Levou seus fones para o ouvido e saiu de casa, caminhando para o ponto de ônibus onde se encontraria com Alice, que além de amiga também era uma garçonete do Billy Burguer.
— Ah... — Soltou Alice junto a um suspiro quando elas entraram no estabelecimento. — Não aguento mais essa vida de acordar cedo para encher meu rosto de gordura!
— Prometo que em algum dia, nos libertarei dessa vida! — Disse Deann abrindo o seu armário caindo aos pedaços para colocar seus pertences. — Ao menos ainda temos um trabalho digno!
— Atrasadas. — Disse Charles o gerente. — Se quiserem permanecer com o “trabalho digno” de vocês, é bom estarem servindo o café em dois minutos. — Disse partindo.
— Alguém precisa dizer para esse homem que por se chamar Charles não significa que ele seja rei de algo. — Declarou arrancando um sorriso de Deann enquanto amarrava seu avental.
— Vamos lá, senhora indignada! — Deann pegou nos ombros da amiga. — Hora de servir o café de todo dia!
~
Do outro lado da cidade, Thomas Everett era um homem que gostava de começar o seu dia cedo e há algum tempo, ele vinha tendo um costume estranho de tomar o seu café fora de casa. Mas precisamente em uma fuleira lanchonete em um bairro simples de Chicago. Como um homem tão rico e com a possibilidade de ter uma mesa farta de tudo com a melhor qualidade possível, escolhia todos os dias tomar um café de marca ruim e panquecas massudas?
(Thomas Everett)
E aquele era mais um dia em que ele descia as escadas e se encontrava com o seu ser ecónomo, sempre de prontidão para a realização de algum afazer especial.
— O carro já está pronto? — Thomas perguntou passando pelo serviçal.
— Acabou de trazer seu filho, senhor. — Disse o ecónomo enquanto seguia Thomas até que ele parar.
— O quê? — Thomas olhou para o mordomo. — Joseph chegou agora? — Olhou para o relógio em seu pulso.
— Há alguns minutos atrás, senhor. — Respondeu.
— ... — A feição de desgosto e repúdio era evidente em Thomas, fazendo o serviçal engolir seco, mas sem desfazer sua postura. — Isso não vai acontecer por muito tempo mais. — Voltou a caminhar em direção a porta.
— Senhor... — Gubler ia atrás em passos rápidos e engraçados de quem precisava ser ligeiro, mas sem querer perder as regras de etiqueta.
— Sim, Gubler? — Perguntou Thomas, parando na porta enquanto o homem a segurava para ele passar.
— O senhor não irá fazer o seu desjejum em casa outra vez? — Perguntou, mas logo se arrependendo de ter falado em tom tão pessoal.
— Há certas coisas que um homem deve fazer, Gubler. — Disse Thomas colocando seus óculos escuros e saindo em seguida.
— Bom dia, senhor. — Desejou o motorista abrindo a porta de trás para Thomas. — Para o mesmo lugar?
— Exato. — Disse entrando no carro.
Chegando na lanchonete, Thomas sentava-se na mesma mesa todas as vezes. Mantinha seus óculos no rosto e permanecia no lugar mais discreto, mas ainda assim, por mais que não quisesse chamar a atenção, era impossível não atrair certos olhares de quem reconhecia de longe um terno italiano e um Rolex verdadeiro.
— ... — Em silêncio e de forma discreta, Thomas observava aquela moça de fortes olhos azuis. Ir naquela lanchonete todas as manhãs era puramente para acompanhar de perto o comportamento daquela jovem mulher que sempre se mostrou gentil e educada. Porém, ele já esperava que ela tivesse boa índole e o que precisava era que independente da forma, aquela menina tivesse a característica perfeita para ser a pessoa que procurava.
~
— Olha quem está aqui pela quinquagésima vez... — Alice soltou quase sem mexer as bocas, parecendo um ventrículo. — Se esse homem não é um louco, eu é quem sou, pois tenho certeza que as panquecas desse lugar ainda são feitas com ingredientes da pior qualidade!
— ... — Deann espremeu seus olhos na direção do homem por um instante. — Não vejo graça nesse homem aqui todas as manhãs. — Seu tom de voz deixava claro a desconfiança.
— Acha que ele pode ser, sei lá! Algum louco, maníaco? — Os olhos de Alice se arregalaram para Deann.
— Não me interessa que tipo de louco ele seja, desde que não toque a mão em uma de nós.
— Acha que ele poderia tentar algo conosco? — Sussurrou entrando em desespero.
— Homens não são confiáveis, Alice. — Disse indo servir o café a uma mesa. — Não se esqueça nunca disso! — Declarou saindo.
— O que está fazendo aqui ainda Montgomery? — Perguntou o gerente para Alice que se tomou um susto. — Vá servir café ao homem!
— M-mas Charles... — Alice estava com receio. — E se aquele homem for um maníaco? — Sussurrou com medo.
— Maníaco? — Charles espremeu os olhos para Alice. — Está louca? E se for, não importa! Ele deixa uma gorjeta alta e faz questão que seja divida para todos nós. — Puxou a garrafa de café da mão de Alice. — Se você tem medo de dinheiro, eu não tenho! — Saiu de trás do balcão, indo em direção a mesa do homem.
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Atualizado até capítulo 201
Comments
Débora Oliveira
interessante
2024-09-03
1
Luzia Ribeiro
hoje em dia as mulheres são piores que os homens tem cada uma que valha me Deus
2024-06-21
2
Ricardo G. de Castro
Ela tinha motivos pra se sentir assim em relação aos homens e na maioria ela tem razão... aliás hoje podemos dizer que não só aos homens
2024-04-14
3