Capítulo Dezesseis

DEVLHAN

— Desde o tratado de paz tem sido tão entediante no reino — Carter reclamou.

— Tenho que concordar — Suspirei. — O que eu não faria para bater no bastardo do Aaron novamente.

— Vocês são dois psicopatas — Bryana nos olhou com indignação. — Eu gosto do tempo de paz.

— Da paz eu gosto, não gosto é dos elfos do sol.

— Só das fadas, né, Devan? — Carter zombou e Bryana riu.

Eu os olhei com ódio. Eu não gostava de nenhum tipo de ser do sol.

— Se está se referindo a Nealie, ela é minha fonte da juventude, eu tenho que tratá-la bem.

— Você não é atencioso nem com a rainha, não tente nos enganar.

— Eu e minha mãe não temos um relacionamento afetuoso, sabe disso.

Meus pais não eram maus ou coisa do tipo, mas eu fui criado para ser um rei, um imperador, o elfo supremo imortal da lua, não um filho que vive de abraços, beijos e outras demonstrações de afeto insignificantes.

Olhei com surpresa para os meus pulsos ao sentir fortes dores de repente e meus amigos correram até mim ao verem minha expressão de dor.

— O que está acontecendo comigo? — Perguntei ao Carter que era o mais experiente em cura.

— Não é com você — Ele me olhou preocupado. — É com a Nealie.

Eu os ignorei completamente e me teleportei para a entrada do palácio no mesmo instante.

— Onde está a princesa? — Perguntei enquanto sentia um aperto na minha garganta. — Rápido!

— Nós não a vimos, Vossa Alteza.

— Inúteis! — Eu os acertei sem me importar se morreriam ou não.

Sentei no chão e me concentrei. Precisava encontrá-la depressa e por mais que tentasse me convencer que eu estava preocupado com a minha vida, não conseguia parar de pensar na Nealie e no quanto ela estava sofrendo.

Consegui encontrá-la e controlei minha respiração já que ela aparentemente estava sendo enforcada. No momento só pensei em matar o ser que tivesse tocado na pele dela.

Me teleportei para o local e fiquei surpreso ao me deparar com a sala do trono do meu pai.

Nealie estava pendurada no ar por um fio mágico em seu pescoço. Pelo nível das sombras não foi difícil deduzir que meu pai era o torturador da minha fada.

— Pare agora mesmo! — Gritei e lutei contra as sombras ao redor da Nealie.

Ela por pouco não caiu no chão, pois eu a segurei em meus braços e deixei que ela deitasse em meu ombro.

— Devan... — Ela sorriu fracamente. Haviam lágrimas em seus olhos, o que me assustou, pois eu sabia que seres do sol raramente se entristeciam. — Não consegui usar o feitiço, desculpe.

— Não fale mais, descanse — Pedi e olhei com fúria para o meu pai.

— Devlhan, você conhece essa fada? — Ele me perguntou com seu olhar frio de sempre.

Meu pai não estava com raiva da Nealie, eu podia ver isso, mas seu senso de "justiça" acreditava que podia puni-la como bem entendesse.

Mas independente do que ela havia feito, ela era minha responsabilidade e eu não deixaria que ninguém, nem mesmo o rei, a castigasse.

— Está velho demais para reconhecer um feitiço feito pelo seu filho, pai?

— Devlhan, você me respeite, garoto — Ele finalmente demonstrou alguma irritação. — Eu consenti esse casamento pelo bem do povo, mas não significa que aceito uma fada suja no meu palácio.

— Bom, eu disse a mesma coisa — Sorri com sarcasmo. — Mas agora ela é minha esposa e minha responsabilidade, e eu não aceito que a puna.

Meu pai levantou do trono e eu já estava calculando quanto tempo levaria para eu chamar Bryana e Carter para levarem a Nealie, e eu duelar sem me preocupar com ela.

Não era incomum que eu e meu pai acabássemos nos ofendendo e brigando, mas geralmente fazíamos isso por diversão ou para resolver alguma questão importante. No acordo de casamento, infelizmente eu perdi.

— Acho que o mimei demais, já acha que é o rei da Terra da Lua para me afrontar dessa forma.

— O senhor me ensinou que um elfo da lua não vai contra os seus princípios mesmo que lute contra o próprio sangue.

Nós nos olhávamos com o mesmo sentimento de raiva e afronta. Era estranho desafiar meu pai, pois eu tinha herdado os olhos dele, era como me olhar no espelho às vezes.

— Vyngor, por que saiu apressado do nosso encontro com a anciã mestre? — Minha mãe entrou na sala e parou ao meu lado. — Então essa é a quinta princesa do sol.

— Se tivesse ido ao meu casamento saberia.

Eu estava um pouco revoltado. Tinham me colocado em uma situação que eu não queria apenas para não a aceitarem depois?

— Casamento? — Ela me olhou confusa. — Você se refere ao tratado de paz?

— Mãe, não se faça de sonsa.

Ela gargalhou e foi para o lado do meu pai. Agora eu teria que ter cuidado com as minhas palavras, minha mãe tinha dois poderes: enlouquecer meu pai ou acalmá-lo.

— Essa é a ladra que estão falando no palácio? Eu estava me perguntando quem ousaria roubar o rei, mas tinha que ser alguém do sol mesmo — Ela olhou para Nealie com desprezo. — Vyngor, você já a puniu?

— Devlhan atrapalhou, nosso filho está estranho, Felya.

— Pai, vejo que tem companhia então não precisa mais se divertir torturando minha esposa — Sorri com ódio. — Adeus.

Fiz menção de sair, mas sombras me seguraram no chão. Minha mãe.

— Sua mãe acabou de chegar e você sequer me reverenciou, isso são modos?

— Desde quando ligamos para modos?

Minha infância e parte da adolescência, antes de eu ganhar meu próprio espaço, foi assim. Eu apenas recebia ordens de guerra ou algum encorajamento como "continue massacrando seus inimigos!" E nada mais, por que ela estava sentimental agora?

— Desde agora — Ela me olhou rígida. — Se está tão afetuoso com essa fadinha, deve ser com todos, quem sabe não passa a reverenciar a criadagem também?

— Quer uma reverência? Está bem, não serei mesquinho por um pedido tão simples da fada que me gerou — Sorri sem me abalar e me ajoelhei com Nealie desmaiada em meus braços. — Vida longa ao rei Vyngor e a rainha Felya.

— Ultrajante! Filho meu não se ajoelha!

— Reclame com a sua esposa, estou indo.

— Devlhan, volte agora mesmo!

Minha mãe tentou me segurar novamente, mas dessa vez eu a afastei. Senti meu pai também forçar meus pés no chão e acabei me irritando.

— Eu não quero usar minha força contra vocês — Falei irritado. — Pai, você pode ser bom com espadas, mas se duelarmos com magia sabe que não pode comigo.

— Vai se arrepender de proteger essa fada, Devlhan.

— Ela é minha esposa, se eu me arrepender ou não, não é da sua conta.

Não fiquei para escutar o resto já que meu pai finalmente me liberou. Fechei os olhos e me teleportei para longe daquele lugar.

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Comments

Ruby

Ruby

Haahahahhahahah

2025-02-01

0

ardem_007

ardem_007

quê quê isso gente? esses filhos de hoje em dia 🤣🤣🤣🔥 amo♥️👌

2024-12-04

1

Joana Sena

Joana Sena

foi a Amy, safada 😤😤😤😤

2024-07-21

3

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13 Capítulo Treze
14 Capítulo Catorze
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