Brandon - É, voltei!
Alice - Tem algumas roupas limpas aí.
Ela apontou para o armário, ele a olhou sentindo ainda mais raiva, pois Alice realmente planejou tudo para trazê-lo até esse cativeiro. Mas o que Brandon não sabia era que as roupas já existiam ali, tanto que estavam com cheiro de mofo.
Brandon - Eu não vou conseguir usar as roupas, há quanto tempo estão aqui guardadas?
Alice - Há um tempo, meu pai deixou daqui da última vez que veio à cabana.
Brandon - Então essa casa é da sua família?
Ela fez positivo com a cabeça e se aproximou, retirou todas as roupas dos cabides.
Alice - Irei lavar.
Brandon - Ótimo, então você pode sair!
Ele baixou a cabeça olhando para a toalha.
Brandon - Irei dormir nu, então!
Ela engole a seco.
Alice - Ah, perdão, eu já estou saindo.
Ele a seguiu com o olhar até Alice sair do quarto, tirou a toalha e jogou em cima da cadeira, depois se deitou na cama e puxou os lençóis se cobrindo. Mais uma vez, Brandon não conseguiu pregar os olhos e dormir, a insônia continuou mesmo depois do banho relaxante, sua cabeça passava um turbilhão, principalmente a dúvida, se realmente a Nina iria fazer ou não as coisas que Alice falou.
Brandon - Será que ela seria capaz?
Ele bocejou.
Brandon - Eu tenho que descobrir a verdade.
Ele mira na porta e fica perdido em suas teorias, logo suas pestanas vão pesando e Brandon acaba dormindo sem ao menos se dar conta. Na sala, Alice estava sentada no sofá em posição fetal olhando para a chama da lareira, mas era notório que seus pensamentos viajavam longe.
Apesar de tá aquecida no cômodo, seu corpo sentia frio, era como se tivesse sentindo uma febre emocional por conta de todo o ocorrido dos últimos momentos até agora.
Alice - Oh Deus, me ajuda!
Ela fecha os olhos e lágrimas escorrem para o seu rosto trêmulo.
...
A noite parecia que tinha escolhido as pessoas certas para trazer as incertezas do amanhã e principalmente a falta de sono causada pela preocupação excessiva. Nina, estava aflita arrumando uma mala com roupas e outras coisas, parecia apressada e com medo.
Nina - Eu vou embora, vou dar uma sumida!
Ela retorna para o closet e tira uma caixinha de jóias que tinha guardado na gaveta, retorna e põe na mala.
Nina - Merda! (Chorando)
Ela fecha a mala e joga no chão com raiva.
Nina - Será que realmente alguém ouviu a conversa no maldito banheiro?
Ainda fora de si e com medo das consequências no futuro, Nina não pensou duas vezes e decidiu viajar para um lugar que Egon não tenha ideia de onde encontrá-la.
Nina - Vou pedir um táxi.
Ela senta na pontinha da cama e começa um choro desesperado, pensa até em desistir e encarar a realidade.
Nina - Eu só tenho que negar e pronto! Se o Brandon me amar de verdade, com certeza acreditará em mim.
O celular começa a tocar, com o vibrar em cima do colchão Nina tomou um baita de um susto e se levantou indo até o banheiro, pegou um lenço e limpou as lágrimas que haviam manchado ao redor de seus olhos com lápis preto.
Depois de retocar a maquiagem, Nina pegou a mala e saiu arrastando-a até o elevador e desceu, pegou o táxi que havia solicitado e seguiu para o aeroporto, mas antes escreveu uma mensagem para Brandon.
Nina ✉️ - Você sumiu? Eu pensei que iríamos passar a noite juntos. Bem, estou ligando sem parar e minhas chamadas estão caindo direto na caixa postal.
Ela para um pouco de digitar e fica pensativa no que iria dizer a seguir.
Nina ✉️ - Infelizmente eu tive que viajar às pressas, alguém da minha família tá muito doente. Eu até iria te avisar, mas o seu telefone não tá funcionando, enfim... Eu te amo muito, beijos!
Sem demora, Nina enviou a mensagem de texto e relaxou a cabeça no assento do táxi. De vez em quando o motorista a olhava pelo o retrovisor achando o seu comportamento agitado um pouco estranho.
Motorista - Está tudo bem, senhora?
Nina - O quê?
Motorista - Eu perguntei se está tudo bem com a senhora?
Nina - Uhum... é, estou bem!
Motorista - Parece que vai chover.
Ela olhou além da janela, pois de repente os pingos de chuva começaram a se chocar com o vidro o deixando meio embaçado.
Nina - É... eu não gosto de chuva.
Ele mirou novamente no retrovisor para olhar o reflexo da passageira.
Motorista - Minha mãe sempre falava: depois da tempestade vem a bonança.
Ela sorriu.
Nina - Será que eu encontrarei sossego?
Falou ironizando a própria situação.
Motorista - Creio que sim, não importa o tamanho do problema que esteja enfrentando, tudo passa.
Nina - Vou acreditar nas suas palavras, me parece muito convincente.
Motorista - Eu tento falar sempre com convicção, a senhora não será a primeira e nem a única que entra no meu táxi com problemas pessoais. Eu já virei um ouvinte de histórias marcantes.
Nina - Deve ter muitas coisas interessantes para contar.
Motorista - Sim, verdade!
Ambos sorriem. Depois de alguns minutos, ele para o táxi em frente ao aeroporto, ajuda a Nina com a mala e deseja boa sorte para ela.
Nina - Obrigada pela conversa, estou me sentindo muito melhor.
Eles se encaram um instante, o motorista quebra o gelo tirando um cartão do bolso e a entregando.
Motorista - Meu contato! Algum dia, se precisar, pode me ligar.
Nina - Talvez eu precise um dia.
Ela sorriu simpática e guardou o cartão na bolsa.
Motorista - Apenas fale, que é a moça dos olhos cor de mel, eu
lembrarei no mesmo segundo.
Nina - Tá, obrigada! (Risos)
Ela pega a mala e começa a puxá-la adentrando o aeroporto, nem ao menos olhou para trás, apesar de ter achado a conversa do homem agradável, Nina não se arriscaria em dizer que ficou um pouco atraída pelo o motorista.
Nina - É um morto de fome, o que eu estou pensando?
Ela se puniu por alguns pensamentos que teve em relação ao homem e balançou a cabeça em negação, negando tal atração momentânea. Depois de comprar a passagem, Nina foi sentar-se afastada na parte que estava praticamente vazia, havia apenas uma senhora um pouco mais à frente, folheando uma revista de moda bastante concentrada.
Nina - Vou sumir por um tempo, é a melhor coisa que eu faço nesse momento. Dane-se o resto! Que o Egon se lasque.
Ela deu meio sorriso se sentindo vitoriosa.
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Atualizado até capítulo 113
Comments
ARMINDA
É NINA ESTE EDGAR VAI TE PERSEGUIR
2024-11-12
1
Denise Gonçalves das Dores
Não conta vitória antes do tempo, Nina.
2024-08-05
4
Maria Neide Novaes
verdade
2024-06-30
3