Capitulo 18

Liam Narrando:

Eu me encarava no espelho tentando imaginar o que pode ter acontecido com o Edward, como eu cheguei no quarto e porque eu estava dormindo com ele. A primeira situação que veio à minha mente foi que ele me controlava mentalmente e brincou comigo como se eu fosse um boneco. Isso me deu uma sensação estranha, semelhante a uma pontada no peito.

A segunda situação foi que eu poderia ser sonâmbulo e com isso Edward se aproveitou de mim enquanto estávamos no quarto. E com isso minha mente nada fértil (ou devo dizer o contrário?) Complementou com uma cena que me causou vários arrepios e aquela frase ecoando na minha mente só intensificou eles.

(“... Não sou o tipo que gosta de ficar em cima!”)

Os arrepios viraram rubor, eu precisei abrir a torneira e molhar o rosto para afastar essas ideias da minha mente e do meu rosto...

[Liam]

– Quando eu comecei a imaginar essas coisas?

Minha mente não parava de imaginar, mas o banho era minha esperança de acabar com isso de uma vez. Deixava a água escorrer pelo meu corpo, mas isso me trouxe a lembrança do momento em que vi Edward aqui. O corpo dele quase se materializa da minha mente para a realidade, mas ainda conseguia controlar minha mente ao mesmo tempo, queria ver onde aquele sonho bobo me levaria. Então a cena surgiu por completo na minha mente: nós dois juntos nesse box embaixo do chuveiro.

[Liam]

–CHEGA!... – Sai do banho me enrolando na toalha, me dando conta de que tudo que tentei foi em vão. – Acho que deu de imaginação por hoje.

Eu só queria seguir com pelo menos um dia normal nessa semana.

Edward Narrando:

Como Liam já estava há um bom tempo no banheiro, procurava me arriscar na cozinha tentando fazer um café da manhã para nós dois. Minhas habilidades culinárias são praticamente nenhuma, mas ao menos sabia preparar um café com torradas decentes... Desde que estivesse com alguma receita por perto.

[Edward]

– Eu deveria ter perguntado se ele prefere café com leite... – Falava olhando os pacotes de café da dispensa.

Não demorou muito e as bancadas da cozinha já estavam numa verdadeira zona, mas na minha mente eu tinha tudo em perfeita ordem. Dito isso, fiz apenas o café.

[Edward]

– Ovos... Poderia fazer um omelete...

(Ok, como se faz um omelete?)

Comecei a mexer no celular buscando por receitas fáceis de omelete. Assistindo parecia super fácil... Mas, na prática, foi um desastre. Eu quase ativei o Sharingan para conseguir quebrar um ovo sem que a casca fosse junto.

[Liam]

– Edward! – Nessa hora eu estava quebrando meu quinto ovo. – Que merda você está fazendo? – Estava tão imerso na tentativa culinária que nem vi quando ele saiu do banheiro.

[Edward]

– An... Café da manhã? – Falava um pouco sem graça.

De repente o cheiro de algo queimado, fumaça e...

[Liam]

– EDWARD! – Ele gritou.

Foi muito rápido, num instante Liam agarrou o meu braço e me afastou da bancada e do fogão, e no instante seguinte ele apagou o fogo com a toalha molhada. Quando finalmente vimos que o fogo havia apagado, ele se virou para mim preocupado agarrando minha mão e olhando minhas roupas.

[Liam]

– No que você tava pensando? Por que não me esperou sair do banho? – Ele perguntou soltando minha mão e se afastando.

Foi uma sensação estranha, olhei para a minha mão como se ainda estivesse sendo segurada e fechei e abri algumas vezes até que finalmente não estivesse mais com essa sensação.

[Edward]

– Foi mal. –Falei um pouco baixo dando a volta no balcão. –Eu só quis adiantar um pouco para você... –Me sentava num dos bancos olhando a bagunça que fiz e me dando conta de que realmente não tinha jeito para cozinhar.

Liam não pareceu irritado, mas parecia aliviado, porém isso não diminuiu a vergonha que eu sentia no que causei ali. Era patético que eu não saiba fritar um ovo sem que colasse na frigideira, ou um café sem ser instantâneo.

[Liam]

– Você se machucou?

[Edward]

– Não, só um pouco sujo...

Eu achei que ele tivesse notado quando me segurou, mas talvez ele quisesse ter certeza. Ele não perguntou mais nada, apenas expirou forte, e começou a arrumar a bagunça que fiz, e desligou o causador do quase incêndio: a torradeira. Me senti um bobo, mas tive que aceitar que ele tinha razão, sempre comi comidas prontas e se ele não estivesse aqui provavelmente eu teria queimado tudo.

[Liam]

– Vem aqui!

Ainda um pouco receoso, voltei para o outro lado da bancada e observava enquanto ele reorganizava os produtos e as panelas. Ele olha brevemente para mim e eu o olho de volta com o meu melhor olhar “piedade” para receber de volta um sorriso discreto.

[Liam]

– Relaxa, eu não vou brigar com você. – Pela primeira vez ouvi ele usar um tom amigável comigo.

Ele não parecia querer brigar, ou mandar em nada, até parecia ter achado engraçado tudo depois que o susto passou, o que me deixou à vontade novamente.

[Edward]

– Ainda bem. Se não eu já ia me arrepender de não ter botado fogo na cozinha antes. – Ele ri e me olha, mas não dura muito e volta a olhar para o fogão.

[Liam]

– Da próxima vez que você quiser tentar cozinhar me avise, eu te ensino uns truques como, por exemplo... – Ele me mostra a frigideira. –... Como não queimar uma frigideira antes de fritar o ovo.

Acabava rindo disso animadamente e percebia que mesmo rindo junto ele ficava um pouco sem graça, e eu não queria continuar dessa forma.

[Edward]

– Liam... Você lembrou de ontem?

[Liam]

– Não! – Ele respondeu rápido – Eu não quero lembrar, e seja o que for, acho que não deve ter sido tão importante para você ou para mim.

Sabe a sensação de que você está voando num sonho quando de repente aparece algo na sua frente que te impede de continuar voando e você começa a cair sem controle enquanto seu sonho desmorona em cima de você e quando chega perto do impacto no chão você acorda bruscamente? Bem, foi exatamente isso que senti enquanto ouvia o Liam se negar a lembrar do beijo, e principalmente o que ele me disse.

[Edward]

– Talvez... – Ele me olhou novamente, dessa vez parecia mais ansioso. –... Talvez você tenha razão, foi uma brincadeira boba.

Ele voltou a relaxar e me deu um tapinha leve no ombro. Com tudo novamente organizado, ele aponta para os pratos e xícaras do meu lado.

[Liam]

– Ótimo! Então eu vou preparar o nosso café da manhã e você arruma a mesa ok?

Eu me forcei a sorrir e acenei com a cabeça seguindo ao armário de louças e pegando os pratos e as xícaras para arrumar a mesa. Eu realmente achei que ele se importaria em saber...

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