Um mar de Ilusão. Capítulo 12. Os bolinhos que foram levados.

Cheng Yi:

– Sim, obrigada.

Ela começa a comer os bolinhos, mas sua boca fica suja com o doce. Ling An se aproxima, estende a mão e limpa delicadamente. Cheng Yi ergue os olhos e encontra o olhar profundo do mestre. Por um instante, tudo parece desacelerar. Seu coração dispara. Ling An, ainda com a mão em seu rosto, começa a se inclinar, aproximando seus lábios dos dela. Cheng Yi, sentindo o calor subir ao rosto, se afasta rapidamente.

Cheng Yi:

– Mestre, você está bem? Seu rosto está todo vermelho.

Ling An respira fundo, visivelmente abalado.

Ling An:

– Você... você comeu os bolinhos em formato de flor?

Cheng Yi olha para os bolinhos na mesa, confusa.

Cheng Yi:

– Não, eu comi aquele com desenho de folha. Por quê?

O semblante de Ling An muda, tornando-se mais preocupado.

Ling An:

– Tem algo nesses bolinhos... não coma mais nada.

Antes que ela pudesse perguntar mais, Ling An cambaleia e se senta no chão, com a respiração descompassada.

Cheng Yi:

– Mestre, o que está acontecendo?

Ela tenta ajudá-lo a se levantar, mas ele recua, murmurando:

Ling An:

– Não... não se aproxime. Por favor, fique longe.

Ignorando o pedido, Cheng Yi segura sua mão para ajudá-lo a se levantar, mas ele a puxa com mais força do que esperava. Cheng Yi perde o equilíbrio e cai sobre ele, ficando perigosamente próxima. O rosto dela está a poucos centímetros do dele. Ela tenta se levantar, mas Ling An, em um impulso repentino, segura seu pescoço com uma das mãos e a beija. Os olhos do mestre Ling logo se fecham, e ele desmaia em seguida.

Cheng Yi, atônita, se levanta rapidamente, limpando a boca. Ela olha para Ling An, agora desacordado no chão, e o arrasta para sua cama. Sentando-se no chão, passa a mão pelo cabelo, confusa e preocupada.

Cheng Yi (pensando):

(“E agora? O que faço? Ele me beijou... não, espera! Foi ele, não eu! Isso não muda nada. Quem fez isso com ele? Será que ele vai se lembrar? Se eu não contar, ele nunca saberá. E nos já nos beijamos antes. Mas... por que meu coração está tão acelerado?”)

Seus olhos começam a pesar, e ela vê uma figura familiar entrando no quarto. Tian Ci está ali, ele se senta e pega uns dos bolinhos. Cheng Yi tenta falar, mas uma risada fraca escapa de Tian Ci, antes dela cair no sono.

Na manhã seguinte...

Ling An está no pátio recebendo dois convidados: Su Feng e Shi Feng, os seu amigos. Enquanto isso, Shi Feng sua amiga, se afasta, e deixa o irmão conversando com Ling An, vasculhando a mansão em busca de Cheng Yi.

No quarto de Cheng Yi, um som na janela a desperta. Ao abrir, Tian Ci entra com pressa.

Cheng Yi (surpresa):

– Tian Ci? O que está fazendo aqui?

Tian Ci (urgente):

– Não tenho tempo. Você pode tomar esta pílula?

Ele estende a mão, mostrando uma pequena pílula. Cheng Yi o encara desconfiada.

Cheng Yi:

– Você acha que vou tomar algo sem saber o que é? Além disso, eu tenho um remédio para você.

Tian Ci:

– Engula esta pílula primeiro, e eu tomo o remédio.

Cheng Yi reluta, mas quando pega a pílula, flashes da noite anterior passam por sua mente. Ela se lembra de ter visto Tian Ci mexendo nos bolinhos.

(“Foi ele... foi ele quem colocou algo nos bolinhos!”)

Tian Ci (irritado):

– Não temos tempo! Apenas tome o remédio!

Ele a força a engolir a pílula. Cheng Yi engasga, mas logo começa a sentir uma enxurrada de memórias invadindo sua mente. Imagens do dia do incêndio surgem.

Cheng Yi (abalada):

– Você... você estava lá? Foi você quem...

Tian Ci:

– Não! Não fui eu! Eu estava tentando ajudar...

Uma batida na porta interrompe a conversa.

Voz:

– Cheng Yi? Sou eu, Shi Feng. Posso entrar?

Cheng Yi (desesperada):

– Tian Ci, vá pela janela! Ela não pode te ver.

Tian Ci hesita, mas logo corre para a janela e desaparece. Cheng Yi respira fundo, abre a porta e tenta disfarçar.

Shi Feng:

– Vamos sentar no pátio. Faz tempo que não conversamos.

As duas se sentam no pátio sob o sol da manhã. Shi Feng suspira, parecendo nostálgica.

Cheng Yi:

– Já faz um tempo, desde que conversamos. Como você está? E... seu noivo?

Shi Feng sorri, mas com um toque de melancolia.

Shi Feng:

– Ele ficou muito ferido naquele dia. Mesmo sem saber artes marciais, me protegeu com a própria vida. Cuidei dele na mansão e percebi... ele é incrível. Nunca vi alguém tão tímido e corajoso ao mesmo tempo, foi a primeira vez que alguém fez algo assim, por mim.

Ela olha para Cheng Yi, com os olhos brilhando.

Shi Feng:

– Confesso que, no começo, eu não gostava dele. Achava-o fraco, mas... depois daquele dia, percebi que ele tem uma força diferente. Acho que estou apaixonada.

Cheng Yi sorri suavemente.

Cheng Yi:

– Fico feliz por você. É bom te ver assim.

Shi Feng a observa por um momento antes de perguntar, com uma expressão curiosa:

Shi Feng:

– E você? Ouvi dizer que você é bem próxima do Mestre Ling An. Ele se machucou tentando te salvar... ele nunca fez isso por ninguém. Você gosta dele?

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