Medo

Laura narrando

Entrei e fui direto pegar meu bebê. Minha mãe estranhou a hora que cheguei, porque era bem cedo comparado com o habitual, mas não perguntou nada e eu não estava disposta a falar sobre ter ido pro hospital e muito menos por ter "encontrado" alguém.

Abracei Ravi, e levei ele para deitar na cama comigo. Meu pequeno anjo de luz.

- Aí meu amor, príncipe da mamãe. Estou tão confusa filho? Queria não ter tanta dúvida, na verdade achei que nunca mais iria sentir meu coração bater tão forte por outro homem, depois de tudo o que vivi. Ooh, filho! Mamãe te ama viu, te prometo que nunca vou deixar que te machuquem. Vice é minha vida, Ravi. Sempre será. Se Allan estiver disposto a viver tudo o que me prometeu, ele precisará primeiro estar disposto a te amar. Não me cabe em uma relação onde meu filho não se sinta amado.

Passei algumas horas me questionando sobre tudo o que sentia em relação ao Allan e sobre como meu corpo reagia ao mínimo toque dele. Como suas palavras mexiam com a minha alma e sobre como o seu cheiro tinha ficado marcado na minha mente.

Ele era um completo oposto do Davi. Exalava beleza, poder, sexualidade, inteligência e principalmente caráter. Tudo nele me atraía. E era como se eu me sentisse puxada para perto do corpo dele.

Sentia meu corpo vivo. Meu coração batia. Minha intimidade esquentava e pulsava o desejando.

Não tinha explicação pra isso. Não tinha vivido nada parecido antes. Era novo. Estranho. Mas era bom. Muito bom. E me causava medo.

Medo do que eu teria que enfrentar se seguisse com ele. Porque eu sempre gostei de ler, e em todas as histórias onde a mocinha pobre e cheia de traumas encontra um príncipe disposto a tudo por ela, sempre tem muito sofrimento envolvido, muitas lutas e eu não queria viver essa parte. Não precisava passar por essa angústia.

Mas, coração é terra sem lei, e como sempre, o meu tomava decisão de forma independente.

Era cinco da manhã quando peguei o telefone.

- Eu estou disposta a ser cuidada por você. Percebi que também estou apaixonada. Mas estou com medo.

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Allan narrando

Tinha acabado de levantar para ir ao banheiro, quando escutei um toque de mensagem no meu telefone, meu coração já sabia que era Laura antes mesmo de alcançá-lo na mesa do quarto.

- Eu estou disposta a ser cuidada por você. Percebi que também estou apaixonada. Mas estou com medo.

- Vou te fazer feliz, para sempre, minha doce Laura.

Deitei novamente e um sorriso bolo tomava conta do meu rosto. Ela não respondeu mais e imagino que tenha dormido logo após enviar a mensagem pra mim, isso diminuiu um pouco a frustração de não a ter em meus braços.

Virei para os lados e acabei cochilando novamente.

Já passava das oito quando meu telefone voltou a tocar e era Henrique, pra minha infelicidade.

- Diz...

- Ainda estava dormindo? Isso é sério?

- Qual foi, Henrique? Qual o problema de eu dormir?

- Nada, cara. Só é estranho, mas enfim. Já que acordou agora e certeza vai demorar, eu já vou indo pra farmácia. Lembre que as dez temos uma reunião por vídeo conferência com o pessoal do Marketing e a tarde precisa acionar o RH para ajustar o pessoal da unidade.

- Tá certo, obrigado por me acordar, perdi a hora e acho que por mim, ficaria aqui até pelo menos meio dia.

- Allan Monett me pedindo obrigado? Cara, vou beijar os pés da Laura.

- Cai fora. Fique longe dela, Henrique. Preserve sua vida. Não me importaria nada do que já passamos juntos se eu tiver que escolher entre ela e qualquer outra coisa, espero que saiba disso.

- Eii, calma aí, só estou brincando com você. Relaxe. Vou a pé e o carro vai ficar aqui no estacionamento do hotel, deixei a chave na recepção para você.

Levantei e fui tomar banho. O dia seria longo e cansativo, isso eu já sabia.

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