O som das folhas secas sendo esmagadas pelos pés de Cheng Yi e Tian Ci ecoava na floresta escura. O luar atravessava as árvores como espadas prateadas, mas a claridade não trazia alívio, apenas destacava o perigo iminente. Atrás deles, passos pesados e vozes ameaçadoras se aproximavam. Homens armados com espadas e arcos avançavam com determinação.
Tian Ci segurou firmemente a mão de Cheng Yi, seu olhar carregado de urgência.
— Corre! — ele disse, quase em um sussurro desesperado.
Uma flecha cortou o ar, quase atingindo-os. Um dos perseguidores, irritado, gritou para seu companheiro:
— Você esqueceu o que o mestre disse? Não machuque a mulher! Nosso alvo é o homem que está com ela!
Os homens aceleraram o passo, o som das botas ressoando como trovões abafados. Cheng Yi e Tian Ci mal podiam respirar, mas continuaram correndo, guiados apenas pelo instinto de sobrevivência. De repente, um deles parou abruptamente ao ver uma figura no alto de um portal de pedra à frente.
Ali, sentado despreocupadamente, estava um homem misterioso, girando um pincel entre os dedos. Sua silhueta era iluminada apenas pelo reflexo da lua, enquanto seu rosto permanecia oculto na penumbra. Sua voz soou calma, mas carregada de autoridade:
— Vocês não deveriam estar aqui.
Os homens armados ergueram os olhos, desconfiados. A claridade lunar revelava apenas o brilho do cabelo do estranho, que parecia prateado sob a luz da noite. Um deles, com a ousadia de quem não teme o desconhecido, gritou:
— Se não quiser problemas, é melhor não se meter no nosso caminho!
O homem no portal deixou o pincel parar entre os dedos, seu tom agora cortante como lâminas:
— Uma recepção tão hostil... Vocês não acham que deveriam estar de joelhos?
O líder dos perseguidores zombou, prestes a responder com desprezo, mas o olhar do homem misterioso o fez congelar. Era um olhar que carregava algo primordial, um peso impossível de ignorar. Sentindo um calafrio percorrer a espinha, o homem caiu de joelhos involuntariamente, seguido pelos outros.
— Quem é você? — perguntou um dos homens, a voz tremendo.
O estranho esboçou um sorriso que mesclava sarcasmo e ameaça.
— Vocês não deveriam estar se perguntando como conseguem me ver?
De forma quase teatral, ele lançou um papel no ar. A folha flutuou até a mão do líder ajoelhado.
— Essa informação pode ser útil para vocês.
O homem ajoelhado arriscou mais uma pergunta, temeroso:
— Posso saber seu nome?
O estranho inclinou levemente a cabeça, seu tom agora carregado de malícia:
— Saber meu nome é assinar sua sentença de morte. Estão dispostos?
Os homens hesitaram, um silêncio sepulcral preenchendo o ar. Por fim, o líder respondeu, com voz grave:
— Só morremos pelo nosso mestre. E você não é ele.
Antes que pudessem compreender, o homem desapareceu como fumaça ao vento. Mas sua voz ecoou pelo ar, como um sussurro sinistro:
— Têm razão.
Tian Ci e Cheng Yi continuaram correndo, seus passos vacilantes apenas parando quando perceberam que os sons de perseguição haviam cessado. Cheng Yi olhou para trás, confuso.
— O que será que aconteceu?
Tian Ci franziu as sobrancelhas, sua expressão carregada de suspeita.
— Talvez tenham percebido que meu pessoal está logo à frente.
Nesse momento, um jovem surgiu de entre as árvores, correndo até eles. Seus olhos brilhavam de alívio.
— Mestre!
Cheng Yi olhou intrigado, mas antes que pudesse perguntar, Tian Ci explicou:
— Este é Zhang, meu discípulo. Ele é como um irmão para mim. Nós nos conhecemos desde a infância.
Zhang acenou respeitosamente para Cheng Yi, mas sua preocupação estava clara.
— Mestre, você está bem? Parece cansado.
Tian Ci colocou a mão no ombro de Zhang, forçando um sorriso para tranquilizá-lo.
— Estou bem. Não se preocupe.
Ele então olhou para Cheng Yi, sua expressão mais leve.
— Vamos. Minha mansão não está longe daqui. Lá estaremos seguros.
E assim, os três seguiram, deixando para trás o mistério que a noite havia sussurrado.
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Atualizado até capítulo 36
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