– Mas que porra! Gato Desgraçado!
Um boca suja, era o que eu merecia num momento desses!
Eu corri em direção à cozinha, meu plano era pegar algo para me defender, mas logo me ocorreu a ideia de que ele poderia ser algum agente ou um supervisor como eu, afinal ele estava sozinho e eu tinha certeza que estava pronto para lançar algum feitiço. Eu permaneci na minha forma de Neko quando percebi que ele ainda estava vasculhando a casa.
(Que idiota! Não vai encontrar nada se não tiver senso mágico.)
Ele veio para a cozinha, então percebi que possivelmente era um caçador, e estava completamente perdido. Eu tinha quase certeza de que ele não sabia o que estava procurando e se sabia, não fazia ideia de como enfrentar. Eu, por outro lado, tinha quase certeza que era algum espírito maligno ou um cadáver reanimado com magia obscura devido à forte aura negra que senti antes. O homem foi direto para o outro lado do balcão, e curioso para saber o que ele estava procurando ou havia encontrado, pulei no balcão. Infelizmente não era meu dia de ser discreto e acabei derrubando uma colher e chamando atenção dele para mim.
(O que ele tá olhando? Nunca viu um Neko na vida?)
– O que foi? Está com fome?
Até estava, mas de repente a aura negra voltou bem mais fraca do que antes, mas ainda podia sentir.
[Edward]
(Ele está aqui!)
– Miau.
– Hum?
(Estão adestrando gatos para responder agora?)
[Edward]
(Gato? Você realmente não sabe reconhecer um Neko quando vê um ou precisa de óculos?)
Eu estava furioso, nunca tinha sido desrespeitado assim. Qualquer um que não fosse humano poderia ver que eu sou um Baekneko e além da aparência as semelhanças com um gato doméstico terminam aqui. Eu estava quase acreditando que ele era apenas um caçador em treinamento quando a aura se materializou em um Inferi Parasita logo atrás dele.
O homem recolheu a colher novamente e nesse momento eu saltei o usando como impulso para atacar o Inferi. Minhas garras prontamente se prenderam na pele podre dele que facilmente se rasgava, deixando a carne e os nervos expostos. Suas unhas também me atingiram na tentativa de me tirar dele.
– Ecxotum Lockio!
E um raio amarelo passou por mim atingindo o Inferi e eu larguei o corpo do bicho e pulei para longe dele apenas para ver que era realmente um caçador e havia acabado de conjurar perfeitamente um feitiço de aprisionamento. As feridas causadas pelo Inferi eram bem perceptíveis, mas não era algo que me preocupasse, em poucas horas seria como se nada tivesse acontecido comigo.
– Se vinher comigo, eu posso cuidar disso depois.
[Edward]
(Muito gentil, mas eu não preciso de ajuda para isso.)
Novamente eu era ignorado pelo caçador, então me dei conta de que ele não tinha elo mental, então possivelmente não era capaz de me entender nessa forma, por isso me tratava como um gato doméstico. Ele conferiu se o feitiço estava mesmo bem executado antes de formar um octograma no ar e conjurar um portal com um selo.
– … Vamos bichano.
[Edward]
(Já deu, eu salvei sua vida! Não sou obrigado a aceitar esse desrespeito.)
Ele atravessou o portal com o Inferi, e eu o segui apenas até a borda apenas para ver que ele havia conjurado o portal para a ACS do Leste, então possivelmente era um agente enviado apenas para capturar esse Inferi. Eu retornei um instante depois apenas para ver o portal se fechar na mesma velocidade em que foi conjurado.
(Bom, o melhor é que agora eu não preciso mais que alguém me ensine como conjurar um portal!)
Com tudo resolvido, eu retornei a minha forma humana e sai da casa, com certeza o assistente daquele caçador iria aparecer para fazer a limpeza, então não precisava me importar com aquilo. Peguei minhas coisas e voltei apenas para tentar conjurar um portal para o endereço que me deram.
Foi bem complicado manter o portal no início, mas peguei o jeito e finalmente consegui e surgi diretamente na frente do prédio.
– Isso! Hahahaha… consegui! Yeah!
Me dando conta de que poderia chamar atenção, resolvi me conter mais. Passei pela recepção onde apresentei meus documentos e autorizaram a minha entrada. Um dos atendentes do prédio se deu ao trabalho de chamar o elevador para mim, mas aqui vai outra curiosidade. Eu prefiro subir 8 andares de escada do que pegar um elevador. Eu não sei de onde vem esse medo, mas jamais entrei em qualquer lugar completamente fechado por me sentir sufocado e preso.
Com isso lá fui eu, subi todos os andares até chegar ao 8º onde ficava o apartamento 1552 e com a porta logo de frente para o elevador.
(Isso que é comodidade!)
Eu bati na porta algumas vezes esperando que tivesse alguém em casa, mas ninguém respondeu, então como também tinha a chave resolvi ir entrando, era um apartamento até que bem organizado e bem grande. Eu não sabia onde deixar minha mochila, então deixei pela sala e em seguida fui para o chuveiro. Subir 7 andares de escada sempre aquece o corpo e tomar banho depois disso era muito mais que revigorante. Eu só não esperava que certas pessoas não tivessem o mínimo de senso de abrir a porta sem bater antes!
[Edward]
– QUAL É NÃO SABE O QUE É PRIVACIDADE?
[Liam]
– Um Neko?
[Edward]
(Não, é o E.T. Bilu!)
Foi um momento um tanto constrangedor… e poderia ter sido pior se não fosse o vapor no banheiro e a minha cauda (que surgiu no susto) fazendo o resto do trabalho.
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Atualizado até capítulo 31
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