Alice olhou o seu reflexo em um espelho velho, haviam cortes principalmente no rosto, como se fossem mini rasgos causados por galhos finos e secos que tinham no meio da vegetação fechada. Seu corpo inteiro estava dolorido, principalmente as costas, parecia que tinha corrido uma maratona.
Ela tirou toda a roupa e tomou um banho demorado debaixo do chuveiro, aos poucos a sensação de fisgada nos cortes foram dando uma amenizada e Alice pôde relaxar os músculos rígidos.
Vestiu um roupão e saiu do banheiro, olhou toda aquela bagunça de caixas empilhadas em cima da outra, era impossível dormir nesse ambiente. Mas teria que descansar, pois tinha problemas de coluna, e como estava dormindo no sofá a situação meio que deu uma piorada. Levando em conta que o único quarto disponível na cabana era o que Brandon estava dormindo, enfim, não tinha muito o que fazer naquele momento.
Alice pegou a mochila que estava no canto atrás da porta e tirou um vestido limpo, bem confortável para ficar em casa. Vestiu e penteou os cabelos, adentrou a pequena varandinha do segundo andar e se escorou no parapeito, contemplando a beleza paradisíaca do lago.
Acabou tendo uma ideia ao perceber ganchos de rede naquele espaço, assim sua memória afetiva a faz voltar no tempo e lembrar que quando era pequena dormia ali, enquanto a família aproveitava o lago como diversão.
Alice - Bons tempos!
Ela sorriu e voltou para o quarto, abriu o armário e encontrou uma rede na prateleira de cima, o problema é que não estava com um cheiro muito agradável por ficar muito tempo guardada sem usar, mas Alice não se importava, colocou na varanda e com o vento o cheiro foi diminuindo.
Alice - Vou dormir um pouquinho, minha coluna tá me matando.
Assim ela fez, apagou literalmente a tarde inteira, quando acordou o sol já estava indo embora numa visão incrível das cores quentes refletindo na água, os olhos dela brilharam com tal cena.
Alice - Que lindo!
Ela tinha que admitir que havia esquecido muitos momentos que viveu na cabana, o tempo vai passando e tudo vai mudando, as pessoas também ficam diferentes e com outros propósitos. Quando era criança ia para a cabana passar uns dias durante férias do meio do ano, era uma tradição.
Ela sentou-se na rede e alongou os braços para cima, bocejou e levantou ainda com o corpo quente e mole, mas era uma sensação boa, não ruim. Alice desceu os degraus olhando a sala, Brandon não estava lá, ela entrou na cozinha e notou que ele tinha feito o peixe assado no forno.
A princípio, ficou surpresa, mas não pensou muito, pegou um prato e colocou um pedaço do peixe com alguns acompanhamentos, puxou uma cadeira e sentou para comer. Quando terminou lavou a louça que tinha sujado e guardou tudo.
Alice - Professor?
Ela se aproximou de fininho do quarto e deu algumas batidinhas na porta, queria agradecê-lo pelo peixe que estava uma delícia. Mas ele não respondeu, Alice girou a maçaneta devagar e abriu um pouco a porta constatando que ele não estava lá.
Alice saiu da cabana e o viu cortando lenha com um machado perto de uma árvore frutífera. Ela ficou meio sem jeito, mas caminhou até onde Brandon estava.
Alice - O peixe estava muito bom.
Ela pegou uma frutinha no chão e se encostou no tronco da árvore, Brandon não falou nada, continuou partindo a lenha e jogando para o lado onde já estava uma quantidade expressiva. Alice se sentiu ignorada e saiu de mansinho, quando ela estava a uma certa distância, ele respondeu.
Brandon - Meu pai costumava ir para a cozinha, ele sempre fazia novidades, minha mãe adorava.
Ela parou no meio do caminho e virou o olhando.
Alice - Aprendeu com ele?
Brandon - Sim! Eu sempre ficava observando ele cozinhando.
Alice - Eu gostei muito, o peixe estava muito saboroso!
Ela retornou e sentou numa pedra embaixo da árvore.
Brandon - Pronto! Acho que essa quantidade de lenha é o suficiente para dois dias.
Ele cravou o machado no chão e esticou o corpo para trás, por impulso tirou a camisa já que estava pingando de suor. Alice virou o rosto imediatamente para o lado, Brandon passou a mão na testa e suspirou olhando para ela, foi aí que ele se deu conta que tirou a camisa na frente da aluna, mas não se importou, já que não tinha malícia da sua parte.
Brandon - Vou tomar um banho no lago.
Alice - Eu vou entrar, já tá começando a esfriar.
Ele confirmou com um gesto de cabeça e deu um mergulho na água, estava um pouco gelada, mas bem agradável. Alice retornou para a casa e pegou seu notebook na mochila, sentou no sofá e começou a trabalhar, fazendo as tirinhas em quadrinhos da super heroína, Solyne.
Colocou o notebook no braço do sofá e cruzou as pernas, Brandon entrou com as lenhas e encostou no canto, posteriormente entrou no quarto e vestiu roupas secas. Voltou para a sala e se agachou acendendo a lareira, com o vento, que entrava através da janela uma quantidade de fuligem pairou sobre o ar, Alice espirrou.
Brandon - Tudo bem?
Alice - Aham...
Depois de acender, Brandon se sentou na poltrona e ficou olhando na direção da janela, já havia anoitecido.
Alice - Seu carro está aqui perto, na casa de um senhor, um velho conhecido do meu avô.
Ele a olhou como se quisesse decifrá-la.
Brandon - Você quer que eu agradeça?
Alice - Não, estou apenas te dizendo.
Brandon - Hum...
Ele morde o próprio lábio e pigarreia limpando a garganta.
Brandon - O que mais você escutou naquele banheiro, na universidade?
Ela parou por um instante de desenhar e parou a visão no chão mais a frente, lembrando dos gemidos dos dois.
Alice - Apenas o que eu lhe contei.
Brandon - Não, não é só isso!
Ela fecha o notebook e levanta-se caminhando na direção da cozinha, mas Brandon também se levantou e segurou o braço dela a fazendo olhar em seus olhos confusos e perdidos, por um momento, Alice conseguiu enxergar além do centrado professor, via uma pessoa com sentimentos.
Brandon - O quê mais?
Alice - Você não precisa saber disso, pois... vai se machucar!
Ela desvia o olhar para o chão novamente, ele segurou o queixo e ergueu o rosto dela para que ela não tivesse nenhuma chance de mentir, se encaram de uma maneira diferente, pois Alice sabia que não poderia inventar uma situação que nunca existiu apenas para poupá-lo.
...
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Atualizado até capítulo 113
Comments
ARMINDA
CONTA LOGO . ASSIM SOFRE DE UMA VEZ .
2024-11-12
1
Marcia Santos
Alice conta logo o que a vadia e o salafrário fizeram
2024-11-11
0
Ilma Isabel De Campos dos Santos
conta, conta
2024-10-27
1