Brandon estava tão aborrecido que nem sequer olhou para a cabana, simplesmente abriu a porta e saiu dando de cara com a imensidão do lago a sua frente, olhou para os lados e só tinha árvores e vegetação.
Alice - Espere, professor!
Ela veio ao seu encontro, mas não desceu os poucos degraus da cabana, apenas colocou as mãos dentro do casaco para esquentar um pouco, pois seus dedos estavam gelados.
Alice - É perigoso sair a essa hora da noite, como eu disse antes, a cidade é distante.
Ele virou a olhando com raiva.
Brandon - Eu não acredito em nenhuma palavra que sai da sua boca, garota!
Ele bufou e saiu andando para o lado seguindo a trilha, ela ainda correu um pouco atrás para impedi-lo, mas acabou desistindo e voltou para a cabana, fechou a porta e escorou as costas na madeira fria, logo sentindo um arrepio na espinha.
Alice - Eu tô ferrada!
Ela fechou os olhos e ficou quieta no mesmo lugar durante alguns minutos. Uma corrente de vento frio entrou pela janela fazendo as cortinas balançarem ao ritmo da ventania. Alice se aproxima e fecha a janela, consecutivamente as cortinas, pega alguns galhos secos e aumenta a chama da lareira para dar uma esquentada por todo o cômodo.
Posteriormente, pega o celular no piso falso que havia guardado e senta-se no chão encostando as costas na parede, procura o número da sua mãe e faz uma ligação direta, contudo sua chamada acabou caindo direto na caixa postal.
Alice - Ah…
Ela suspirou e checou novamente a hora no relógio, olhou em direção a porta e lamentou a situação onde por pura teimosia se meteu.
Alice - Eu não vou me arrepender, se eu não tivesse feito nada teriam feito algo grave contra ele.
O ponteiro do relógio foi passando, e o sono começou a bater, Alice guardou novamente o celular no piso falso e se deitou no sofá antigo porém muito confortável para descansar.
...
Brandon não conseguiu ir muito longe, pois as luzes que cercam a cabana tinham um limite até a plataforma de madeira no lago.
Brandon - Que droga!
Ele chutou uma pedra e caminhou na plataforma até a ponta perto da borda e sentou numa tentativa de cessar sua raiva naquele momento.
Brandon - Brincadeira de mal gosto dessa garota.
Um pouco mais calmo parou seu olhar na lua que estava incrivelmente iluminada, ficou um tempo admirando as nuvens passando por ela e escondê-la em determinados momentos da linda e enigmática noite.
Soltou um suspiro forte e olhou na direção da cabana, dava para ver a fumaça da lareira saindo pela chaminé, a casa tinha lá os seus encantos, apesar de toda sua raiva, Brandon não deixou de perceber esse pequeno detalhe.
Como não poderia enfrentar a escuridão da madrugada sozinho sem ter uma direção ou mesmo uma lanterna, Brandon decidiu voltar e passar a noite na cabana, e pela manhã pensaria em uma maneira de sair desse lugar no meio do nada.
Voltou caminhando devagar e subiu os degraus, que com o atrito do calçado emitia um leve som na madeira rústica, com isso se via que era bem antiga toda a estrutura. Brandon abriu a porta da cabana e adentrou, parou perto do sofá e ficou observando Alice ressonando baixinho.
Ele balançou a cabeça em reprovação e deu uma sondada por todos os poucos cômodos, subiu numa escada que dava para um quarto inutilizável cheio de caixas pelo o chão e uma cama desmontada.
Brandon - Que raios de lugar é esse?
Ele se perguntava a todo momento.
Brandon - Local antigo, se ver que não é frequentado com frequência devido a poeira e algumas teias de aranhas, principalmente nesse cômodo.
Curioso, Brandon abre uma caixa e acaba encontrando lembranças, vários porta-retratos de família. Tira um álbum empoeirado e senta-se numa cadeira no canto da parede, abre página por página viajando nas imagens de pessoas desconhecidas, mas todas em momentos felizes perto do lago. Devido a alergia do mofo, Brandon começa a coçar o nariz e lacrimejar, com vontade de espirrar, mas se segura.
Na penúltima página do álbum, uma foto em específica lhe chama atenção, era Alice dentro de um barquinho no meio do lago segurando uma vara de pescar. Seu sorriso era como o sol, que iluminava tudo à sua volta, acendendo sentimentos calorosos e guardados para quem tinha o privilégio de contemplar tal deslumbre. Pela primeira vez, Brandon viu além daquele sorriso, uma beleza diferenciada e única.
Ele espirrou e seus devaneios foram colocados de lado, Brandon fecha o álbum e o coloca novamente guardado dentro da caixa, depois desce para o andar do quarto onde iria dormir.
Brandon - Que situação ridícula!
Ele olha para Alice dormindo no sofá, mas seu semblante era de total desaprovação às atitudes de Alice para com ele, ainda por ter inventado uma história sem pé nem cabeça para separá-lo da noiva. Na sua cabeça, ela estava inventando tudo e teve ajuda de outro aluno, tudo uma brincadeira premeditada de mal gosto.
Estava visivelmente cansado com tudo, além de sua cabeça estar latejando sem parar por conta da pancada que levou no estacionamento da universidade.
Brandon - Amanhã é outro dia, eu vou resolver isso!
Ele tira a camisa e deita na cama, mas apesar do cansaço corporal, Brandon não conseguiu em hipótese nenhuma fechar os olhos, tudo na sua cabeça doía, até mesmo pensar. Levantou impaciente e entrou no banheiro abrindo todas as portas do armário a procura de algum analgésico que pudesse tomar.
Não encontrando, tirou a roupa e tomou um banho de água quente embaixo do chuveiro, só assim sentiu seu corpo aliviando mais a tensão, Brandon encostou a testa na cerâmica morna e fechou os olhos. Ele sabia que no fundo a Alice poderia estar falando a verdade sobre a Nina, afinal, ele acabou de herdar uma fortuna do pai, além de negócios milionários.
Brandon - Se a Nina realmente estava planejando me trair...
Ele fecha os punhos com raiva e soca a parede.
Brandon - Vagabunda, eu acabo com a raça dela!
Ele deu outro soco, e outro soco. Com o barulho na parede, Alice acabou despertando e sentando-se no sofá assustada.
Alice - Meu Deus!
Ela olhou para o quarto e se levantou apressadamente, entrou na cozinha e pegou uma faca de pão para se projetar, pois pensava que alguém havia entrado pela a janela do quarto.
Correu e chutou a porta do dormitório de uma vez, dando de cara com o Brandon somente de toalha amarrada na cintura para baixo escovando os dentes e abrindo o armário a procura de roupas limpas, ele a olhou.
Alice - Você voltou!
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 113
Comments
Maria DA Gloria
espero que Brandon consiga pegar e acabar com nina e o advogado corrupto seu amante
2025-02-06
1
Marineia Araujo
pergunta pra Alice o que ela ouviu, e tira tuas conclusões, ora!
2025-03-16
0
Marilia Carvalho Lima
tomara que acredite nela!
2024-11-17
0