Capítulo 14 - Sem Chão -> Parte 2

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Luciana Mendez

Jason Mount. Esse é o nome do homem que está me intrigando.

Sequestrador. Homem ruim. Homem ciumento.

Louco. Beijoqueiro. Misterioso.

É tudo que sei sobre ele. Ainda tem algo que estou ansiosa para descobrir.

O mistério por trás das chaves. É isso que eu anseio descobrir.

Na verdade é a única coisa que me interessa no momento.

Além de descobrir no que ele trabalha, já que viaja tanto no mínimo é dono de empresa.

Um CEO. O beijo foi tão longo que deu tempo de pensar nisso tudo!

-Você é irresistível! Tão cheirosa...

Jason desceu os beijos para o meu pescoço.

E o meu corpo traidor arrepiou-se por completo.

Me*da! Que droga! Ele sorriu.

-Até daqui a pouco!

Jason sentou-me na cama, após sair do quarto o trancou.

Que fixação por deixar tudo trancado!

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Oito e vinte e cinco. Essa foi a hora em que a porta fora destrancada.

Havia terminado de me arrumar a uma meia hora.

Optei por um cropped verde militar, uma calça wide leg destroyed e um tênis branco.

Fiz um rabo de cavalo alto, uma make leve com batom rosado e passei um perfume.

Resolvi usar apenas o anel de diamante e a pulseira que Jason me deu no dia em que anunciou o casamento.

-Nossa você está tão...

Ah lá vem ele! Ou vai elogiar ou vai criticar.

-Tão casual!

-Algum problema com isso? São as roupas que tenho, Jason!

Ele ficou pensativo.

-Tem razão, acho que está na hora de comprar um guarda roupa completo para você!

Sorri internamente. Será que finalmente irei sair dessa mansão?

-Pedirei os melhores lojistas que venham aqui para trazer tudo que tem do seu tamanho!

Logo fecho a cara.

-O que foi? Por que está com essa cara?

-Por que eu não posso sair e comprar as minhas roupas?

Silêncio. Assim, Jason permaneceu até o jardim.

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Estava impressionada com a decoração!

Com tudo na verdade! Ainda não tinha ido ao jardim.

O gramado. As flores. As amoreiras incríveis e belas.

Fora a iluminação com as luzes e uma mesa impecável.

Se fosse em outras circunstâncias até diria que seria perfeito num jantar romântico.

Sentei-me na cadeira e revirei os olhos.

-Querida, tem algumas coisas que gostaria de...

-Deixe-me falar uma coisa... quero ter mais autonomia!

Jason apertou os olhos.

-Por isso é tão importante que tenhamos uma conversa! Sua autonomia não será disponível no momento!

Ia retrucar até notar a presença de duas funcionárias que se aproximavam para retirar as cloches dos nossos pratos.

Carré de cordeiro com molho de ervas e purê de batatas.

Nossa que delícia! Fitei Jason por alguns instantes antes de começar a cortar o meu filé.

Parecia que ele sabia! Sempre fui doida para experimentar cordeiro.

Como é caro, esse sonho parecia bem distante.

-Me dê um motivo, apenas um!

Insisti. Jason colocou os talheres ao lado e olhou-me sério.

-Ainda não estamos casados. Apenas por isso!

-E quando nos casaremos?

Não acredito que perguntei isso! Agora de fato não tenho outra alternativa.

-Em dois meses, querida!

Respiro fundo e o encaro com muita raiva.

-Por que me olha assim? Isso não depende de mim, depende do cartório! Estamos em outubro, Luciana.

-Estou indignada! E isso não tem.nada a ver com o casamento! Estou sempre sozinha e trancada! Depender do cartório tudo bem, mas as coisas que você poderia facilitar não faz!

Expús a minha indignação. Jason obviamente não gostou e não estou nem aí.

-Luciana, tem muitas coisas de que precisa saber e outras coisas que eu não posso te contar!

Revirei os olhos. Que cara mais redundante e complicado!

Voltei a comer o meu cordeiro. Estou cansada de tanto mistério.

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Jason iniciou um monólogo enquanto eu saboreava o meu brownie com sorvete caseiro de baunilha.

A Helga arrasa.

-Querida, como você já tomou conhecimento o seu pai morreu e sei que deve estar se perguntando no que se deu a morte dele. Seu pai tinha câncer num estágio avançado, nos últimos meses arriscou todas as economias que tinha apostando para pagar as dívidas do tratamento caro que estava fazendo!

Arregalei os olhos com a informação que ele me passou.

Que história é essa de câncer?

-Seu pai tinha cancêr na próstata. Não teve coragem de lhe contar, já estava num estágio avançado. No dia em que ele perdeu tudo teve uma recaída. Seu pai sabia aue não teria muito tempo de vida, ele fez um acordo comigo! Confessou que não teria como pagar a dívida e disse que você era o único bem que tinha! Historinha triste nunca me comoveu, então o obriguei a pagar-me. Seu pai lhe ofereceu como forma de pagamento com a condição de que não lhe contasse sobre o cancêr.

Senti as lágrimas escorrerem dos meus olhos involuntariamente.

-Você se queixou tanto sobre ficar aqui, teoricamente presa, e em parte essa foi um dos últimos pedidos do seu pai quando fui visitá-lo.

-Espera aí? Você o visitou? E nunca me falou nada?

Senti o meu samgue ferver de tanta raiva.

-Ele não queria que você o visse daquela maneira! Rogério esperava melhorar até o casamento, infelizmente ele piorou e veio a óbito. Aproveitei que viajaria a trabalho para de vez em quando conversar com os médicos sobre a situação dele. Não o visitava de fato, só o vi minutos antes do falecimento.

Isso explica o porquê de todos aqueles dias.

-ISSO É UM ABSURDO, JASON! ELE ERA O MEU PAI E EU TINHA O DIREITO DE ESTAR AO LADO DELE NOS ÚLTIMOS MOMENTOS DE VIDA.

Peguei o meu prato de sobremesa e sai correndo para dentro da mansão.

Isso é imperdoável! Como? Como ele pôde fazer isso comigo?

Sinceramente não sei porque continuo me surpreendendo com as atitudes impulsivas e egoístas.

O CARA ME SEQUESTROU E ACHA QUE PODE ME DAR ORDENS!

Vou para a cozinha e peço paga Helga fazer um chá de camomila para mim.

Preferia não saber de nada! O meu próprio pai não confiou em mim, mentiu sobre as condições do acordo entre ele e o Jason.

Confiou mais nele do que em mim. E pelo visto parte da questão de ficar presa aqui não era por causa do Mr. Insuportável.

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