Amy

No dia seguinte ela se levanta com o corpo totalmente curado, veste um moletom solto e um top, sai e começa a se alongar, Draco da porta diz:

— Não que a vista esteja ruim, mas o que está fazendo?

— Me alongando, fiquei tanto tempo me escondendo que agora estou enferrujada. — diz Saphira.

— Mas você estava correndo esses dias todos. — diz Draco confuso.

Saphira sorri e se aproxima dizendo:

— Não é a mesma coisa, sim, eu corro sempre, mas para garantir que se precisar fugir, terei folego, treinar é diferente.

— Está falando de luta? — pergunta Draco.

— Sim. — diz Saphira sorrindo.

— Besteira, nós somos lobisomens não precisamos treinar, temos reflexos. — diz Draco com deboche.

— Pensei o que quiser, eu vou treinar. — diz Saphira irritada se afastando.

Draco fica observando ela se afastar e Camila aparece dizendo:

— Sabe mesmo como agradar uma mulher em irmãozinho.

— Não pedi sua opinião e eu não estou tentando agradar. — diz Draco entrando.

Camila sorri e ao ver Jhoe diz:

— Finalmente vindo nos visitar.

— Ela gosta de treinar? Com essa roupa, dá para perceber que ela tem um bom condicionamento físico. — diz Jhoe apontando para a rua.

— Aparentemente, Saphira gosta de estar sempre preparada. — diz Camila sorrindo e o acompanhando para dentro.

Saphira termina seu treino e  volta para casa, quando entra está cheio de homens que passam a encará-la, surpresa ela acena e diz:

— Desculpe, não quis atrapalhar.

— Não está atrapalhando. — diz um deles se aproximando.

— Nessa época não passa um minuto sem que entrem no cio ao ver uma mulher bonita não é? — pergunta Draco parecendo irritado.

— Perdão, eu volto depois. — diz Saphira se afastando lentamente ainda de costas.

— Não, está na sua casa, mas suba e se vista por favor. — diz Draco.

— Eu estou vestida. — diz Saphira confusa.

Draco a encara e ela corre escada acima com vontade de rir pela cara que ele fez.

Uma mulher morena, alta, magra que parece uma modelo, entra na casa dizendo:

— Vocês nunca me esperam.

— Você demora demais Amy, não podemos perder tempo e sabe disso. — diz Jhoe.

— Ta bom. — diz Amy fazendo beicinho.

Ela tenta abraçar Draco que por sua vez a afasta dizendo:

— Sabe que não gosto de abraços.

— Você é muito bruto às vezes. — diz Amy se afastando.

Saphira está na escada quando isso acontece, Draco a vê e se afasta mais de Amy por instinto, Saphira sobe novamente e Amy pergunta:

— Quem é ela?

— Uma grande amiga minha. — diz Rosana se aproximando.

— Oi! Rosana, te trouxe alguns biscoitos. — diz Amy sorrindo.

As crianças observam de longe e quando Amy os cumprimenta, eles a ignoram e sobem as escadas. Camila sem graça diz:

— Sabe como são, não gostam de deixar que se aproximem.

10 minutos se passam e Saphira sai do banheiro, dando de cara com as crianças em sua cama. Bruna então pergunta:

— Podemos ficar aqui um pouco tia?

— O que aconteceu? Parecem chateados. — diz Saphira preocupada.

— Aquela mulher está aqui de novo, não gosto dela. — diz Felipe cruzando os braços.

— A moça bonita la em baixo? — pergunta Saphira.

— Ela não é bonita, você que é. — diz Bruna.

— Querida, temos que pelo menos admitir que ela é linda. — diz Saphira.

As crianças continuam embirradas e Saphira após pensar um pouco pergunta:

— O que acham de passear comigo?

— Sério?! — pergunta Bruna empolgada.

— Vamos fazer assim, vou só secar meus cabelos e iremos. — diz Saphira sorrindo.

As crianças correm para se arrumar e quando eles descem, Saphira chama Camila e pergunta:

— Posso levá-los comigo até a cidade? Eles parecem chateados e quero dar sorvete a eles.

— Claro! Nunca os vi tão animados para sair, normalmente só querem ficar em casa, sozinhos. — diz Camila feliz.

Amy observa Saphira sair com os dois e diz para Rosana:

— Pensei que eles não gostassem de ninguém.

— Ela é especial, todos acabam a amando. — diz Rosana orgulhosa.

— Todos é? — sussurra Amy observando Draco no telefone observando Saphira pela janela.

Na cidade, Saphira vai até a lanchonete de Jones, as crianças se sentam e ela diz:

— Hoje queremos rosquinhas recheadas e sorvete.

— Que surpresa, Bruna e Felipe por aqui. — diz Jones se aproximando.

— A tia Saphira nos trouxe para tomar sorvete. — diz Felipe feliz.

— Eles parecem mais receptivos com você ao lado. — diz a esposa de Jones se aproximando com alguns pedaços de torta de limão.

— Marisa! — diz Saphira a abraçando.

— Querida, você parece muito bem. — diz Marisa sorrindo.

— Rosana tem cuidado de mim. — diz Saphira.

— A vovó gosta muito da tia Saphira. — diz Bruna.

Felipe se suja com a torta e Saphira se apressa para pegar o celular e tirar fotos, Jones tira algumas para ela dos 3 juntos bagunçando. Marisa e Jones acertam os dias trabalhados de Saphira e ela paga a conta, em seguida eles vão para um parque no centro da cidade, algumas crianças se aproximam. Bruma e Felipe se escondem atrás de Saphira e ela diz:

— Está tudo bem crianças, eles não fazem mal.

— Não gostamos de pessoas. — diz Bruna agarrada a sua blusa.

— Vamos fazer o seguinte, o que acham de só cumprimentar duas dessas crianças e dizer o nome de vocês? — pergunta Saphira.

Relutantes, Bruna e Felipe aceitam e após 5 minutos, estão conversando com duas crianças escolhidas. O dia deles se encerra às 17h e eles retornam para casa com uma carona dada pelo dono da fazenda que os encontrou no caminho e ia até à casa de Rosana levar leite a pedido de Camila. Quando chegam, Camila fica surpresa  ao ver as crianças e Saphira todas sujas, Rosana começa a rir e diz:

— Isso sim, vale a pena de se ver.

— Vamos tomar um banho e quando descer contamos sobre o passeio. — diz Saphira rindo.

— Caíram em um buraco? — pergunta Draco surpreso.

— Vamos crianças, o último a chegar no banheiro me deve uma espada nova. — diz Saphira apenas sorrindo para ele e subindo com Bruna e Felipe.

Rosana coloca a mão no peito e diz emocionada:

— É tão bom ouvir essa bagunça de novo.

— Ela parece uma criança. — diz Amy observando.

Todos a encaram e ela diz:

— Não de um jeito ruim, para as crianças isso parece bom.

Todos permanecem em silêncio e ela fica sem graça, então se despece e vai embora.

Saphira desce as escadas e Camila que estava esperando ansiosa pergunta:

— Como foi?

— Querem que eu conte ou que eu mostre? — pergunta Saphira com um olhar misterioso.

Eles se reúnem na cozinha e ela mostra as fotos e vídeos, todos riem e quando chegam as fotos e vídeos do parque, Camila começa a chorar, Saphira fica surpresa e diz:

— Fiz algo errado? Se fiz me diga por favor.

— Não, não é isso querida. — diz Rosana passando as mãos pelas costas de sua filha.

Camila respira fundo e diz:

— Faz tanto tempo que não os vejo se interessar por outras crianças que fiquei sem ar.

Saphira respira fundos em alívio e Draco diz:

— Devo confessar que você realiza milagres.

— Que exagero. — diz Saphira.

Rosana leva a filha até a sala para se acalmar e Draco se aproxima dela, ficando a poucos centímetros de seu rosto, então ele diz:

— Você tem se mostrado um mistério e tanto.

— Não há mistério, só me disseram para viver sem me esconder e é o que estou fazendo. — diz Saphira.

— Você com certeza não se parece com as lobas que conheço, mesmo sendo naturalmente selvagens, são delicadas demais, têm medo de se sujar. — diz Draco encarando aqueles olhos com detalhes em verde.

— Deve ser porque eu não sou como elas, não cresci como nenhum de vocês, aprendi a lutar por mim mesma desde cedo e fazer o que for necessário. — diz Saphira com o coração acelerado.

— Tem medo de mim? — pergunta Draco.

— De onde tirou isso? — pergunta Saphira curiosa.

— Seu coração, posso ouví-lo. — diz Draco.

Saphira sorri em deboche e diz:

— Você não é o primeiro alfa que conheço, então não se ache demais.

Draco fica surpreso com a resposta e ela diz antes de se afastar:

— Mas de acordo com seus pensamentos, você deve estar com medo de mim, posso sentir sua respiração ofegante.

Draco a observa sair por baixo de seus braços que estavam apoiados na parede aos lados do corpo dela, Rosana se aproxima e diz:

— Que bom que estão finalmente se dando bem.

— Eu não diria isso. — diz Draco tentando acalmar o coração.

— Filho, suas mãos. — diz Rosana ao ver que suas unhas começaram a mudar.

— Preciso de um ar. — diz Draco se afastando.

No dia seguinte, Saphira como sempre se levantou cedo e saiu para correr, dessa vez na estrada perto da casa, pois queria correr em linha reta. Um carro esportivo vermelho se aproxima dela e buzina para que ela espere. Amy desce do carro usando um vestido tubinho preto e saltos, ela olha Saphira de cima a baixo e diz:

— Estou curiosa.

— Com o quê? — pergunta Saphira estranhando.

— Como fez para se aproximar de Rosana? Achei estranho as crianças se aproximarem de alguém assim, mas faz sentido, alguém sedutora como você, deve conseguir mais, até mesmo seduzir velhos donos de trailers. — diz Amy com deboche na voz.

Saphira ri em deboche e diz:

— Para sua informação, foi Rosana que foi atrás de mim e as crianças, elas simplesmente gostaram de mim, sinto que não tenha sido assim com você, mas sabe o que dizem, crianças são puras e sentem as intenções.

Amy fica irritada e seus olhos mudam como se estivesse prestes a se transformar, ela vai para cima de Saphira e a poucos centímetros dela diz:

— Fique longe deles, eles são meus.

Saphira reage e seus olhos ficam brilhantes, Amy sente como se o ar a sua volta ficasse eletrizado e os dentes de Saphira ficam afiados, então ela diz de forma intimidante e andando na direção dela:

— Quero que fique longe de mim, não te conheço e agora nem quero, agora se está tentando me ameaçar, devo avisá-la que não sou de abaixar a cabeça para ninguém, nem mesmo a filha do prefeito.

Quando percebe, Amy está colada ao carro, encolhida, Saphira abre a porta do motorista e diz:

— Agora entra e sai do meu caminho.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***