Capítulo 4 - Homem Loiro De Olhos Azuis

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Luciana Mendez

Acabei de acordar. Isso mesmo! Já é a segunda vez que durmo nesse chão duro.

Meu corpo está reclamando de dor e de fome.

Só que diferente das outras vezes em que acordei, dessa vez eu não estava sozinha.

O tal homem loiro e de olhos azuis estava ali comigo.

O QUE ESTÁ ACONTECENDO? COMO ASSIM ELE ESTÁ PRESO COMIGO?

Algo está errado. Muito errado, mesmo.

— Venha comigo, Luciana. Fique de pé!

O homem comentou com um sorriso sarcástico no rosto.

O idiota sabia perfeitamente que eu não conseguia ficar em pé sozinha.

— Obedeça!

Ele respondeu em tom seco. Filho de uma que ronca e fuça.

O que eu faço agora? Terei de me sujeitar a isso?

Onde esse cara quer me levar? Que raiva!

 Essa incerteza me dilacera por dentro.

Tentei me levantar e não consegui.

Permaneci sentada.

Esperando que o Sherlock pelo menos percebesse que estou com as mãos e os tornozelos amarrados.

E como se nossos pensamentos estivessem conectados, o homem agachou-se e desatou os nós da corda que amarrava os meus tornozelos.

Assim que consegui ficar em pé, o homem retirou o pano que estava na minha boca e o guardou numa sacola.

Por alguma razão, o cara encarava os meus lábios e fixou o olhar no meu.

-Não se mexa e feche os olhos!

O homem aproximou de mim. O que ele está pensando em fazer?

Ela vai tentar me beijar? Nossa, que inesperado!

Não o aconselharia a fazer isso! Devo estar com bafo.

Escovei os dentes após o café da manhã hoje mais cedo.

O efeito de uma escovação com uma pasta de dente seguida de um enxaguante bucal de qualidade não é eterno!

Assim como nada nesse mundo! Principalmente a minha paciência que fem estado

O cara estava até com outra roupa, o que me faz pensar que daqui a pouco se inicia a noite.

— Feche os olhos!

Fechei e juro que senti o meu coração acelerar.

Pude sentir o cheiro do perfume dele. Oh, ele estava tão perto que...

QUE PO**A NENHUMA! LUCIANA, VOCÊ ESTÁ ALUCINANDO!

ESTÁ PRESA E SEM COMER POR ALGUMAS HORAS!

COLOQUE SUA CABEÇA NO LUGAR!

Senti um pano semelhante a um lençol ou sei lá, tocando os meus olhos.

E eu achando que receberia um beijo! Esse tempo trancada aqui dentro não me fez bem!

A pergunta que não quer calar: Para onde esse cara vai me levar?

— Me dê sua mão, querida!

Tive de segurar a vontade de rir! Dessa vez, o homem loiro poderia ver as minhas reações, tive de fingir que não estava nem aí.

Dei a mão para ele. Ouvi o barulho de uma chave abrindo o cadeado.

Esse som é satisfatório! De fato sairemos daquele lugar.

De bobo ele não tem nada! Pediu para alguém ficar com a chave para impedir que de alguma forma passasse a perna nele.

Perspicaz!

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Já estávamos andando a algum tempo quando novamente escutei o barulho de um cadeado sendo aberto.

Que espécie de lugar é esse? Cheio de cadeados!

Loucura, loucura, loucura! Esse cara não bate bem da cabeça!

E essa de ficar de mãos dadas com ele.. não está dando muito certo!

É constrangedor! Não o conheço e estou a não sei quanto tempo com a mão entrelaçada na dele.

Tipo.. nunca namorei ninguém. E já estou de mãos dadas com um completo estranho.

Esse é o meu primeiro encontro. A situação parece o tipo de coisa que acontece em encontro às cegas.

O tipo de encontro em que você marca com um desconhecido e acaba mal!

De repente ele parou e por instinto parei de andar.

O homem soltou a minha mão e ouvi o barulho da maçaneta sendo girada.

E após algumas horas dentro deste lugar pensei que não sairia tão cedo.

— Espero que tenha gostado da sua estadia aqui, minha querida.

O homem comentou ao puxar-me porta a fora.

A brisa do verão. O ar fresco. Finalmente!

Pensei que ficaria aqui por muito mais tempo!

Não que eu esteja reclamando. Estou é muito aliviada.

— Vá em frente, diga qual a pegadinha!

Caramba! De fato isso saiu sem pensar. Quase esqueci que estou sem aquele pedaço de pano na boca.

— Esperava que a primeira coisa que fosse ouvir de você seria um agradecimento e não uma frase irônica e cheia de tédio!

Não estou falando que esse cara não bate bem da cabeça?

É sério que ele queria algum tipo de agradecimento?

— Você me sequestrou! Esperava o quê? Um tapete vermelho estendido nas minhas costas para você pisar em cima?

O homem loiro e de olhos azuis começou a gargalhar.

Por acaso eu tenho cara de palhaça? Ou sou humorista?

Fala sério! Esse homem claramente não tem controle algum sobre as suas emoções.

— Luciana, Luciana, em breve você entenderá o porquê de tudo isso!

— Em breve uma ova! Diga-me agora mesmo!

— Não direi aqui, alguém pode nos ouvir!

MAIS QUE DROGA! POR ACASO ELE É O QUE? ALGUM TIPO DE VILÃO, SUPER HEROI OU AGENTE SECRETO?

De fato o meu tico e teco não está batendo bem!

— Não sairei daqui e isso é mais que óbvio já que estou vendada e não faço ideia de onde estou! Gostaria de saber o motivo real de estar aqui!

— Luciana, Luciana já lhe disse a verdade! Você foi dada para mim como pagamento da dívida que o seu pai fez! Estava apenas te testando, vejo que claramente não tem condições de se portar socialmente a levarei de volta a sua cela!

Fiquei completamente chocada com o que ele me disse.

Apesar de estar abalada decidi não abaixar a cabeça.

— Se o seu plano é manter-me em cativeiro e me maltratar vá em frente! Se realmente for verdade o que está dizendo não tenho escolha senão aceitar o meu destino!

Confesso que fiz algumas aulas de teatro quando era criança e se a minha tática funcionasse o Mr. Insuportável cairia como um patinho na minha atuação.

E se não caísse também não faria diferença alguma, pelo visto estou condenada a fazer o que ele quer.

A diferença é que eu tenho a opção de enfrentá-lo e lutar contra aquilo que eu considerar um absurdo!

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