8 anos

Laura narrando

O dia amanhece e a loucura do meu dia começa. Não tem sido fácil, mesmo com a ajuda dos meus pais ficando com Ravi, o trabalho tem sido puxado.

Hoje vou fazer compras, está faltando alguns insumos no restaurante e não podemos deixar faltar nenhum item do cardápio. Hoje vai estar lotado, tem música ao vivo e preciso mostrar pro seu João que tenho feito um bom trabalho.

Não tenho recebido reclamação dos clientes ou dos funcionários, pelo contrário, tem sido bem positivo o que escuto de mim. Ainda tenho muito para aprender e principalmente melhorar, mas tenho feito o meu melhor.

Deixei meu bebê com minha mãe, ela avisa que vai levá-lo para o interior porque tem um aniversário lá e até melhor, por que não sei que horas vou chegar hoje é talvez chegue só amanhã bem tarde da madrugada (quase cedo do dia, se for analisar).

Saio para fazer as compras, tem coisas que consigo levar, outras peço para entregar mais tarde quando o pessoal chegar. Só funcionamos a noite, então o pessoal só chega depois de 15h.

O dia foi puxado, era tanta coisa, parecia que quando resolvia um problema surgia dez no lugar.

Já era quase 17h, estava me arrumando para sair e lembrei daquele homem que encontrei na madrugada. Qual será o nome dele? O que aconteceu com ele? Queria poder saber mais, quem sabe encontrá-lo outra vez?

Seria loucura dizer que minha intimidade parecia estar encharcada enquanto penso nele? Desde que o idiota do genitor do Ravi foi embora eu não me envolvi com mais ninguém, já faz quase três anos, será que tou virgem outra vez? hahaha

Preciso parar com isso, respiro fundo, faço uma maquiagem e saio. Já chego no restaurante e os problemas brotam nos meus pés, que vontade de voltar pra casa e deitar, mas não posso, preciso resolver as pendências e é o que vou fazer.

Os clientes começam a chegar e tudo o que posso fazer agora é ser o melhor de mim.

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Allan narrando

Parecia que nunca receberia a chave do quarto, meu p@u tava latejando dentro da calça. Fui direto pro banheiro e nem me importei de saber qual quarto Henrique ia ficar.

Tirei minha roupa e liguei o chuveiro, para minha sorte a água estava realmente fria e eu mergulhei.

- Calma aí, amigão. Você nunca ficou assim quando aquelas bucet@s gostosas te devoravam inteiro e tá aí agora me machucando por conta de uma maluca que nunca mais vou ver.

Depois de bater uma punhet@ demorada consegui relaxar um pouco. Meu corpo implorava por descanso mas a minha mente voltava até aquela mulher. Porra queria ela agora me mamando até o talo.

Meu amigo já queria dar sinal de novo e eu estava ficando louco. Fiquei nu e liguei o ar condicionado no mais frio que consegui, precisava dormir e tinha que ser assim. Aquela mulher não iria assombrar meu pensamento pra sempre.

O dia amanheceu é eu mal tinha pregado o olho. Meu telefone toca e vejo que é o Henrique.

- Fala cara!

- Irmão, queria saber se você vai descer pra tomar café no hotel ou se quer ir logo pra farmácia. Quero ver as imagens das câmeras e depois chamar o pessoal pra conversar. Eles vão ser chamados pelo delegado mas quero saber o que aconteceu antes, não quero ser pego de surpresa, eles vão tentar ferrar com a gente

- Tá, eu acordei agora. Vou tomar banho e desço pra te encontrar. Me dá 20 minutos e eu chego no restaurante e depois a gente sai.

- Certo, cara! Te aguardo.

Henrique desliga e minha mente traz o motivo de eu vir pra essa cidade outra vez. Que merda! Tudo o que eu quero é ir embora, mal cheguei aqui e me sinto destruído como fiquei há 8 anos no dia que meus pais se foram.

- Pai! Mãe! Sinto tanto a falta de vocês. Me desculpa. Eu queria ter conseguido ser uma pessoa melhor, a senhora me dizia tanto que eu seria feliz, que teria meu império e minha família. Nada faz sentido. Vocês são a minha família e ei perdi vocês. Nunca vou aceitar o que aconteceu. Eu quem devia ter partido. Vocês estavam tão felizes. Minha vida não existe mais sem vocês aqui. Eu amo vocês, papai e mamãe. Sinto tanto falta do seu abraço pai. Essa dor nunca vai passar. Nunca. Mas vou seguir o que aquela maluca disse "não vou desistir". Falando nela, eu preciso descobrir quem é ela.

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Henrique narrando

Ou Allan estava muito cansado ou ele acabou saindo depois que chegamos no hotel. São quase 8h e acho que na vida inteira dele. ele nunca dormiu até esse horário.

Estou aguardando ele descer para tomar café e depois seguir pra farmácia. As pessoas aqui não sabem quem eu sou, acho quem nem mesmo o Allan elas conhecem. Sempre resolvi tudo por telefone e a última vez que viemos aqui foi há mais de 8 anos, na inauguração.

Mudou muito por aqui, a cidade cresceu e deu até uma melhorada, mas prefiro a correria da capital, aqui tudo é muito calmo, e calma é uma coisa que não me pertence.

Tava distraído olhando a rua pela janela de vidro e vi uma moça passar falando ao telefone, ela para na minha frente e enquanto escuta alguém do outro lado da ligação falar, percebi que ela estava chorando. Vejo quando ela tira uma aliança do dedo e joga na lata de lixo que tinha ali, seja quem for tenho certeza que a perdeu pra sempre.

Ela desliga o telefone, guarda na bolsa, limpa os olhos e parece ter visto que eu a encarava pelo vidro. Ela tem um leve susto quando me ver e atravessa a rua rapidamente.

Allan chegou e desviei o olhar pra ele, não sei mais que rumo a estranha mulher recém solteira seguiu, que droga, tomara que ela fique bem.

- Bom dia!

- Bom dia, já fiz o pedido, devem trazer já.

A garçonete chega com o pedido que eu tinha feito, comemos em silêncio e depois seguimos pra farmácia.

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Comments

Cristina Nascimento

Cristina Nascimento

tá ficando bom a história.

2024-03-29

4

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