Quem é ele?

Joana respirou fundo, para tentar se acalmar, a sua vontade era derrubar tudo. Não sabia do que estava com mais raiva de eram daqueles dois que fingiram que nada aconteceu ou dela mesmo que foi a culpada de ter acontecido, por ter insistiu naquele encontro que teve o resultado inesperado para ela.

— Pode entrar — Lucas, o médico disse enquanto terminava de organizar alguns papéis de exame da sua última paciente.

Joana entrou na sala, empurrando a cadeira de rodas com Liana, que estava tão envergonhada que não levantou a cabeça em momento algum. Nunca sentiu tanta vontade de desaparecer como naquele momento.

— O senhor é o doutor Lucas? Neto da senhora Maria?— Joana perguntou colocando as imagens da ultra em cima da mesa do médico. Não lembrava mais se tinha visto alguma foto dele quando marcou o encontro deles dois, era impossível reconhecer ele.

— Sim, sou eu A senhora é amiga da minha avó? Sente-se. As amigas da minha avó sempre são muito bem vindas. Como posso ajudá-las? — Lucas respondeu com um sorriso. Sua avó era do tipo que se gabava sobre ele para todos, visitas como aquela acontecia com frequência, as amigas da igreja de Maria, sempre apareciam quando estavam pelo hospital.

— Sim, frequentamos a mesma igreja há vários anos. E o nosso problema é esse aqui. — Joana entrou o exame para o homem. Não sabia se voava no pescoço dele ou no da sua filha, estava tão confusa, que não conseguia reagir, estava no modo automático. Sempre esperou que algo assim viesse de Dalila, que já tinha costume de aprontar, mas Liana sempre foi a filha perfeita.

— Vejamos. Bom. Não parece ter nada demais. Os sinais vitais estão bons. Parecem ter cerca de dois meses, pelo tamanho, levando em conta que são gêmeos. Creio que seja sua filha, certo? Será a primeira gravidez dela? Gêmeos costumam ser uma gravidez de risco e é necessário um cuidado maior, mas fora isso, creio que seja uma gravidez bastante simples. Não há problema aqui. — Lucas respondeu lendo as informações no exame. Não sabia o que Joana tentava dizer sobre ter problemas.

— Não há problema? É lógico que é a primeira gravidez da minha filha. Está se fazendo de bonzinho agora? Depois que fez isso com a minha menina? A sua avó me disse que era um homem de integridade, agora que conseguiu o que queria vai fingir que não conhece a minha filha? Pensa que vou deixar isso. Posso ser pobre, mas eu sei os direitos dela. — Joana estava prestes a explodir, pensar que Lucas estaria fingindo não conhecer a sua filha deixava ela ainda mais estressada, mas antes que acabasse passando dos limites, achou melhor ligar para a avó do garoto. — Se vai agir assim, chamarei sua avó. Tenho certeza que os dois são adultos e podem resolver isso, mas minha filha é besta, não vou permitir que use e engane ela. Antes que eu vá para delegacia, por bater em alguém, vou ligar para sua avó. Tenho certeza que resolveremos isso melhor.

— Mamãe! Para com isso. Deixa que eu falo com ele. Não sou uma criança. Sei cuidar de mim. Resolverei isso. Pare com tudo isso. — Liana disse ainda sem olhar para o homem. Não sabia como encarar ele.

— Eu deixei você se cuidar por um dia, apenas um. E olha a nossa situação! Como posso deixar na sua mão? Sabe como criar uma criança é cara? Do apoio que é necessário durante a gravidez e depois do nascimento? Não em venha com suas falas modernas de mulheres poderosas. Ter filho é difícil. E esse homem precisa honrar com sua responsabilidade. Você não fez com o dedo. — Joana tentava se controlar. Não sabia o que fazer. Se o correto era insistir em um casamento entre eles ou apenas que assuma a criança. Ela mais do que ninguém sabia como cuidar de filhos sem a presença do pai era doloroso e difícil. Não queria aquilo para sua filha.

— Espere. Espere. Eu não estou entendendo absolutamente nada. Podem explicar do começo para que eu compreenda? — Lucas olhava para aquelas duas pensando que tipo de confusão era essa.

— Você ainda está se fazendo? Essa é a minha filha, Liana. Deve conhecer bem ela, já que se divertiram durante a noite inteira e agora tem uma criança no seu ventre. Maldito encontro às cegas. Se eu soubesse não teria feito aquilo. A sua avó me jurou que você era um homem honrado e respeitoso, mas é um babaca que nem assume os seus erros. Fingindo que não conhece a minha filha. — Joana aumentou o seu tom de voz. Quanto mais Lucas negava a história, mais irritada ficava.

— Espera. Calma. Acredito que há um engano. Eu não consegui participar do encontro às cegas que a minha avó preparou. Acabei me envolvendo em um acidente. Tentei ligar para o número que me deram, mas não fui atendido. Não faço a mínima ideia de quem é a senhora ou a sua filha. Deve está havendo uma confusão. Hoje é a primeira vez que eu vejo ela. — Lucas insistiu. Por mais que olhasse para Liana, não há reconhecia e não havia ido pada qualquer encontro, o último que iria, vai conseguiu chegar a tempo e sua parceira havia saído.

Aquela fala tirou Joana do sério, ela que se controlava, estourou completamente. Liana levantou a cabeça surpresa. Sabia que o homem não queria um compromisso, mas aquele caso era diferente, não pensou que até negaria ter ido ao encontro por causa daquela gravidez não planejada. Pensou que Lucas se tratava de um bom homem e sincero, mas quando olhou para o rosto dele, teve uma enorme surpresa

— Seu descarado maldito. Assuma os seus erros. Na hora de brincar tenho certeza que sabia quem ela era, né? Agora que precisa assumir e ser responsável não conhece ela. O seu maldito! Cachorro. Pilantra. — Joana partiu para cima de Lucas, batendo nele com o exame de imagem de Liana, que tentava se defender fazendo seus braços de escudo.

— Senhora! Senhora! Vamos nos acalmar. Tenho certeza que está equivocada. Não conheço sua filha. Nunca vi essa mulher na minha frente. Não posso ser o pai do filho dela. Se acalme. Vamos conversar. — Lucas não entendeu realmente o que aconteceu, mas sabia que algo estava errado.

— Espera. Mamãe! Mamãe! Esse não é o Lucas. Definitivamente, não é o homem que me encontrei naquela noite. — Liana gritou olhando pada o homem desconhecido.

— Impossível, minha filha. Esse é o neto da dona Maria, ele mesmo confirmou. O seu encontro foi com ele. Vou bater nele até ele prestar. Não se preocupe. Homens como ele são como televisão antiga, você precisa bater para que funcione corretamente. — Joana olhou para filha tentando entender o que ela queria fazer.

— Mãe, juro, definitivamente, não foi com esse homem que passei a noite. — Liana olhou confusa. Se aquele não era o Lucas, com que ela havia passado a noite?

— Se esse não é o homem, quem diabos é o pai dessa criança que você carrega, minha filha? Não minta para mim. Não queria proteger esse homem. você está com mais problemas que ele. — Joana olhou para filha.