meio do nada

O som de suas palavras ecoa dentro de mim, fazendo o meu coração parar por um momento, sinto como se o sangue do meu corpo sumisse, não sei o que falar e nem como devo agir, fico em silêncio por um tempo, o meu pai não consegue falar, mas seu semblante muda, ele entende o que o senhor German falou, agora ele sabe que a filha perfeita dele vive se metendo em confusão, eu sempre fiz de tudo para não transparecer meus problemas, mais tudo que tentei esconder durante esses três anos foi pelo ralo, eu peço licença e vou até o tualet fico parada em frente ao espelho, tento controlar as minhas emoções, o quanto ele sabe, e como ele sabe, são perguntas que faço a mim mesmo, sinto lágrimas descendo pelo meu rosto, eu enxugo-as, me recomponho, pego um cigarro de cannibis, e o isqueiro que havia escondido no sutiã, acendo e dou uma tragada, assim que termino de fumar, eu volto a mesa, ao voltar noto que o meu pai não está mais lá.

— Cadê o meu pai?

— Pedi que o retirasse, ele precisa descansar, irá passar por uma consulta amanhã, Não se preocupe ele tá bem,mas lembrando o que já havia dito, a vida do seu pai está nas suas mãos, não respondo, derrepente Joseph se levanta com uma taça de champanhe na mão e diz" quero agradecer a todos que estão aqui hoje, é uma honra celebrar esse dia com vocês, um brinde a minha esposa" ele pega pela minha mão me fazendo levantar, ele ergue a sua taça e eu ergo a minha, em seguida todos fazem o mesmo movimento. Eu dou um pequeno sorriso, como se tivesse a adorar tudo aquilo, mas o que ninguém podia ver, era como eu estava quebrada por dentro, meu coração está em pedaços é assim que eu sinto, o jantar foi servido, bom minha vida não será a mesma de agora em diante, então tud das ao que tenho é aproveitar, eu começo a comer, e tudo está perfeito, muito saboroso, porém minha degustação é interrompida quando minha mãe e o Lerry se aproxima.

— Oh meu amor, parabéns, mamãe deseja todas as felicidades do mundo a você, ela diz me beijando, eu olho para o Josepheu seguro os talheres com tanta força, que juro, se não fosse de um material resistente, concerteza se amassaria.

— Parabéns ao casal, Lerry diz.

— Saia, eu digo em tom baixo não tentando chamar a atenção.

— E assim que vai tratar a sua mãe?

— Saia, antes que eu chame os seguranças.

— O que faz pensar, que se você chamar o segurança, eles vão nos tirar daqui, somos a sua família, Lerry diz com um sorriso nojento.

— Esse é o meu casamento, e tenho o direito de escolher quem eu quero aqui, então só vou te pedir mais uma vez, saia.

— Ouviu ela, então agora eu que peço, saia, ou eu mesmo tiro vocês daqui, joseph diz se posicionando em minha defesa, e então eles se viram e vão embora, após a refeição, fomos para o salão de festa, há várias pessoas dançando, muitas pessoas vem na nossa direção, nós cumprimenta e deseja felicidades, sorrio para todos, estou feliz, claro que não, é somente a maconha fazendo o seu efeito, pego pela mão de Joseph e levo ele para o meio do salão, automaticamente todas as pessoas saem do meio do salão, deixando nós dois a sós, a música para, e logo em seguida começa a tocar o som de uma valsa, eu não sei dançar, por que fiz isso, olho nos olhos de Joseph e começo a ficar desesperada, ele percebe que não sei dançar e diz " eu te guio" ele começa a se movimentar, guiando os meus passos, nunca havia dançado antes, mas era como se eu estivesse a voar

— Onde escondeu a maconha?

— O que me entregou?

-- O cheiro, ele diz

— Vestido ?

— mentira, o vestido não tem costura escondida, no sapato não foi, ele é muito aberto, foi algo mais íntimo!

— Não importa

— Agora é minha esposa, então me diz , calcinha ou sutiã?

— Para a sua informação, o fato de eu ser sua esposa não faz de você o meu dono, mas te digo, estava no sutiã — Faz sim, agora você é minha, em breve perceberá isso, não falamos mais nada, a valsa acaba, todos aplaudem, nós despedimos de algumas pessoas e fomos para o estacionamento, há vários seguranças lhe esperando

— Para aonde vamos? Pergunta um homem ao lado do carro

— Para a casa, joseph diz, o segurança abre a porta do carro para mim e eu entro, do outro lado do carro tem outro segurança que abre a porta para Joseph, ele entra, o segurança fecha a porta, e anda em direção ao carro que está a nossa frente, que logo começa a se movimentar em direção a saída, o carro que estamos o segue, assim que saímos do estacionamento, consigo observar pela janela outro carro atrás de nós, não falo nada, mas pergunto a mim mesmo, porque tanto segurança, tenho que descobrir quem é esse cara, que pensa que é meu dono, passando um tempo, observo que estamos saindo da cidade, ele diz ao segurança que estava a ir para a casa, então quer dizer que a casa é fora da cidade, que ótimo, era tudo que eu precisava, morar no meio do nada com esse imbecil, pensando nisso lembro que não estou com a minha mochila, tive que deixar no carro para entrar na igreja.

-- Minha mochila?

-- Está no porta malas, ele responde.

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