Separe para o play: California Dreamin' - THE Mamas & The Papas.
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No fim daquele dia, Deann se sentou novamente em um banco qualquer não só para lamentar, mas para chorar. No meio de uma cidade imensa onde tinha pessoas para todo o lado, comércio, lojas, ruas, prédios... E ninguém! Ninguém foi capaz de lhe dar um emprego.
Depois que perdeu seu emprego, poderia segurar as pontas por pior que fosse, mas com sua mãe doente a situação muda ainda mais. As contas do hospital seriam praticamente impossíveis de pagar, mas sem trabalho, não existia nenhuma possibilidade de tratamento.
Engolindo seu orgulho que não era pouco e sua dignidade que naquele momento não estava lhe servindo para absolutamente nada, Sarah Deann retornou ao Billy Burguer. Já não era Alice a garçonete daquele horário, era Margot que lhe informou sobre Charles está em seu escritório. Respirando fundo e esperando que aquele homem pudesse repensar na sua decisão.
— ... — Charles abriu a porta, olhando bem para Deann. — Entre.
— ... — Agarrada a sua bolsa de pano, Deann entrou no escritório apertado e abafado de Charles e apenas se sentou, quando o seu ex-chefe lhe deu permissão.
— Achei que demoraria pelo menos alguns dias até vir aqui me pedir seu emprego de volta, Sarah Deann. — Declarou ele inclinado naquela cadeira que rangia horrivelmente em todas as vezes que ele tentava se reclinar. — Mas vejo que estava enganado.
— Charles... — Deann engoliu seco antes de começar a suplicar diante dele. — Por favor, eu realmente preciso desse emprego de volta!
— E se eu te disser que já estamos avaliando novas garçonetes para colocar no seu lugar?
— Não seria preciso! Vamos lá, Charles! Eu conheço o trabalho de cor e com certeza ainda nem assinaram a minha demissão nos recursos humanos.
— Você jogou café em um cliente, Sarah Deann! — Charles fez questão de lhe recordar. — Acha mesmo que vão querer você aqui de volta?
— Eu juro que serei mais... — Engoliu seco. — Mais tranquila!
— Hm... — Charles colocou-se de pé, fazendo os olhos grandes de Deann lhe seguirem atentamente enquanto ajeitava a gravata vermelha. — Essa é uma proposta interessante... — Disse ele passando a mão na porta e fechando o pequeno vão que tinha. — Se for verdade o que diz, posso começar a repensar em sua demissão. — Disse colocando-se atrás da cadeira dela, fazendo seu coração acelerar, mesmo que ainda tentasse manter a calma. — Você realmente está disposta a ser mais... “tranquila”!? — Disse ele em um tom sugestivo no mesmo instante em que tocou seus ombros. O sangue da garota já havia se esquentado no momento em que se colocou de pé e o seu limite chegou quando foi tocada.
— Tira a mão de mim! — Soltou rispidamente ao sair de uma vez da cadeira. — Está maluco? — Ela tinha aqueles olhos azuis arregalados para ele.
— Esse é o seu jeito tranquilo? — Cruzou os braços. — Se você não está disposta a ser uma boa funcionária, não me interessa te recontratar.
— Minha mãe está doente, Charles! — Disse ela ainda pensando somente em sua mãe. — Eu preciso desse emprego de volta!
— Eu sei que precisa! — Ele ia se aproximando, olhando bem nos olhos grandes dela. — E eu preciso saber se você está disposta a tê-lo de volta... — Disse tocando uma mecha do cabelo dela, o colocando atrás da orelha.
— ... — Sentindo aquele homem tão perto, tocando em seu cabelo e tentando sentir algum perfume deles a fez quase vomitar de tanta repulsa. Não seria capaz de suportar aquilo e foi mais forte que ela dar um chute certeiro no meio das pernas de seu ex-chefe, empurrando-o o suficiente para que pudesse abrir a porta.
— Você é uma cretina, Deann! — Dizia sentindo dor nas partes intimas. — Não pense em voltar aqui para pedir ajuda, sua ingrata!
— ... — Deann nem olhou para trás. Seus olhos estavam cheios de lágrimas e pouco se importou em atravessar correndo a lanchonete.
Quando chegou ao outro lado da rua, apertou sua jaqueta contra o corpo e continuou a caminhar com o vento no rosto molhado. Não levava uma vida glamourosa, mas de repente, tudo que tinha estava desmoronando de uma só vez! Era como se estivesse sendo castigada das piores formas possíveis, acreditando que em algum momento da sua vida possa ter sido uma megera sem ter percebido. Pois não era possível que era digna de tanto sofrimento...
Retornando para casa desolada e com uma das piores sensações que uma pessoa poderia sentir. A sensação de incapacidade. Um sentimento de fracasso que consumia o seu peito mais do que tudo, pois sábia que a doença de sua mãe era uma corrida contra o tempo e ainda que pudesse arrumar a melhor das soluções, ainda era difícil saber se conseguiria salvar a vida dela.
Dê o play
Deann chegou em casa cabisbaixa e com os ombros extremamente caídos, mas quando abriu a porta, sua coluna ergueu-se rapidamente e seus olhos arregalaram-se – que quase sempre era o seu maior sinal de alerta – ao se deparar com aquele homem em sua sala, o que era no mínimo do mínimo, surpreendente.
— Você? — Seu cenho franzindo e os olhos fixos marcavam seu rosto perplexo e desconfiado.
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Atualizado até capítulo 201
Comments
Cristiane Pinheiro
vamos lá, esquentar essa história /Smile//Facepalm/
2024-09-20
3
ana
Nossa coitada
2024-07-28
2
Marilena Yuriko Nishiyama
infelizmente o que Deann passou é uma realidade de muitas mulheres mesmo estando como se diz protegida pela lei Maria da Penha isso não nos torna segura 😔😔😢😢em nenhum lugar
2024-02-17
7