Capítulo 10

Nina estava desesperada andando no estacionamento de um lado para o outro, ficou sem entender onde o Brandon estaria, pois o carro dele não se encontrava mais ali. A batata estava assando para o lado dela, seu cúmplice ligava sem parar, mas naquele momento ela não queria atender a ligação e voltou para dentro da universidade.

Nina - Não, não... não é possível!

Ela foi até a sala de psicologia, não tinha ninguém lá.

Nina - Droga, cadê ele?

Ele tirou o celular da bolsa e procurou o número de Brandon, ligou, mas estava dando desligado.

Nina - Ele deve ter ido para casa!

Ela sai novamente para a área externa e avista um carro preto de vidros fumê.

Nina - O Egon vai me matar!

Ela se aproxima do carro preto e o vidro é abaixado, haviam três brutamontes dentro esperando as coordenadas dos próximos passos.

Homem - Então, senhora?

Sem rumo, Nina leva as mãos à cabeça e volta a olhar para os lados, abre a porta do carro e entra.

Nina - Vamos ao prédio onde ele mora, eu acho que ele foi mais cedo para casa.

Homem - Tudo bem.

Assim fizeram, quando chegaram lá, Nina tomou outro baque, pois seu noivo não estava em casa.

Nina - Me leve para casa!

Os brutamontes do advogado corrupto a deixaram em casa e foram embora, Nina entrou no seu apartamento arrasada.

Nina - Será que ele viajou de última hora?

Ela abriu um whisky lacrado e colocou um pouco da bebida no copo.

Nina - Mas se ele tivesse viajado com certeza teria me dito.

Irritada e ao mesmo tempo frustrada, Nina tira os sapatos e senta-se no sofá para continuar bebendo e esquecer os problemas que estava metida, de repente sua ficha caiu.

Nina - Meu Deus, o que eu ia fazer?

Ela começa a chorar.

Nina - Eu o amo, eu não poderia.

Ela enche mais o copo e limpa as lágrimas com os dedos. Alguns minutos depois a campainha começa a tocar freneticamente, já sabendo de quem se tratava, Nina abre a porta.

Egon - O que deu errado?

Nina - Não sei explicar, ele sumiu!

Ele a olhou nos olhos e Nina abriu ainda mais a porta para que ele pudesse entrar, logo em seguida, caminhou até o meio da sala e virou novamente o encarando com raiva.

Nina - Você me induziu a fazer essa loucura.

Egon - Que não aconteceu, e ninguém tem provas disso.

Ainda com o copo de bebida na mão, Nina mira na direção dele e joga com força, mas Egon foi rápido e se abaixou antes de ser atingido, o vidro foi estraçalhado na parede.

Egon - Você tá ficando louca, perdeu o juízo?

Nina - Eu nunca deveria ter te ouvido.

Egon - Não seja exagerada, você queria tanto se apoderar do dinheiro dele quanto eu.

Nina - Mas não dessa maneira criminosa.

Egon - E de que maneira fácil seria? O cara te ama por acaso? Ele simplesmente adiou o casamento.

Nina - Natural, já que o Brandon ainda está de luto.

Egon - Você é muito ingênua, é incrível!

Ela senta no sofá e tomba a cabeça para frente fechando os olhos, cansada de tudo que estava acontecendo na vida dela nesses últimos meses, parecia que se encontrava dentro de um pesadelo sem fim.

Egon - Para onde ele foi?

Com uma voz mais calma, Egon senta no outro sofá, junta as mãos uma na outra e mira em um ponto qualquer no chão.

Nina - Eu não sei!

Egon - Você acha que alguém ouviu a nossa conversa no banheiro feminino hoje?

Nina - Como assim?

Ela ergue a cabeça e o olha.

Egon - Acho que demos muita bandeira, não checamos se tinha a presença de alguma pessoa, um aluno em uma das cabines.

Ela arregala os olhos preocupada.

Nina - Você acha que tinha alguém escutando tudo?

Ele dá de ombros e leva as mãos à cabeça.

Egon - Eu não sei, isso é só uma especulação.

Nina - Pior que não tem como saber, todas as câmeras foram desligadas naquele período de tempo.

Egon - Ai,ai... que mancada que demos!

Nina - Pois é, e para completar transamos naquele maldito banheiro!

Egon - Temos que pensar, agir com cautela.

Nina - E se a pessoa nos filmou?

Egon - Pessoa? Você já tá certa que tinha alguém lá, né?

Preocupada, Nina não respondeu, continuou calada pensativa e ao mesmo tempo se culpando por tudo que fez contra Brandon.

Egon - Amanhã você vai na universidade, e irá sondar com o zelador que estava limpando naquele horário.

Nina - E você acha que ele não irá desconfiar?

Ele sorriu.

Egon - É só um zelador, o que um pobre coitado pode fazer contra nós?

Nina - Você subestima muito as pessoas, deve ser por isso que está agindo naturalmente, como se fosse normal tudo que estávamos planejando fazer contra o Brandon.

Egon - E você quer que eu fique desesperado e vá à polícia registrar queixa de um desaparecimento?

Ela fez negativo com a cabeça.

Egon - A questão é... ele sumiu certo? Ou ele tá sabendo o nosso plano porque alguém contou, ou esse alguém foi mais esperto que nós e o sequestrou para tirar dinheiro.

Nina - Você tá viajando... (risos)

Egon - Se essa segunda hipótese existir, poderemos nos safar de qualquer acusação.

Nina - Ah... já chega!

Ela passa por ele e abre a porta com força.

Nina - Sai do meu apartamento!

Egon - É, eu vou mesmo!

Ele olha a hora no relógio.

Egon - Por enquanto fique quietinha, não se manifeste!

Nina - O quê?

Ele toca no queixo dela com os dedos.

Egon - Fique na sua, não vá a polícia.

Nina - E por que não?

Egon - Deixa aquela empregadinha da casa do pai dele sentir falta, ela com certeza vai ligar para você, aí que os jogos começarão.

Nina - Não estou entendendo.

Egon - Você se fará de vítima, vai dizer que há dias não consegue falar com o seu noivo e está muito preocupada.

Ela tira a mão dele do rosto dela.

Nina - Pronto, era só isso?

Egon - Por agora, sim!

Nina - Agora saia da minha casa, estou com nojo desse seu rosto de bandido superior.

O advogado apenas sorriu com o comentário e passou por ela saindo em direção ao elevador, Nina fechou a porta com força e mudou a expressão facial para séria e um tanto quanto maligna, dava para notar um pequeno riso se formando no canto da sua boca.

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