O sol dourado da manhã pintava a floresta com um brilho mágico, enquanto Seraline e eu nos aventuramos por entre as árvores altas. O coração da floresta parecia pulsar com energia, e minha capacidade de sentir as emoções das criaturas vivas ganhara um novo nível de intensidade após aprender a controlar a mana.
A trilha se desenrolava à nossa frente, levando-nos a um riacho de águas límpidas que cantarolavam melodias suaves. A correnteza era tranquila, refletindo as folhas verdes que se estendiam acima. Pequenos seres aquáticos nadavam com graça, suas cores brilhantes cintilando como gemas raras sob a luz do sol.
Enquanto caminhávamos, o coro dos pássaros se tornou uma sinfonia encantadora que preenchia o ar. Cada criatura parecia contribuir para essa melodia, criando uma harmonia que parecia fluir com a própria essência da floresta. A natureza estava em perfeita sintonia, e eu me sentia parte desse equilíbrio mágico.
À medida que avançávamos, meus sentidos captaram a presença de criaturas que pareciam saídas de fábulas. Seres luminosos flutuavam no ar, deixando rastros de luz em seu caminho. Coelhos de cores vibrantes saltavam com graciosidade entre os arbustos, e borboletas de todas as formas e tons dançavam em padrões hipnotizantes.
Nossa jornada nos levou a uma clareira que parecia ter sido pintada por pinceladas cuidadosas da natureza. Flores de todas as cores desabrochavam ali, balançando suavemente com a brisa. Era um espetáculo de cores e formas que parecia tirado de um sonho encantado, um presente que a própria floresta nos oferecia.
— Esta floresta é realmente mágica, como se fosse o cenário perfeito para o renascimento de um Guardião — comentei, maravilhado com a cena diante de nós.
Seraline riu suavemente e respondeu com um olhar divertido.
— Não se deixe enganar, Ren. A Floresta dos Perdidos é muito mais do que aparenta. Ela é cheia de mistérios e perigos, um lugar onde criaturas sinistras vagueiam à noite e lendas falam de uma tribo de não humanos misteriosos que habitam seus recantos mais profundos.
Senti meu interesse aumentar com as palavras de Seraline.
— A Floresta dos Perdidos? Agora você despertou minha curiosidade. Poderia me contar mais sobre isso?
Ela acenou com a cabeça, sorrindo enquanto via minha reação. — Claro, Ren. Dizem que no coração mais sombrio da floresta, há um templo antigo envolto em segredos e enigmas. Além disso, criaturas estranhas vagueiam à noite, e espectros misteriosos assombram suas sombras. Dizem também que uma tribo de seres não humanos, mencionados em antigas lendas, pode estar escondida nas profundezas da floresta.
Eu absorvi cada palavra dela, fascinado pela aura de mistério que cercava a Floresta dos Perdidos.
— Oh! Queria ir conhecer esse templo, podemos ir Seraline? — perguntei animado.
— Infelizmente não sei onde fica o templo, afinal é apenas dito nas lendas, então não se sabe se existe um de verdade… — respondeu Seraline meio deprimida, por me decepcionar.
— É uma pena, então não tem a localização do templo, queria o explorar assim como essa floresta… — comento meio desanimado.
Uma ideia surgindo em minha mente torna minha expressão mais confiante.
— Acho que pode existir uma maneira de comprovar a existência e localizar o templo! — afirmo animado.
Curiosa, Seraline questiona. — O que pretende fazer?
Levantando o dedo começo a explicação do que pretendo fazer. — Vou controlar a mana da natureza ao redor da floresta, se eu conseguir fazer, meus sentidos junto com a minha habilidade de ler o coração dos seres vivos talvez possa me ligar e sentir além de poder criar um mapa de toda a região para nos localizar, o que acha?
— Oh, você tem umas ideias bem diferentes… Isso é bastante incrível se você conseguir fazer, a Floresta dos Perdidos tem uma grande concentração de mana ao redor dela, se conseguir controlar ela, e fazer o que propõem vai ser algo surpreendente, então porque não tentar? — acenando, Seraline concordando.
Seraline parece estar interessada no que pretendo fazer, então me observa com curiosidade estando animada.
Aceno com a cabeça e respondo. — Ok, então vou começar a usar o que a Aoi me ensinou!
Enquanto me encontro imerso na exuberante floresta, um sussurro suave da natureza envolve meus sentidos. Concentro-me em meu interior, sintonizando-me com os fluxos invisíveis de mana que percorrem cada folha, raiz e criatura que habita este reino verdejante. Minhas mãos se estendem, palmas viradas para o solo, e sinto a energia pulsante da terra respondendo ao meu chamado.
Gradualmente, uma conexão etérea se entrelaça com minha consciência, formando um elo entre minha essência e o pulsar vital da floresta. Uma sensação de unidade toma conta de mim, e um brilho suave emana de minhas mãos, como se eu estivesse traçando os contornos de um mapa invisível no ar. A mana da natureza dança e responde ao meu comando, moldando-se sob minha orientação.
Com um foco intensificado, mergulho na paisagem florestal que se desenrola diante dos meus olhos internos. Magia se entrelaça com minha consciência, e aos poucos, um mundo tridimensional se revela em detalhes deslumbrantes. Árvores majestosas erguem-se como guardiãs antigas, um riacho serpenteia com fluidez e pedras pontilham o chão, cada uma delas exibindo sua própria textura única. É como se eu estivesse olhando para um reflexo da realidade, mas de alguma forma, ainda mais nítido e vívido. A vida pulsa através do meu ser, e as auras de energia irradiam de todas as criaturas, cada matiz de cor contando histórias ocultas.
Com um entusiasmo que mal posso conter, compartilho minha realização com Seraline, meus olhos brilhando de empolgação enquanto falo:
— Consegui! Consegui me conectar com a floresta e criar um mapa tridimensional dela!
Seus olhos se iluminam em resposta ao meu entusiasmo.
—Isso é incrível! Isso significa que você pode encontrar o templo perdido?
Com um movimento fluído, meus olhos vagam pelo intricado mapa 3D, focando na tarefa de rastrear o antigo templo escondido.
Sintonizo-me com a energia do solo, seguindo os padrões sutis que revelam a presença do local sagrado. As auras brilhantes começam a formar uma imagem, delineando a estrutura do templo enquanto ele se dissimula entre as árvores e a vegetação densa.
— Sim, veja aqui. — Aponto para a representação no mapa. — Essa silhueta corresponde ao que poderia ser o templo. O que você acha?
Seraline considera a imagem por um momento, seus olhos brilhando de excitação.
— Parece promissor! Quem sabe o que podemos encontrar lá dentro? Tesouros, itens mágicos, quem sabe? Além disso, com esse mapa, não nos perderemos.
Assentindo com um sorriso, concordo com ela. — Acho que vale a pena conferir. E olhando para as reações de mana no mapa, definitivamente há algo poderoso naquela direção.
Mas antes de partirmos, sinto que algo está faltando, algo que anseio. Meu olhar se fixa em Seraline, e ela percebeu minha expressão pensativa.
— Algum problema, Ren? — Seraline inclina a cabeça, curiosa.
Em vez de responder, tomo uma atitude. Num gesto decidido, seguro seu rosto suavemente entre minhas mãos e inclino-me para a frente, capturando seus lábios em um beijo apaixonado e intenso.
Um instante de calor e ternura que compartilhamos enquanto a magia do momento nos envolve.
Quando finalmente nos separamos, um sorriso travesso brinca em meus lábios enquanto observo as bochechas coradas de Seraline.
— Estava sentindo falta dos seus lábios pela manhã.
Ela fica sem palavras por um momento, seu rosto um tom adorável de rubor. Eu me afasto com um sorriso maroto, deixando-a sem outra opção senão ficar boquiaberta.
— Vamos lá, antes que nossa busca nos prenda demais aqui. Mas lembre-se, sempre haverá tempo para momentos assim. — respondi ainda sorrindo.
Sem o Renier ouvir Seraline solta uma leve risada enquanto sorri levando os seu dedo ao seus lábios sussurrando.
— haha, o que eu faria sem você? — comentou sorrindo.
Estou animado para descobrir o que tem dentro desse templo, há uma grande concentração de mana, tendo esse mapa não vamos ser pegos desprevenidos por qualquer coisa perigosa.
Claro, vou detalhar mais essa cena da sua história:
Enquanto caminhava com otimismo, minha confiança logo se transformou em preocupação quando algo abruptamente enroscou nos meus pés após dar um passo à frente. Uma raiz monstruosa e espinhenta emergiu do chão, apertando e enrolando-se ao redor da minha perna.
Eu respondi alarmado: — Isso dói, talvez seja perigoso...?
Seraline, sem entender o motivo do meu olhar preocupado, perguntou curiosa:
— Dói? Você se machucou? O que é perigoso...
Antes que Seraline pudesse terminar sua fala, fui puxado com violência pela raiz, suspenso no ar.
Em meio às flores, algo emergiu: uma boca repleta de dentes, surgindo como uma flor grotesca, completamente destoante de sua beleza natural.
Surpresa e instintivamente sacando a espada, Seraline gritou: — Renier!!
Percebi que estava diante de uma Planta Carnívora. Minha tentativa de reagir foi interrompida por um mal-estar que se espalhou pelo meu corpo, e acabei tossindo sangue.
Ao levar a mão à boca, percebi a gravidade da situação ao ver o sangue. Comentando com a voz falhando, expliquei: — Isso parece veneno…
A fraqueza me dominou, e minha espada caiu no chão. Os espinhos cravados em mim deveriam conter um veneno de ação rápida, destinado a incapacitar a presa.
Seraline, percebendo minha condição crítica, sacou sua espada sem hesitação.
Com um aumento notável em velocidade e destreza, ela avançou para cima da Planta Carnívora Monstruosa antes que ela pudesse engolir por completo. Seraline desferiu vários cortes poderosos na criatura, que rugiu e gritou em agonia.
No entanto, mesmo após receber os golpes, o veneno ainda agiu em mim, ficando inconsciente.
A planta carnívora, agora enfraquecida, me liberou, arremessando-me por cima da floresta antes de desaparecer da vista de Seraline.
— Renier!! — gritou Seraline.
Desesperada para alcançá-lo, Seraline se lança em uma corrida frenética, mas mal começa a mover os pés quando as raízes estendem seus tentáculos, tentando agarrá-la. Nesse exato momento, uma nova abertura se forma, revelando uma clareira repleta de flores brilhantes, uma armadilha astuciosa.
— Então, todo este lugar era o território de um único monstro!? — exclama Seraline, seus olhos amplamente surpresos.
Ela luta para escapar enquanto a abertura se expande, suas mãos cortando as vinhas espinhosas com destreza. No entanto, inúmeras vinhas e raízes atacam simultaneamente, capturando seus membros e impedindo qualquer movimento.
— Deusa do Trovão! — Seraline grita em fúria.
Com essas palavras, suas presas se projetam, seus chifres crescem ainda mais, e seus olhos começam a emitir um brilho roxo, como se estivessem eletrificados. Um campo de eletricidade envolve seu corpo e a área ao redor, enquanto raios roxos crepitam, infligindo um tremendo dano à gigantesca planta carnívora. O estrondo de um trovão ressoa após o grito agonizante da criatura.
Contudo, Seraline sente uma força inesperada quando espera ser libertada após ferir a criatura. Em vez disso, seus braços e pernas são presos com firmeza, e ela é arrastada através da clareira, partindo árvores com impactos brutais que lhe causam imenso sofrimento.
Elevada no ar, ela se vê diante da abertura da boca da criatura, que solta um rugido ensurdecedor. Seraline, apesar de tudo, está seriamente ferida, sangue escorrendo de sua cabeça, tossindo sangue enquanto sua força a abandona rapidamente.
Felizmente, sua natureza Oni concede uma resistência maior do que a de um humano, e apesar de não serem ferimentos fatais, os danos infligidos são suficientes para deixá-la gravemente lesionada.
Com seu corpo suspenso, Seraline luta com determinação, mesmo com o sangue escorrendo de seu rosto e sendo absorvido avidamente pela boca da criatura, que se contorce em êxtase com cada gota.
— Será este… meu fim? — Seraline pondera com desespero.
Seus pensamentos vagam livremente, enquanto suas memórias de Renier vêm à tona, momentos compartilhados com ele, tudo para tentar se agarrar à vida.
— Eu... Queria, ao menos, estar ao lado dele... Me desculpe...
Sensação de fraqueza a invade, e Seraline se arrepende de sua momentânea fragilidade, temendo que esse seja seu triste desfecho. No entanto fechando os olhos, resignando-se ao seu destino iminente enquanto se aproxima da boca da monstruosa planta carnívora.
Continua…
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Atualizado até capítulo 42
Comments
Marely García Villanueva
Não podia deixar de elogiar sua escrita, parabéns pelo talento, autora!
2023-09-10
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