Capítulo 13 - Sem Chão -> Parte 1

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Luciana Mendez

Sabe quando você deseja algo e infelizmente acontece?

Aconteceu! O meu pai morreu! Como? Não faço a menor ideia!

Na verdade ninguém sabe! O Jason ainda não voltou de viagem.

Só Deus sabe o quão nervosa estou! Os trâmites para o sepultamento foram resolvidos pelo Jason, a Heloisa veio ficar comigo aqui na mansão.

Foi ela quem me passou essa informação! Jason havia me dado uma chave extra e essa chave abria uma sala incrível.

Parecia um cinema em casa. Pelo visto o Jason pensa em tudo.

Resolvemos assistir Meninas Malvadas. Que saudade de ir ao cinema.

Ao menos estando nessas sala, sinto como se estivesse lá.

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Esse é o melhor filme da vida sério! Quando já estava na metade comecei a chorar.

Heloisa pausou o filme e me abraçou. Nesse momento me senti em casa.

Parte de algo. Em família. Talvez ela seja a única pessoa normal no meio de tanta loucura e tantos segredos.

As vezes penso que tudo não passa de um terrível pesadelo.

Apesar de ter sido um bosta no fim da vida, eu prefiro lembrar das partes boas e dos nossos momentos felizes.

É o único consolo que eu terei!

-Lu, vai ficar tudo bem! Estou aqui para você, conte sempre comigo!

Heloísa acariciou as minhas costas com carinho.

Acho que nunca tive uma amiga como ela.

A maioria eram amizades superficiais. Pelo meu pai e os pais de algumas colegas de classe serem amigos, tínhamos uma boa relação.

De fato não era amizade. E com toda certeza quero construir um vínculo verdadeiro e natural.

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Depois da sessão de choros e consolos, Heloisa eu fomos almoçar.

Pedimos que a Helga fizesse ravioli de ricota e gema mole.

Nunca provei esse tipo de ravioli, mas a Heloisa disse que antes de dizer que não gosto, ao menos deveria experimentar.

De sobremesa pedi tiramisú. Consegui me distrair um pouco e sorri bastante.

Heloisa é uma ótima companhia.

— E aí, o que achou do ravioli de gema?

— Achei incrível! Muito bom, no início confesso que estranhei, mas depois amei! Quando a gema escorre vira uma espécie de molho que complementa a massa e o recheio de ricota.

— Uau! Quantas observações, deveria ser jurada naquele programa de culinária que eu gosto!

Gargalhei.

— Mulher, não teria muita propriedade para falar de comida!

-Por que diz isso?

Heloisa perguntou curiosa.

— Digo isso porquê não sei fritar um ovo!

— Ah, sério? Nem parece!

-Pois é a mais pura verdade!

— Gostaria de aprender a cozinhar alguma coisa?

— Por hora não, quem sabe na semana que vem!

O que sei cozinhar é o básico do básico. Coisas semi prontas e congelados.

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No fim da tarde a Heloísa recebeu um telefonema e disse que precisava resolver um problema.

Agora estou aqui. Sozinha. De novo. Logo me bateu um vontade estranha de rir.

Sim, rir! Agora por qual motivo, eu também não sei!

Dizer que as pessoas que riem espantam os males, as coisas ruins.

Voltei para o meu quarto e dei de cara com o Jason.

Ok! Isso foi bem estranho, como ele entrou aqui sem passar pela porta da frente?

Onde eu estava? Bom, começo a acreditar que ele talvez seja um agente secreto ou espião da CIA.

— Entrei pela porta dos fundos, queria fazer uma surpresa!

Franzi a testa. Jason está estranho. Do nada ele aparece querendo fazer uma surpresa?

— Por que está me olhando assim?

Não respondi. Apenas segui o caminho para o meu quarto.

Ele acha que pode sumir por dias e simplesmente aparecer?

Não é assim que funciona. E sinceramente eu não quero drama!

E nem beijá-lo. É melhor assim, as coisas serem superficiais.

E apenas assim. Sei que tudo isso para ele não passa de um capricho.

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Vesti um pijama confortável e retornei ao quarto, avistei um Jason com um sorriso de orelha a orelha com uma sacola na mão.

Sentei-me em frente a penteadeira e o ignorei completamente.

Não queria saber de surpresas! Já não basta a que tive hoje mais cedo, estou sem chão!

-Luciana, não quer abrir o seu presente?

O ignorei novamente.

-Sei que está chateada e triste pela morte do seu pai, por isso comprei algumas coisas para te deixar feliz!

Ah, ok! Estou me sentindo uma megera, ao que parece o Jason só quer que eu me sinta melhor.

Terminei de pentear os cabelos e estendi as mãos.

Não custaria nada. Abri a sacola e retirei uma bela caixa de veludo.

Uma caixa grande até. Ao abrir fiquei boquiaberta com o presente.

Um belo anel prata com uma pedra de diamante enorme.

E um colar de diamantes incrível para combinar.

Jason pegou o anel e colocou no meu dedo anelar da mão direita.

-Serviu perfeitamente! O que acha de jantarmos no jardim essa noite?

-Está bem!

Decidi concordar porquê sinceramente não estava afim de brigar.

-Preciso te contar algumas coisas importantes!

Por alguns segundos tive uma sensação estranha.

Será que o Jason tem algo a ver com a morte do meu pai?

Sinceramente eu não duvido de mais nada!

-Tem alguma coisa a ver com o meu pai?

-Na verdade não tem muito a ver com ele. É sobre o casamento.

Ah, como pude pensar que ele poderia ter a ver com a morte do meu pai?

E como não posso pensar dessa forma? Foi bem conveniente.

Por hora decidi não criar caso e terminei de me arrumar.

-Está linda, vem aqui!

Jason puxou-me pela mão e sentamos na cama.

-Tenho muito a lhe dizer, mas o quero no momento é ficar perto de você!

Revirei os olhos. Jason sorriu.

-Você não dá o braço a torcer não é mesmo? Está sempre na defensiva e desconfiada!

-Como não poderia estar? Você me sequestrou ou entendi errado? Não pode me comprar com dinheiro ou presentes, espero que entenda isso de uma vez por todas!

Jason revirou os olhos. Parecia irritado. Sorri.

-Sabe que quanto mais você me repele, mais me atiça!

Jason puxou-me para o seu colo e me deu um beijo de tirar o fôlego.

Era um beijo completamente desesperado e eu estava com muito medo.

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