Capítulo 5 - Colega De Quarto -> Parte 1

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Luciana Mendez

Pelo visto funcionou. Deveria ter feito uma audição para a novela das oito.

Com certeza conseguiria o papel de protagonista.

Pena que as audições se encerram a dois meses.

Poderia ter me dado bem e quem sabe não estaria nesse lugar pitoresco.

KKKK, OLHA EU DE NOVO! ZOANDO COM A MINHA SITUAÇÃO BARRIL!

O homem loiro de olhos azuis acompanhou-me até o carro. Ao menos pensei que fosse um carro até entrar nele.

Digo isso porquê quando entramos, o homem ordenou.. ORDENOU. Que eu retirasse o lenço dos olhos.

E ao observar o ambiente vi que estava numa limousine.

Esse cara tem dinheiro. Isso é óbvio.

— Sabia que você fica ainda mais bonita quietinha?

Ah faça-me o favor. Ele acha que sou uma tagarela!

Pelo amor de Deus. Que ridículo. E mesmo se eu fosse o que ele tem a ver com isso?

— Lhe digo o mesmo, quadrado!

Novamente algo que eu pensei escapou dos meus lábios.

O homem franziu o cenho e cerrou os lábios.

Tinha irritado ele. Dei um sorriso malicioso.

— Vejo que precisa aprender a como se portar como uma dama!

— É mesmo? E você por acaso até agora agiu como um cavalheiro? Estou até o presente momento sem comer nada e sem ir ao banheiro! Isso se chama cárcere privado!

Ele ignorou o meu comentário e olhou para frente.

Ah não! Isso eu não admito! Para que ele me sequestrou?

É insuportável esse senhor! Que raiva! Detesto ser ignorada.

— Me informe agora mesmo o tamanho de roupa e do calçado.

Virei a cabeça para o outro lado para ignorá-lo também.

Esse jogo vale para os dois! Não sou obrigada a responder se ele não me responde.

Por acaso sou louca para falar sozinha?

— Beleza, então derá de ficar com a roupa que está vestindo pelos próximos meses!

Affs! Que cara idiota! Será que ele não cansa de cagar pela boca?

— Ou podemos passar na minha casa. Muito mais prático e econômico!

O homem loiro de olhos azuis colocou a mão na testa e olhou-me incrédulo.

Tenho certeza de que aquele olhar queria dizer: você foi sequestrada, não irei te levar para sua casa.

— Não perguntarei de novo!

— E eu não responderei!

— Então terei de resolver isso do meu jeito!

Ele respondeu em tom firme. Ok, confesso que de novo a minha florzinha traíra "curtiu" o comentário do malvadão.

O corpo trai a gente de uma forma. Tenho certeza de que estou corada nesse exato momento.

Isso é um absurdo! Não gosto dele, não me sinto atraída por ele de forma alguma.

O homem olhou-me de cima a baixo pegou o celular e mandou um áudio.

— Manequim e calçado 36!

E que tipo de bruxaria esse cara faz? Como ele acertou?

Apertei os meus olhos e fechei a cara.

— Tenho um olho clínico! Sei também que o tamanho do sutiã é 40 e da roupa de baixo é P.

Revirei os olhos e cruzei os braços. Senti o meu rosto queimar novamente.

— Não vai retrucar ou ofender-me? Ou está com vergonha por eu saber essas coisas?

Permaneci em silêncio. As vezes temos de escolher as nossas batalhas!

Como não tinha uma boa resposta para essa pergunta resolvi não responder.

Não sou obrigada a dizer o que não quero e apesar das minhas condições atuais, ele não pode forçar-me a respondê-lo!

Ele me provocou. Preciso manter-me calma e com a cabeça no lugar.

Não sei com que tipo de pessoa estou lidando.

Ele pode ser um assassino ou um traficante.

Não sei o que é pior. O que sei é que ele é louco!

Tenho de tomar muito cuidado. Tenho muitas perguntas a fazer e preciso que esse cara esteja disposto a contar.

— Para onde vamos?

Essa foi a única coisa que eu consegui dizer. Na verdade foi a única coisa que eu consegui perguntar.

Esperava que ele simplesmente deixasse de lado o assunto anterior e me respondesse.

— Saberá assim que chegarmos, querida!

Que resposta mais genérica. Acho que é o melhor que conseguirei.

Para mim no momento é o suficiente. Bocejei.

Não é possível que eu esteja cansada. Devo estar bem fraca, sem energia.

Essa é a única explicação. O homem loiro e de olhos azuis entregou-me uma almofada.

-É bom que descanse, ainda estamos bem longe!

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Acordei num quarto digno de uma rainha. Estou sem palavras, esse cômodo dá de 1000000 a 0 no cômodo/cela.

Levantei tão rápido da cama que quase cai no chão.

Avistei uma toalha, roupas de baixo e uma muda de roupa do outro lado da cama.

Olhando para baixo vi um par de sandálias de salto alto.

Fixei meu olhar numa porta que parecia ser...

O BANHEIRO! Acho que nunca fiquei tão feliz por ver um banheiro!

Entrei e tranquei a porta. Vai que aquele louco cisma de entrar aqui para vigiar-me.

Tirei toda a minha roupa e coloquei dentro de um cesto que tinha no banheiro.

Sentei no vaso e misericórdia! Acho que nunca fiz tanto xixi e cocô como hoje.

Me limpei e joguei os papeis sujos no lixo. E claro, coloquei uma camada de papel limpo em cima.

Ninguém precisava saber que soltei uma escultura de barro no vaso.

Falam que prender é muito ruim. Agora estou com um pouco de dor abdominal.

Dei descarga e ainda bem que é de qualidade!

Se fosse igual a de casa teria de jogar pelo menos um dois baldes com água para descer.

A questão agora é o cheio de mijo e me*da que ficou no ambiente.

Como resolvo isso? Meus olhos procuravam qualquer coisa que servisse para dar uma disfarçada ou sumisse de vez com o cheiro.

Encontrei um bom desinfetante e um aromatizador de ambiente.

Desinfetante de pinho sol. Fala sério que o cara tem dinheiro e compra desinfetante pinho sol?

Usei mesmo assim e dei descarga em seguida.

O aromatizador de ambiente tinha o aroma de rosas do campo.

Passei uma boa quantidade no banheiro.

Esse sim tem o cheiro da riqueza. Escutei batidas na porta, será que o cheiro foi lá para fora?

— Está ocupado!

Respondi enquanto entrava no box.

— Não demore muito daqui a pouco o jantar está pronto! Colega de quarto!

Era aquele insuportável de novo!

E essa história de colega de quarto?

Ótimo! Como se já não bastasse ter de ouvir e responder as perguntas irritantes dele!

Affs, só vem para acabar com os meus momentos de reflexão!

Pelo menos não era uma reclamação pelo mau cheiro.

Liguei o chuveiro e ajustei a temperatura para a mais quente.

Gosto de tomar um banho bem quente. Pelando.

Para arrancar a sujeira do corpo. Sabe sei lá quantas pessoas ficaram naquele mesmo lugar que eu!

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