Capítulo 6: O Duelo da Transformação e a Manifestação Criativa

Após uma longa conversa com minha mãe, despertei no dia seguinte, ainda no acampamento. O momento de nos despedirmos da floresta e partir para a cidade estava próximo. Seraline e eu decidimos realizar um duelo para testarmos nossas habilidades.

O sol brilhava intensamente enquanto nos preparamos para o duelo. Nossas katanas eram seguradas com firmeza, prontas para demonstrar destreza e testar um ao outro. Ambos ostentamos sorrisos desafiadores, conscientes de que esse confronto seria uma oportunidade para crescimento e diversão.

— Não pense que vou pegar leve só porque somos casados, Seraline — provoquei, com brilho travesso nos olhos.

Ela respondeu com determinação: — Eu não esperaria menos de você, Ren. Mostre-me o que você tem!

Percebi uma mudança em Seraline, sua aura e determinação transformadas em uma guerreira confiante. Antevi que esse duelo seria empolgante.

Seraline empunhou sua katana com destreza, adotando uma postura elegante e defensiva. Com uma mão no punho e outra na lâmina, ela estava pronta para reagir rapidamente a meus ataques. Seus olhos refletiam foco e resolução enquanto analisava meus movimentos.

Avancei com um ataque veloz, Seraline reagiu com fluidez, desviando com um salto gracioso. A lâmina da katana girou no ar, bloqueando habilmente meu golpe com um som metálico. Ela contra-atacou com precisão, mirando meus pontos vulneráveis.

A luta se intensificou, e Seraline demonstrou agilidade e destreza admiráveis. Seus movimentos eram fluidos e circulares, desviando elegantemente de meus ataques. Em um momento impressionante, ela executou uma série de cortes precisos, alternando entre verticais e horizontais, criando uma dança letal com sua katana. Seus golpes eram tão rápidos que eu mal conseguia acompanhá-los.

Enquanto a batalha avançava, Seraline revelava suas habilidades estratégicas, aproveitando cada oportunidade para contra-atacar. Ela usava empunhaduras duplas, equilibrando sua katana com maestria. Saltando no ar, ela desferiu um golpe poderoso de cima para baixo, canalizando sua energia em um movimento devastador.

À medida que nos afastamos, eu não podia negar a atração que sentia por ela a cada golpe desferido. Apesar da intensidade do combate, estávamos nos divertindo, sorrindo um para o outro e apreciando cada movimento habilidoso.

— Você é realmente forte, não esperava menos de minha esposa — elogiei com um sorriso.

Ela retribuiu, olhando determinada: — Obrigada, você também é forte, não esperava menos de meu marido. Mas vou mostrar a diferença entre nossas forças.

Minha curiosidade estava aguçada; eu estava ansioso para testemunhar o poder de Seraline. Senti sua mana se elevar, e ela adotou uma postura agressiva e implacável. Uma pressão se instalou no ar ao nosso redor.

Ela empunhou a katana com elegância e determinação, uma mão firme no cabo e a outra na lâmina. A espada foi erguida diagonalmente sobre o ombro, exibindo confiança absoluta em suas habilidades.

Uma rajada de energia massiva a envolveu, criando uma névoa azul decorada com pétalas de flores de cerejeira. Era um espetáculo fascinante, possivelmente uma distração para o oponente.

Seraline manteve uma distância moderada e desencadeou seu ataque final. Num piscar de olhos, ela desapareceu, deixando-me perplexo. Girei rapidamente, tentando localizá-la.

De repente, ela estava diante de mim, desferindo uma série de cortes rápidos e precisos em uma sequência de movimentos avanço e recuo. Uma tempestade de energia azul me envolveu, uma dança impressionante de golpes.

A dor era evidente, meu uniforme e meu corpo marcados pelos cortes. Mantive minha espada em posição defensiva, decidido a não me render facilmente. Seraline olhou para mim, surpresa, expressando determinação.

— Esse é o olhar que eu queria ver. Você age como um guerreiro, mas, Ren, vai contra alguém mais forte sem saber como vencê-lo o torna fraco. Use mais sua inteligência nas lutas do que a força — ela repreendeu com firmeza, abaixando a espada.

Embora suas palavras tenham sido duras, elas possuíam um grande impacto. Aceitei a crítica como uma oportunidade de crescimento.

— Obrigado, Seraline, por apontar meu erro. Vou melhorar a partir de agora — prometi com gratidão.

— Isso é admirável. Gosto de como você aceitou isso como um incentivo para melhorar, em vez de se ofender — ela elogiou, sorrindo.

A luz azul envolve o meu corpo, uma energia que cura todos os ferimentos resultantes do duelo. Compreendi rapidamente sua utilidade: — Minha mãe explicou que, durante as lutas, só serei curado depois de um intervalo de pelo menos cinco minutos — compartilhei com Seraline.

Seraline expressou seu apreço: — Certamente é uma ajuda valiosa. Descobrir que você é filho da Deusa da Vida e da Criação foi impactante, mas isso só aumenta minha admiração por você. Contudo, se você tem o sangue de uma Valquíria e um Dragão, por que sua força não é ainda mais surpreendente?

Yggdrasil respondeu com sabedoria: — Apesar da alma robusta de Ren para um humano, suportar tanto poder físico e aumento energético massivo enfraqueceria sua alma. Assim, a alma só pode acessar uma de suas essências por vez, como um Super Sentai. Ela funciona como um morfador, permitindo a Ren ativar sua transformação em Valquíria ou Dragão.

Renier explicou: — Foi isso que ela disse. Minha força é sobre humana depois disso, mas dentro dos limites humanos. Posso usar apenas uma forma de cada vez, seja Valquíria ou Dragão. Ela mencionou que há outras três formas, mas elas estão bloqueadas por enquanto.

À medida que nossa despedida se aproximava, Aoi se aproximou e perguntou: — Vocês estão prontos para iniciar sua aventura na cidade?

Seraline lançou um olhar para mim antes de responder brincando: — Bem, não quero dizer que você parece um andarilho, mas… —- Observando minhas roupas em farrapos, ela insinuou sua necessidade de mudança.

Seu olhar já me dizia tudo, e rapidamente meu uniforme desgastado se transformou magicamente. Agora vestido com uma veste negra, botas, luvas e um cinto, além de uma bolsa ao lado, estava pronto para a jornada que nos aguardava.

A expressão impressionada de Aoi e Seraline com minha súbita mudança de roupas é palpável. Seraline examina curiosa o novo traje em meu corpo.

— É natural que o filho da Yggdrasil, a Deusa da Criação, possua o mesmo poder de criar — diz Aoi, explicando o que elas testemunharam.

— Minha mãe chamou essa habilidade de Manifestação Criativa. Ao contrário de criar algo do nada, essa habilidade exige um entendimento profundo da base do objeto desejado, incluindo suas características e estrutura. É um processo meticuloso e complexo — explico.

— Manifestação Criativa? Yggdrasil usa diferentes nomes porque é diferente da criação do nada? — pergunta Seraline.

— Na Manifestação Criativa, consigo visualizar claramente o objeto que desejo criar em minha mente. Essa visão precisa ser detalhada, incluindo todas as características físicas e funcionais. A partir dessa visão, inicio um processo que envolve manipulação cuidadosa de energia e matéria — detalhei.

Um sincronizado "Oh!" escapa delas, fascinadas pela complexidade da habilidade.

— Para manifestar com sucesso um objeto, devo seguir processos e requisitos específicos. Isso inclui coletar materiais adequados, manipular energia vital ou realizar rituais complexos. A criação exige concentração, conhecimento e habilidade, além de inteligência e memória, já que erros podem resultar em falhas — esclareço.

— Sinto que isso é complicado demais para mim. Isso significa que não posso criar algo facilmente do nada. Você deve ser muito inteligente para usar isso, algo que eu não conseguiria fazer — admite Seraline.

Seraline exibe confusão; parece que ainda não compreendeu completamente, o que é compreensível, considerando a complexidade. Aoi, pensativa, inclina o queixo enquanto olha para mim.

— Então, a criação leva tempo e esforço, dependendo do objeto desejado. Além disso, é necessário um profundo conhecimento sobre os objetos desejados. Você deve estudar suas características, propriedades e interações com o ambiente — explica Aoi, fascinada.

— Exatamente, não é um processo instantâneo. A habilidade não é útil para alguém sem conhecimento — concordo.

— Ainda não entendi completamente, acho que sou inteligente o suficiente — resmunga Seraline.

Compreendo que é complicado para ela. Levanto o dedo e intervenho: — É simples, Seraline. Por exemplo, como se faz uma espada? — perguntou a Aoi.

— A espada é basicamente uma lâmina de metal de dois gumes com um cabo de metal ou madeira… — Ela reflete e, de repente, compreende. — Ah, entendi agora. É preciso entender a estrutura do que se está criando para que a habilidade funcione — diz Seraline.

— Exato, mas é um pouco mais complexo, pois preciso entender os componentes. Não se trata apenas de criar uma espada de metal; é preciso entender a composição do metal — acrescenta Aoi.

— Então há requisitos; você deve conhecer bem o que está criando. Você sabe como criar metal, Ren? — Seraline me olha curiosa.

— Sim, muitos metais, como o aço, por exemplo, são compostos por ferro e carbono. Ferro e cobre são minerais extraídos já na forma utilizável. Portanto, a composição é relativamente simples, o que facilita a criação de uma espada resistente — informei.

— Você parece bem inteligente. A habilidade de Manifestação Criativa está em boas mãos — Seraline reconhece.

— Seraline, você será capaz de entender melhor com o tempo — a consolo.

Então, Aoi anuncia que é hora de partirem para a cidade. Com ternura, ela nos olha, sabendo que é hora de se despedir. Um laço profundo se formou em tão pouco tempo.

— Meus queridos, é hora de seguirmos caminhos diferentes. Vocês têm sua missão, e eu cuidarei da natureza enquanto vocês cuidam de mim — Aoi expressa carinhosamente.

Nossos olhares transmitem gratidão e tristeza. Nossa separação é agridoce.

— Aoi, você foi como uma irmã mais velha para nós — admito emocionado. — Não esqueceremos sua gentileza e apoio.

—Vocês são os melhores irmãos que eu poderia ter — Aoi nos envolve em um abraço caloroso, transmitindo segurança e conforto. É hora de nos despedirmos.

— Sentiremos sua falta, Aoi, mas sabemos que nossos caminhos se cruzarão novamente — diz Seraline, prometendo honrar o que aprenderam.

Com carinho, Aoi se afasta, desaparecendo entre folhas e perfume floral. É um adeus incrível.

— Isso foi uma partida incrível, não é? — comentei.

Ela ri. — Sim, você está certo. Vamos, então?

Eu seguro a mão de Seraline. — Sim, é hora. Quero explorar esse novo mundo.

Seraline sorri e acenamos com a cabeça, começando a caminhar em direção a um futuro desconhecido.

Continua…

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