi o controle e quis ver até onde ela ia.

— Você a magoou, ela acha que vocês acreditam em Amy e estão contra ela. — diz Jhoe.

— Ela disse isso? — pergunta Draco.

— E precisa dizer? — pergunta Rosana se aproximando.

— Desculpa mãe, por falar daquele jeito com vocês. — diz Draco arrependido.

— Filho, aquela menina já sofreu tanto, sua vida não foi fácil, sabe bem o que houve e ainda assim, consegue fazê-la chorar. — diz Rosana triste.

— Você é um alfa irmão, ela é uma loba solitária, sem família, nós não agimos assim com quem precisa de ajuda. — diz Camila.

— Eu vou resolver. — diz Draco.

— É bom que resolva, nesse momento seus sobrinhos acham que você é um monstro por fazê-la chorar. — diz Camila.

— Como eles…

— Eles viram vocês. — diz Jhoe interrompendo Draco.

Draco coloca as mãos na cabeça pensando no que fez e passa o fim de tarde e a noite bebendo, quando Saphira termina de colocar as crianças para dormir, desce para beber água e vê Camila observando o irmão, então ela diz:

— Ele já está assim há horas.

— Achei que lobos não ficassem bêbados. — diz Saphira surpresa ao vê-lo naquela situação.

— Bebida do lobo, é como o hidromel, mas é feito de uma mistura especial, própria para nós. — diz Camila.

Draco tenta se levantar e cai, Camila suspira e Saphira diz:

— Tudo bem, vá ficar com as crianças, eu ajudo ele.

— Tem certeza? — pergunta Camila receosa.

— Sim, tenho, pela sua cara, está aqui há horas cuidando dele, deve estar exausta. — diz Saphira.

Camila então se despede e Saphira vai até Draco que diz sem soltar a garrafa:

— A loba nervosinha.

— Você está muito bêbado, vamos dormir um pouco. — diz ela tentando ajudá-lo a se sentar no sofá.

Ele a puxa para se sentar ao seu lado e pergunta:

— Você me odeia, não é?

— Eu não o odeio, só não gosto que me acusem do que não fiz, muito menos de me humilhar. — diz Saphira.

— Eu não duvido de você, sei que não fez aquilo. — diz Draco soluçando.

— Se sabia disso, por que me levou até lá e fez aquilo?! — pergunta Saphira surpresa.

— Amy pode ser insistente e até mentirosa, ela quer que eu me case com ela, por causa de nossos pais. Eles alimentaram ideias dela casada com o alfa desde criança, mas ela só ama a posição de poder. — diz Draco.

— Ela me pareceu genuína quanto a gostar de você e é bonita, por que não tentou? — pergunta Saphira curiosa.

— Eu namorei ela há alguns anos, foi um inferno, quando terminamos ela não parou de vir até aqui e afastou todas que tinham interesse. — diz Draco irritado.

— Como ela afastou as outras? Não eram lobas também? — pergunta Saphira.

— Eram, mas Amy é uma sangue puro de família importante, eles têm um certo domínio com betas. — diz Draco.

 — Então ela é uma Ômega? — pergunta Saphira.

— Sim, por isso ela se assustou quando você a enfrentou. — diz Draco.

— Entendi. — diz Saphira pensativa.

Os ficam em silêncio por um tempo e Draco diz:

— Não odeio você, nem desgosto de sua presença, você só provoca sensações em mim que não conheço e isso me frustra.

— Tudo bem. — diz Saphira sem querem prolongar o assunto.

— Quero me dar bem com você, afinal, moramos juntos. — diz Draco.

— Então o que sugere? — pergunta Saphira.

— Vamos correr juntos? — pergunta Draco apontando para fora.

— Agora? — pergunta Saphira surpresa.

— Sim. — diz Draco.

— Mas você está bêbado. — diz Saphira rindo.

— A transformação vai me ajudar a ficar sóbrio. — diz Draco.

— Lobo? — pergunta Saphira.

— Sim, afinal não temos lua cheia hoje. — diz Draco.

Ele se levanta com dificuldade e estende a mão para ela, Saphira aceita e os dois saem. Na ponta da floresta, eles tiram suas roupas e se transformam em lobos. Os olhos de Draco se tornam vermelhos por ser alfa, mas os de Saphira apenas brilham na cor normal, se tornando intensos. Os dois começam a correr na floresta, uma sintonia se forma entre eles e é como se os problemas fossem embora.

Eles param na cachoeira e voltam a forma humana, Draco observa Saphira voltar de forma graciosa a forma humana em baixo da água, ela o encara sem dizer uma palavra, mas seus olhos são um turbilhão de pensamentos e frases, ele então vai até ela, ainda com a adrenalina da corrida e diz antes de beijá-la:

— Eu sabia que era você naquele dia.

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