As situações se desenrolam simultaneamente.
Seraline fecha os olhos, à beira da morte, enquanto a planta monstruosa sente prazer ao ver sua presa perdendo a esperança e deixando a vida escapar.
Entretanto, um brilho distante entre os arbustos chama a atenção.
Uma lança carmesim é lançada com incrível velocidade, atravessando a besta mágica e causando uma agonia terrível antes de arremessar Seraline.
Nesse momento crítico, uma figura emerge dos arbustos. Sua pele exibe um tom mais escuro, criando um contraste notável com uma cabeça de lobo cinzenta que ela usa sobre a cabeça.
Seus olhos azuis são notavelmente intensos e brilhantes, deixando um rastro luminoso quando se movem. Seus cabelos negros estão desarrumados e caem de forma selvagem.
As roupas são simples, consistindo apenas de duas manoplas pequenas nos punhos, com luvas feitas de tiras de bambu escuro.
Seus pés estão descalços, o que realça ainda mais a aura misteriosa e natural de sua presença, assim como um pano escuro com detalhes em cinza tampa suas partes baixas.
Além disso, duas orelhas e uma cauda escura como as de um lobo, adicionando um elemento intrigante à sua aparência.
Exalando uma mistura de misticismo, habilidade e exotismo, tornando-a única e cativante na cena.
Com agilidade e velocidade surpreendentes, a misteriosa figura pegou Seraline antes que ela caia e a colocou cuidadosamente no chão, evitando que seus ferimentos piorassem.
Seraline, com dificuldade, abre os olhos e observa a enigmática mulher, fitando seus olhos brilhantes com curiosidade e fraqueza.
— Quem seria você? — Seraline pergunta com dificuldade, ansiosa por entender quem é essa salvadora inesperada.
— Como está sua regeneração? Sua mana precisa se recuperar para seu corpo a usar para se regenerar, afinal a raça dos Onis tem uma boa regeneração, então descanse até ela se recuperar… — respondeu a mulher misteriosa com um tom calmo.
Seraline respira profundamente, permitindo que sua mana circule por todo o corpo.
Assim como o sangue, seu coração também começa a impulsionar a mana, levando-a de volta para seu corpo.
Conforme isso acontece, seus ferimentos graves começam a se fechar, e o sangue parando de escorrer de seu corpo.
Sentindo-se aliviada, Seraline tenta se levantar, apesar de ainda estar fraca.
— O que você está fazendo? Fique deitada. Você perdeu muito sangue e precisa de tempo para se recuperar completamente — comenta a mulher lobo preocupada.
— Agradeço sua preocupação, mas não tenho tempo para descansar. O Ren precisa de mim, então tenho que ir até ele agora — respondeu com determinação.
A mulher misteriosa parece completamente insensível em sua resposta, demonstrando falta de empatia.
— Ren? Aah, aquele humano que foi arremessado? Talvez esteja morto pela queda ou tenha sido devorado por algum monstro. Não vale a pena procurá-lo... — diz com frieza em seu tom de voz.
Seraline fica visivelmente incomodada com a atitude dela e a crítica:
— Então você estava nos observando. Poderia ter ajudado, não acha? — questiona, expressando sua frustração.
Ignorando a mulher misteriosa, Seraline pega suas duas katanas do chão e as coloca na cintura, determinada a continuar a procurar Renier.
No entanto, a garota insensível a interrompe.
— Por que você se importa com aquele humano? Basta deixá-lo morrer. É o mínimo que ele merece, não acha? Afinal, sendo um monstro, você me entende — comenta a garota com a mesma atitude de indiferença.
Essas palavras afetam Seraline, mudando a tensão no ar entre as duas.
— Agradeço seu apoio após me salvar, mas não entendo seu pensamento, não mais… — responde Seraline com determinação. — Mas não vou deixá-lo morrer. Ele é importante para mim, mais do que você imagina, então poderia guardar sua opinião para si mesma?
A garota cede um pouco, mas ainda expressa seu ceticismo:
— Humph, que seja… Mas duvido que ele tenha sobrevivido àquela queda, e mesmo que tenha, foi envenenado por uma besta mágica. Deve morrer logo se deixado sozinho… sugiro esquecer aquele humano.
Seraline não vacila em sua confiança em Renier:
— Ele não vai morrer por algo tão trivial. Acredito nele, afinal, é meu marido, então não tenho dúvidas que esteja vivo — rebate com firmeza.
A garota parece começar a entender melhor a situação:
— Marido!? Quanta besteira! Mas agora entendo… — comenta a garota, pegando sua lança que estava cravada no pé da árvore.
— Eu o vejo, porque você é leal a ele. Não consegue depender de si mesma, acha que aquele humano possa a vê-la como igual?
Ela continua a provocar Seraline: — Somos monstros, você e eu. Ele só a vê como uma criatura inferior, isso é um fato! Ele vai logo descartar você como um objeto, garota Oni… — conclui com sarcasmo.
A tensão entre as duas atinge o ápice, criando um clima intenso.
Seraline, em um movimento rápido, saca sua espada, fazendo a garota desconhecida se preparar para um possível ataque iminente.
No entanto, de forma surpreendente, a lâmina passa ao lado do rosto da garota e colide com uma estranha energia roxa, que logo se desfaz no ar com um pequeno estrondo.
A garota fica momentaneamente surpresa, mas rapidamente se vira de costas para Seraline, com sua lança em mãos, espelhando a postura de Seraline.
Criaturas negras e sinistras emergem da escuridão da floresta, cercando as duas garotas de todos os lados e as encurralando.
— O que são essas criaturas? — pergunta a garota, seu medo se manifestando ao observá-las.
Seraline olha para o cabo de sua espada, sua mão tremendo à medida que o medo cresce na presença das sombras.
— Essa sensação de medo crescente, embora seja a primeira vez, não há dúvidas, são elas... Sombras Inferiores — murmura Seraline, reconhecendo as criaturas.
— Sombras? — ela questiona, sentindo um arrepio na espinha enquanto observa as criaturas obscuras.
As sombras, ao se aproximarem lentamente, deixam rastros de destruição por onde passam.
Tudo o que foi vivo na área começa a murchar e apodrecer, sendo consumido pela essência caótica emanada por essas criaturas sinistras.
Uma das criaturas em forma de humanóide avança inesperadamente em alta velocidade, pegando Seraline desprevenida, já que ela acreditava que essas sombras se moviam lentamente.
Com braços largos, a criatura desfere um ataque poderoso contra a espada de Seraline. Por instinto, ela bloqueia o golpe com sua espada, mas a força do impacto a arremessa para trás.
Seraline se levanta rapidamente, ignorando a dor em sua mão machucada após bloquear o ataque da sombra.
— Droga, eles têm mais força do que eu imaginava. Não baixe a guarda e não deixe que eles toquem em você. Será um destino pior que a morte, confie em mim — adverte Seraline com seriedade, apontando a espada com determinação na direção das Sombras.
A garota lobo responde com um olhar afiado, seus olhos brilhando intensamente.
Ela usa seu pé para bater no chão com força, criando um impacto poderoso que faz vários pilares de pedra surgirem, perfurando o peito de várias Sombras.
— Magia de Água: Hidra! — ela grita com poder, sua lança começando a canalizar mana enquanto forma um vórtice de água que a envolve por completo.
Ela arremessa a lança em alta velocidade, impulsionada pela mana de seu corpo, e nela surgem três cabeças de dragão feitas de água.
A lança se divide no meio, e as outras duas cabeças atacam em direções diferentes.
As Sombras são despedaçadas pela força da água, como lâminas afiadas mergulhando em águas envenenadas.
A cena se desenrola como um espetáculo de destruição, com as criaturas sombrias sendo derrotadas uma após a outra.
A garota lobo demonstra sua incrível habilidade com a Magia de Água, causando um impacto notável.
— Eeh, até que ela é bem forte, mas não posso ficar para trás. Minha humilhação de antes precisa ser redimida, então vou usar o meu melhor — responde ela com animação.
Seraline, agora focada em sobreviver, posiciona sua katana em frente ao rosto, com a lâmina apontando diretamente para ela.
A garota lobo observa com atenção, notando o hálito quente de Seraline que faz a temperatura subir alguns graus repentinamente.
Ela percebe que Seraline está canalizando sua energia, e um grande símbolo mágico de floco de neve surge sob seus pés com um brilho azul intenso, seus olhos carmesins brilham intensamente e sua concentração é palpável enquanto se prepara para um poderoso ataque.
—Ice... Excalibur... — responde Seraline com calma.
A lâmina de Seraline cintila em uma cor azul gelo, e ela gira seu corpo rapidamente em um círculo completo.
Uma grande tempestade de neve cobre toda a clareira, congelando árvores e as sombras, formando grandes pilares de gelo afiados na direção oposta da clareira.
Quando a tempestade de neve se dissipa, tudo ao redor está congelado, exceto Seraline e a garota lobo, que permanecem em seu estado normal.
A cena é verdadeiramente impressionante, destacando o poder da Magia de Gelo de Seraline e sua coragem em enfrentar as sombras.
No entanto, após o esforço exaustivo, Seraline fraqueja momentaneamente, quase caindo, mas é amparada pela garota lobo.
— Você gosta mesmo de se arriscar, mas tenho que admitir que você é bastante impressionante, garota Oni — elogia Noelle, mostrando um pequeno sorriso em reconhecimento à força de Seraline.
Seraline sorri de volta e corrige: — Seraline... Me chamo Seraline Shuten, não garota Oni.
Noelle acena com a cabeça, ainda sorrindo. — Entendi, Seraline. Apenas me chame de Noelle. Sou de uma raça chamada Kobolds. É um prazer.
— Kobolds? Pensei que sua raça já tivesse sido extinta há séculos. Ainda existem mais de vocês?
Noelle explica a situação de sua raça com um olhar melancólico:
— De fato, nossa raça quase foi extinta há muito tempo, mas minha tribo se escondeu na Floresta dos Perdidos para sobreviver — frustrada Noelle comentou: — No entanto, este lugar não é favorável, e logo as Bestas começaram a nos caçar um por um. Restou apenas eu, que consegui me adaptar a este lugar e sobreviver.
Seraline fica em silêncio, tentando encontrar palavras para consolar Noelle diante da trágica história de sua raça. Ela sabe quem são os culpados por terem levado a tribo de Noelle a essa situação.
— Eu... — Seraline começa a dizer, tentando encontrar palavras para confortar Noelle, mas é interrompida abruptamente.
Sob o gelo sob seus pés, a cor azulada muda rapidamente para um roxo escuro e brilhante, semelhante a sangue contaminando água pura.
— O que é isso? — Noelle pergunta, ficando em posição defensiva.
O som de gelo rachando preenche o ar, e uma rachadura se forma na direção delas.
Uma criatura colossal emerge, com um corpo grande e esguio, revelando-se como uma nova Sombra Inferior.
Seraline percebe o perigo iminente e, agindo rapidamente, empurra Noelle para longe do ataque. No entanto, ela é capturada pelas garras brutais da Sombra, que a esmaga com força.
— Seraline! — Noelle desperta de seu estado de choque e tenta lançar um ataque desesperado.
No entanto, ao encarar a Sombra, ela é dominada por um intenso medo crescente, fazendo-a cair no chão e largar sua lança.
Noelle coloca as mãos no peito, sentindo seu coração acelerar descontroladamente, enquanto a situação se torna cada vez mais perigosa com Seraline nas garras da Sombra Inferior.
— Droga! Não posso morrer, muito menos ser corrompida, não aqui… Eu preciso reagir, de alguma maneira! — Seraline fica desesperada, sentindo seu corpo sendo esmagado e uma energia sombria começando a corrompê-la.
Ela experimenta uma tortura física e espiritual simultaneamente, uma dor agonizante à medida que a energia caótica a consome.
Seraline sente seu corpo enfraquecendo aos poucos, sua resistência diminuindo e sua essência sendo corroída pela energia sombria.
Seu corpo está se tornando uma casca vazia, seus sentidos desaparecendo, e qualquer vestígio de emoção e esperança se extinguindo no brilho de seus olhos vermelhos.
— Ren... — murmura Seraline, perdendo a batalha contra sua própria liberdade.
Em sua mente, apenas a imagem de Renier permanece, iluminando-se como sua última esperança antes de ser apagada pela escuridão.
A situação parece desesperadora para Seraline, que luta para se manter forte contra a corrupção sombria.
Um estrondo do outro lado da floresta ressoa, e um pilar azul brilhante surge.
Um resquício de brilho nos olhos de Seraline é notado enquanto ela observa o pilar de energia, e um calor começa a se espalhar por seu corpo.
— Renier? — Seraline murmura após seus olhos começarem a pulsar.
O corpo de Seraline é então envolvido por uma energia carmesim, que a cobre completamente, criando um segundo pilar de energia que irradia na Floresta dos Perdidos.
As duas energias, a carmesim que cobria Seraline e o pilar azul da Floresta dos Perdidos, cessam, retornando tudo à normalidade.
Quando a energia desaparece, algo notável acontece com Seraline.
Sua aparência muda dramaticamente, tornando-se mais demoníaca.
Seus cabelos brancos agora têm pontas vermelhas como fogo que descem até seus pés, e dois longos chifres vermelhos vivos surgem em sua testa. Suas roupas rasgadas não são mais adequadas para seu corpo, que cresceu e se tornou mais imponente, chegando a um metro e noventa de altura.
Seraline exala uma presença sedutora e majestosa, como uma rainha em todo o seu esplendor.
— Quanta insolência em ousar tocar em uma rainha de tal maneira... — Seraline fala com orgulho, exibindo um grande sorriso animado e confiante em seu rosto. Sua voz é mais firme e madura.
Ela usa seus braços para destruir as mãos da Sombra que a seguravam, fazendo com que a Sombra recue em dor.
— Hahaha, finalmente estou de volta! Acho que vou me divertir um pouco com você, criatura estranha. É hora de você ver meu poder depois de mil anos incompleta!
Noelle se acalma e olha para a nova forma de Seraline com curiosidade e preocupação.
— Ela é a mesma Seraline? — ela pergunta, analisando a transformação.
Pegando a katana negra que foi dada a Renier por ela mesma. Seraline a observa por um momento antes de sorrir.
Então, uma grande energia vermelha é canalizada na lâmina, enquanto a Sombra revida, lançando uma enorme esfera de energia roxa em sua direção.
— Criatura fraca... — Seraline murmura, sorrindo.
Ela move sua espada em direção à Sombra, liberando uma energia massiva que anula completamente a energia do inimigo, assim como a própria Sombra.
O impacto da explosão é devastador, causando uma destruição em grande escala na floresta, criando uma enorme cratera em forma de ravina que se estende muito além, apagando a sombra do mapa…
Continua…
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Atualizado até capítulo 42
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