Correndo pela floresta, agora envolta em escuridão, sinto que cada farfalhar das árvores se torna perigoso, como se o próprio ambiente conspira contra mim.
— É tão adorável vê-lo correr, mas para onde você pensa que vai? — comentou Rosa, sua voz ecoando de todos os lados, criando uma sensação perturbadora.
A situação complicou ainda mais; antes, sua voz se comunicava por telepatia, mas agora parecia emanar diretamente do ambiente.
Várias pétalas foram lançadas em minha direção novamente, vindas de todas as direções, mas eu continuei correndo, habilmente esquivando-me delas.
Rosa estava visivelmente incomodada por não entender a razão da minha fuga desesperada.
Tudo isso ocorria dentro de minha própria mente, mas meu mapa mental ainda estava funcionando, mantendo-me orientado enquanto Rosa permanecia alheia a isso.
Mesmo com sua aura bloqueada por suas habilidades psíquicas, eu sabia que só precisava de uma chance.
A risada dela ecoava por todos os lados, revelando que ela se divertia com minha fuga desesperada.
Contudo, fui atingido no joelho, caindo e ficando incapacitado de continuar correndo, chegando às margens de um riacho.
— Tsk, hmph, ainda não é o suficiente, sua erva daninha — critiquei, tentando provocá-la enquanto segurava meu joelho, removendo a pétala cravada e pegando algumas pedras do riacho para me defender, meu rosto franzindo-se em determinação.
De repente, Rosa emergiu da escuridão como fumaça, aparecendo a poucos passos do riacho.
Ela continuava sorrindo, olhando para mim enquanto estava ajoelhado, observando meu ferimento sendo curado pelo meu poder.
— O jogo de pega-pega acabou? Arremessar pedras é o cúmulo do desespero. Talvez seja hora de desistir, não acha? — ela respondeu com um sorriso sádico.
Embora eu atirasse várias pedras em sequência contra ela, era inútil; ela nem sequer as defendia com suas pétalas, deixando-as acertarem sem causar danos.
Sua risada continuou enquanto seus pés tocavam as margens da água, demonstrando confiança e diversão com meu aparente desespero.
— Você tem poder, eu admito, mas precisa aprender que está enfrentando alguém com mais inteligência, sua idiota! — sorri, colocando minhas mãos na água do riacho.
Uma pedra roxa chama a atenção de Rosa, surpreendendo-a por um instante.
— O que é isso!? Não espere!! — ela grita desesperadamente, tentando sair da água.
No mesmo instante, sem atender ao pedido dela, uma grande descarga elétrica com faíscas roxas cobre toda a área ao redor do riacho, fazendo com que tanto Rosa quanto eu levemos um tremendo choque sobre a água.
Rosa grita agonizante, enquanto a corrente elétrica percorre seu corpo.
— Maldito… Uma Pedra do Trovão, você até que é bem esperto… — ela responde, irritada. — Mas isso não foi nada legal da sua parte.
Eu suporto a dor em silêncio, levantando-me meio enfraquecido.
— Haha, isso realmente doeu, mas foi divertido ver seu sorriso se apagar!
Agora posso enxergar normalmente, o cenário voltou ao normal, e acredito que ela tenha sofrido um grande dano, embora eu também tenha sido afetado por estar na água.
— Foi uma jogada inteligente de sua parte, mesmo que seu mapa não a detectasse, você percebeu a Pedra do Trovão na margem usando o rastro de mana, atraindo-a para lá, Yggdrasil responde, tentando esconder sua animação. — Parece que ela era o rato em seu próprio labirinto, hehe, --- ela comenta, admirando a estratégia de Renier.
A Pedra do Fogo que Seraline tem emite um rastro de mana semelhante, o que facilitou sua localização no mapa, embora a cor roxa seja diferente para um raio, ela foi essencial para me salvar.
— Você pode até ter me machucado, querido, mas acha que ganhou? Você continua tão inferior quanto um rato. No entanto, sua tentativa foi interessante, especialmente por ter sido corajoso o bastante para suportar o dano — comentou Rosa, analisando-o com um olhar perspicaz. — Você sabia que poderia ter morrido com esse ataque, não sabia? — perguntou, demonstrando curiosidade leve.
— Sim, eu sabia, mas fiz isso mesmo com o risco em potencial — respondi seriamente à pergunta dela.
Um breve silêncio pairou no ar enquanto Rosa parecia incomodada com a atitude de Renier. Então, ela tomou uma decisão.
— Entendo que você estava disposto a isso para me derrotar... — respondeu Rosa seriamente.
— Ren, temos problemas! — Yggdrasil alertou em tom urgente.
A rosa em suas costas começou a desabrochar, absorvendo a energia do ar ao redor.
A aura dela, agora visível para Renier, aumentava de forma impressionante. Era uma quantidade absurda de mana.
Subitamente, Renier sentiu algo estranho no ar, como um sinal de perigo, um presságio de desastre iminente.
Começando a correr, ele agarrou Rosa pela cintura e a jogou no chão, causando uma explosão massiva que lançou água para todos os lados.
— O que você está... Hãh!? — Rosa ficou chocada, arregalando os olhos.
Acima dela, Renier estava com o peito perfurado por uma lâmina feita de algo incorpóreo.
Sangue escorria de sua boca, mas ele respondeu com dificuldade.
— Haha... Foi por pouco... não foi? — ele sorriu.
— O que!? Ren... Como!? Por quê!? — Rosa despertou em pânico, tentando observar ao redor para identificar a origem do ataque.
Ela olha para o lado, seus olhos se arregalando ao observar um grupo de monstros emergindo das sombras entre as árvores.
— O que são eles? Eu não reconheço esses tipos de monstros... — Rosa questiona, sentindo o medo crescer dentro dela à medida que observa aquelas criaturas aterrorizantes.
Os monstros têm corpos esguios e escuros, olhos roxos pulsantes, que brilham de forma cadavérica. Eles se movem como zumbis, avançando em direção a Rosa e Renier, emanando uma aura sinistra.
Com grande dificuldade, Renier vira a cabeça para encarar as sombras se aproximando. Ele percebe a paralisia de Rosa, que parece incapaz de reagir ou até mesmo de pensar em fugir.
— Finalmente eles chegaram, Ren. Essas são as Sombras Inferiores... — Yggdrasil comenta com um tom grave e preocupado. — "Ren? Meu filho, você está me ouvindo?"
Esses olhos roxos, essa dor, o vazio no meu peito... Isso tudo me lembra algo...
— Nya? — murmurei, encarando profundamente o brilho roxo nos olhos daquelas criaturas.
Absorto em pensamentos, Renier tentou manter seu olhar fixo em uma das sombras, não sentindo medo como Rosa, mas sim ressuscitando antigas feridas.
Como duas explosões em pontos diferentes, dois pilares de energia irromperam pela densa floresta em locais separados.
Renier ficou envolto por uma aura azul intensa e ofuscante, da mesma forma que Rosa, que estava logo abaixo dele.
— Então, finalmente você se lembrou... O Guardião Lunar foi despertado! — Yggdrasil comentou com entusiasmo, revelando sua animação por seu filho ter alcançado esse feito.
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Saíndo da Floresta dos Perdidos, ao norte, e atravessando o vasto Deserto Morto, encontra-se o enigmático Território dos Monstros.
Uma imponente fortaleza se ergue diante da capital dos monstros, e no interior da sala principal, uma figura está sentada no trono.
Sua presença é enigmática, seus olhos vermelhos pulsantes emanam um brilho intrigante, e suas nove caudas negras se movem tranquilamente pelo ambiente.
Esta mulher é de beleza única, mas sua aura é ainda mais enigmática, talvez a palavra "Kitsune" seja a descrição mais precisa, especialmente com suas orelhas de raposa que se mexem sutilmente.
Seu ombro descansa preguiçosamente sobre a guarda do trono, seus olhos se abrem levemente, e seus lábios estão marcados por um vermelho profundo.
— Essa energia... Mmm~ tão familiar... Estava começando a ficar entediada de esperar — sussurra a Kitsune misteriosa. — Então, finalmente, meu brinquedo escolhido apareceu~ — ela sorri maliciosamente após sentir a chegada de uma certa presença, mantendo o mistério sobre suas intenções.
A porta do salão de reunião cerimonial se abre, revelando duas figuras com características distintas.
— Você nos chamou, Imperatriz? — respondeu o homem formalmente, mantendo um ar de calma, enquanto seu sorriso carregava uma nota de superioridade em sua expressão.
Ele vestia uma túnica adornada com detalhes em vermelho e dourado, seu cabelo comprido e avermelhado caía em tranças sobre o ombro, e seus óculos revelavam olhos esverdeados, conferindo-lhe um charme estranho e sinistro.
— Sim, tenho uma ordem: invadam o território dos humanos e tragam Renier Kanemoto para mim — a Imperatriz comandou com um ar de absoluta superioridade.
— Então, aquele de quem você falou finalmente apareceu! Mal posso esperar para me divertir à vontade com esse Guardião Lunar! — respondeu a garota de orelhas de gato, seu sorriso expondo presas afiadas enquanto cerrava os punhos em excitação.
As características distintivas dela incluíam suas duas caudas de Nekomata, cabelos negros e olhos amarelos brilhantes que lembravam felinos.
Ela usava uma armadura negra com um peitoral que deixava seu abdômen à mostra e da cintura para baixo. Em ambas as mãos, usava manoplas com garras nos dedos, que pareciam parte de seu próprio corpo, não apenas luvas.
— Selena, Oscar, não importa os meios que usem, quantos corpos humanos precisem atravessar ou até mesmo tirar a vida deles, tragam-no. Não permitirei que voltem de mãos vazias. Vocês sabem o que acontece com aqueles que não atendem às minhas expectativas, não sabem? — a Imperatriz declarou ameaçadoramente, seus olhos brilhando com um tom ameaçador.
Seus movimentos eram calmos, mas sua presença era sufocante, enquanto ela cruzava uma perna sobre a outra e olhava para os dois como se fossem completamente inferiores à sua majestade.
— Sim, prometo trazê-lo, mesmo que todos os humanos naquele lugar tenham que desaparecer — respondeu Oscar, seu sorriso permanecendo inabalável diante da ameaça.
— S-sim, prometo trazê-lo para você, Imperatriz! Vamos logo, Oscar, rápido! — Selena respondeu apressadamente, visivelmente intimidada pela sua líder, enquanto os dois rapidamente se retiraram da sala.
Antes de permitir que os dois saíssem, a Imperatriz interrompeu Oscar por um momento.
— Ah, estava quase esquecendo... Houve um segundo pico de energia familiar detectado. Oscar, sua prometida retornou. Isso é tudo que tenho a dizer sobre esse assunto — ela respondeu com desinteresse evidente.
Oscar, ao ouvir a notícia, deixou um sorriso malicioso surgir em seu rosto, uma expressão que parecia estranhamente perturbadora.
— Isso é incrível! Minha noiva está de volta? Isso é... excitante, para dizer o mínimo. Obrigado pela informação, Imperatriz. Irei seguir para o Território dos Humanos imediatamente — ele respondeu com entusiasmo, enquanto alguns soldados com armaduras negras fechavam as portas da sala.
Agora sozinha na sala, a Imperatriz voltou seu olhar para a porta fechada, seu rosto exibindo um claro desprezo momentâneo.
— Que nojo… Espero que você não me decepcione, Renier, porque a diversão em nosso destino está apenas começando... — ela comentou, fechando os olhos novamente, como se estivesse descansando sem preocupações no momento.
Continua…
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Atualizado até capítulo 42
Comments
Thiago De Nunes
o heroi
2023-09-11
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