Capítulo 19 - Motivações

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Luciana Mendez

A conversa com o Jason não poderia estar pior!

Juro que estou tentando entender o lado dele e o motivo para tanta superproteção comigo.

Acredito que isso se deva a algo que ocorreu no passado dele.

Ao menos imagino. A questão do cargo na Contabilidade me diz um pouco sobre o que ele deve trabalhar.

Será que o Jason é um CEO? É o que faz sentido para mim!

O que não faz é o motivo para esconder isso!

Sei que parece bobo e cansativo ficar querendo respostas para tudo, mais é que no meu caso, Jason não me responde nada!

Agora estamos no jardim ainda conversando, a verdade.. estou tentando convencê-lo de que não fugirei!

-Jason, é sério! Você pode confiar em mim, tive oportunidades para fugir e não fiz! Você viaja tanto e algum dia que se descuidasse poderia ir embora!

-Então quer dizer que você pensou nisso tudo, é?

Coloquei a mão na testa e balancei a cabeça negativamente.

Que me*da! Não parece que é um homem feito, parece mais um adolescente!

-Claro que não, sou adulta e já entendi o meu lugar aqui..

NÃO ENTENDI PO**A NENHUMA!

-Não quero viver em pé de guerra..

AMO UM BARRACO!

-Sei que não estamos juntos de verdade e tampouco apaixonados, mas deveríamos fazer o mínimo para ter uma boa convivência!

Jason ficou pensativo por alguns minutos.

-Tudo bem, lhe darei um voto de confiança...

FINALMENTE! NÃO ACREDITO QUE FOI TÃO FÁCIL!

-Lhe darei as chaves do jardim e da garagem!

E VOLTAMOS A ESTACA ZERO! AO MENOS O BANHO DE SOL ACONTECERÁ!

E PARA QUÊ GOSTARIA DE IR À GARAGEM?

SERÁ QUE ELE VAI ME DAR UM CARRO? OU QUER MOSTRAR OS CARROS QUE TEM?

-Por que não acaba com essa história das chaves?

Jason fuzilou-me com os olhos. Ok, parece que ele tem uma cisma com chaves.

Uma cisma que jamais esquecida! Ao menos não será de uma hora para outra.

Agora me pergunto se a questão das chaves tem a ver com algum trauma na infância.

E se for tenho cem por cento de certeza que ele não me dirá!

-As chaves e as trancas são para a sua proteção, para que fique segura!

Affs, de novo essa história de segurança?

-Estou segura, juro que estou! Não precisa de tudo isso!

-Como pode saber que está segura? Por acaso está vigiando tudo? Até quando dorme?

-Aqui não tem seguranças?

-Tem e muitos!

-Por que nunca os vi?

-Por que gostaria de vê-los?

NÃO ESTOU FALANDO QUE O JASON É MEIO LOUCO?

OLHA A NÓIA DO CARA! COM CIÚME DOS SEGURANÇAS QUE EU NUNCA VI!

-Por que ninguém socorreu a Cláudia?

-Sério que está perguntando isso pra mim? Quem estava em perigo era ela ou você?

Nossa que resposta mais fria! Deu até um pouco de medo dele.

Falou como um assassino. Será que é por isso que ele esconde tanto o lugar onde trabalha?

Decidi não responder. Afinal perguntas idiotas não merecem ser respondidas!

Ele é muito louco! Pelo visto será uma conversa bem difícil.

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Começou a ficar um pouco frio, então fomos para uma sala da enorme mansão, uma sala que ainda não tinha entrado.

Tinha uma lareira e muitos quadros antigos.

Parecia mais uma sala de recordações. Dois quadros chamaram a minha atenção.

O primeiro era um quadro de um casal muito feliz com um bebê nos braços.

Logo de cara reconheci a mulher. Era a Bianca, a mãe do Jason. O homem de cabelos negros e olhos azuis provavelmente é o pai dele.

Acho um pouco estranho o Jason não comentar muito sobre ele.

Na verdade sobre os dois. Ele é muito reservado.

O segundo quadro havia um casal que segurava uma bebê de cabelos um pouco alaranjados.

A mãe era loira de olhos azuis e o pai ruivo de olhos verdes.

Deve ser alguém da família. Só sei que quando me aproximei do quadro, Jason puxou minha mão bruscamente.

-Está tudo empoeirado por aqui, vamos embora!

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Três e vinte e três da tarde. Como sei as horas?

Simples, o Jason me deu um relógio digital.

Disse que era para ficar mais atenta e não acordar tão tarde.

Esse pequeno ponto que ele mencionou aconteceu na semana passada.

Acordei pensando que eram oito da manhã e era meio dia.

A culpa não foi minha. E enfim... o importante é que já resolvemos essa questão.

Ele resolveu do jeito dele. Eu disse que queria o meu celular e ele me deixou falando sozinha.

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Já são seis e meia da tarde, Jason s eu estamos na sala de cinema assistindo um filme de máfia.

A personagem principal havia sido vítima de um homem muito louco e manipulador.

A única coisa que não se assemelha é que não fui agredida.

Tipo brutalmente agredida. Depois de muitos dias aprisionada numa caixa, ela consegue escapar.

Ao menos acha que escapou. E com o passar do tempo, o sequestrador se arrepende das maldades que fez e se apaixona por ela.

E pena para que ela o perdoe. No fim do filme, ela mata ele e volta para o seu país de origem.

Comecei a rir no fim do filme e olhei para o Jason com malícia.

-Esse filme me deixou inspirada, sabia?

-Ah é mesmo? Deseja matar-me? Não sabia que era esse tipo de pessoa!

Ai, ai lá vem o drama! Peraí... ele está com medo que eu o mate?

KKKKKKKKKKKK, FALA SÉRIO! LOGO EU QUE NÃO MATO NEM UMA BARATA?

-Quer tentar a sorte?

Provoquei. Jason sorriu.

-A questão é de que jeito você deseja fazer isso!

Senti um tom de malícia na voz dele. Confesso que existe uma tensão se*ual muito forte, isso desde que o vi.

É um homem ridiculamente alto e bonito. E faz o meu tipo.

O problema é que na maioria das vezes quero esganá-lo!

-Não sei a que se refere...

Terminei de comer minha paçoquita. Jason puxou-me para o seu colo.

-Fica usando essas roupas para me provocar!

O meu look de hoje foi uma minissaia e uma camisa de manga preta e um par de salto alto.

-Esqueceu que é você quem compra e escolhe as roupas, querido?

Ele riu e puxou o meu rosto para perto do dele.

-Talvez seja porquê gostei de como ficou bem com a primeira minissaia que comprei!

Jason respondeu em tom sexy. Aquele hálito de cappuccino.

CAPUCCINO NO CINEMA! ESSE CARA É MUITO GOURMET!

-Viu como tenho razão?

Sorri vitoriosa.

-Acho que nem sempre esteja errada, Ms. Mendez!

Jason me beijou e eu como sou muito OTÁRIA correspondi!

TENSÃO SE*UAL DE ME*DA!

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